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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Mudando o Look




Quem já não viu esses programas de transformação que passam o dia todo na TV? Pegam uma mulher comum, muitas vezes, extremamente apagada e até mesmo, feia, e a transformam em uma semi-deusa... muitas vezes, dá certo; mas tem aquelas ocasiões em que vemos na expressão da pessoa, nada mais que puro desespero e decepção.

Mudar a aparência, melhorar o visual, é sempre bom. Quem não se sente melhor após um corte de cabelo, uma dieta, um banho de loja? Acho que, quando a gente sente necessidade de mudar por fora, é porque está mudando ou deseja mudar por dentro. Mas só a gente sabe que tipo de mudança é essa, e até aonde a gente pretende ir.

O problema com esses programas de transformação, é que eles não resguardam a personalidade da pessoa. Querem transformar uma mulher que gosta de cores suaves, uma mulher, diagamos, 'básica,' em alguém que use cores fortes; ou o oposto disto.

Em um destes programas, "What not to Wear", um casal de estilistas (?) expõe ao ridículo seus convidados. Mostram as roupas que a pessoa tem no armário, fazendo comentários jocosos e, em seguida, jogando-as no lixo. Eu até que gosto do programa, mas acho que eles deveriam pegar mais leve. Afinal, a roupa da gente é parte da nossa personalidade, construída durante muitos anos, e uma mudança brusca pode causar, em algumas pessoas, certos estragos; quem sabe, uma crise de identidade... no mesmo programa, já vi mulheres que tiveram cabelos longos durante anos e anos, chorarem de frustração ao se olharem no espelho com um novo corte de cabelo, bem mais curto.

Mas... por que as pessoas sujeitam-se a esse tipo de coisa?

Talvez porque elas desejem, realmente , mudar, mas não tenham a coragem. Assim, delegando a outra pessoa o poder sobre elas mesmas, qualquer coisa que der errado não terá sido culpa delas.

Acho estranho, chegar em um salão de beleza e dizer: "Faça o que você achar melhor." Uma vez fiz isso, e me arrependi amargamente. Aquela ali no espelho, não era eu. Pelo menos, não a 'eu' na qual eu desejava me transformar.

Sinto o mesmo em relação à decoração de uma casa: sempre achei que é o morador quem deve escolher as peças de mobília e as cores para sua casa. Mesmo que não fique lá muito 'fashion' aos olhos alheios, quem deve sentir-se bem dentro de uma casa, são os seus moradores. Uma dica ou outra pedida a um amigo ou decorador, ainda vai; mas dar a chave da casa na mão de um estranho para que ele a decore?...

Para mim, o importante é que eu me sinta bem. Que cada um se sinta bem sendo o que é.

3 comentários:

  1. um pensamento legal, tratar da pessoalidade... mas venhamos e convenhamos, as pessoas não recebem aulas de decoração e pouco sabem de harmonia, quando em si mesmas existem vários conflitos e esses refletem nas açoes... voce mesmas sabe que a formação acadêmica é um treino... somos treinados a agir com olhar focal... crítico... que nada tem a ver conosco ou com o momento que estamos atravessando... e a sociedade em que vivemos, pricipalmente, pessoas de posses econômicas elevadas, são cobradas em relação a isso - nao importando quem são... então, temos tantas críticas e argumentos e etc... sim, mas isso de nada ou pouco vale, perante os ditames, enquanto nao os mudamos... assim sao os programas, as decorações encomendadas... são as convenções, o poder, são determinantes nas açoes de todos...bjuu

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  2. Ana, assisti várias vezes o mesmo programa, e se eu fosse uma daquelas mulheres que vão até lá, acho que esganava aqueles dois. Ela faz caras e bocas, como se a pessoa fosse absolutamente ridícula. O pior disso tudo, é que essa mudança toda vai durar quanto tempo, 2 dias? um pouco mais? E depois? Retomam suas vidas de gatas borralheiras, cafonas mas gostam de ser assim, o cabelo vai ser lavado, a maquiagem vai ter que ser tirada, e meia dúzia de sapatos novos, mais meia dúzia de roupas para múltiplas utilidades, não irá mudar a vida emocional dessas pessoas. Concordo que podem sofrer uma crise de identidade por vezes, devastadora. Excelente Ana, como sempre. Demorei, meu pai veio me ver. Lindo demais ele.

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  3. Não conheço esse programa, mas concordo plenamente com você. Eu jamais entregaria minha cabeça a um cabeleireiro para fazer o que quisesse rs eu mesma corto meu cabelo. Tampouco meu guarda-roupa ou minha casa a quem quer que seja.

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