witch lady

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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Eu Tenho Algo a Dizer







Eu tenho algo a dizer.
Mas ninguém deseja me ouvir,
E isso às vezes sufoca.

Caminho de um lado ao outro
No quintal desta mesma casa,
Batendo, mil vezes, à mesma porta.

Esqueço - ou finjo esquecer
As minhas palavras sob o alpendre;
Quem sabe, alguém ouça, quem sabe alguém pense?

No dia seguinte, eu sempre volto,
E as encontro ainda úmidas de noite,
Adormecidas e esquecidas...

Penalizada, eu as pego de volta,
Coloco no bolso, mas num gesto louco,
Jogo-as todas pelo chão, com raiva,
Pisoteando-as sem piedade.

Afinal, o que são palavras, o que são palavras?
Apenas setas afiadas de um coração,
Filtradas pelo crivo de uma mente jocosa,
Em momentos de ociosa solidão...





sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Amor & Dor







Nem na poesia
O amor deveria
Rimar com dor.
Qualquer sacrifício
Exigido como ofício
A alguma coisa 
Que se chame amor,
É só o egoísmo,
O egocentrismo
Um lobo vestido
Da pele arrancada
De alguma ovelha
Só e desgarrada.

Nem nos romances
Que estão nos livros
O amor deveria
Ter permissão
De pisotear
Um coração.

Ao dedicar-se
À ilusão
De ser amada
Dobrando a espinha
Ao egoísmo,
Qualquer pessoa
Despreparada
Cava com as mãos
O próprio abismo.

Que o amor não seja
O resultado
De um cataclismo 
Emocional,

Que não se vista
De escapismo,
Que seu olhar
Não seja torto
Pelo estrabismo
De um futuro
Que já está morto
Nas contas mudas
Daquele terço
Que prende os pulsos
Mas se disfarça
De amuleto.





O Amor








Enquanto eu passava roupas, assistia a um vídeo no YouTube. Neste vídeo, um palestrante espiritualista falava sobre a importância do amor, no quanto ele é essencial para que possamos nos manter saudáveis tanto física quanto espiritualmente. 

Em um determinado ponto da palestra ele começou a discursar sobre trabalhos espirituais e sobre como eles exercem seus efeitos em suas vítimas. Alegou que tais trabalhos só podem atingir àqueles que não sabem amar e perdoar totalmente, e que todos os que amam incondicionalmente a todas as criaturas, criam automaticamente uma couraça intransponível quanto a todo o tipo de mal.
Daí eu comecei a discordar dele.

Acho incoerente tal afirmação, e a prova mais óbvia, é a vida do próprio Jesus Cristo, que foi um homem que amou a todos, usou seu poder para curar as pessoas, falava sobre e exercia o perdão aos nossos inimigos... e acabou pregado em uma cruz, sofrendo dores horríveis que com certeza ele não merecia. Também há muitas outras pessoas de boa conduta que passam coisas horríveis devido às ações de pessoas maldosas e cruéis. Crianças são torturadas, estupradas e mortas. Animais inocentes também. Todo tipo de pessoa pode passar por coisas horríveis a qualquer momento, não importa se são jovens, idosos, religiosos ou ateus. E o amor não as salva de nenhuma delas. 

Não quero dizer com isso que o amor não vale a pena, e que não devemos amar; apenas que não devemos nos sentir culpados se não conseguimos amar a todos incondicionalmente e- afinal, quem pode? Duvido sempre de todos que alegam consegui-lo. O que podemos fazer sempre, é nunca desejar o mal a ninguém, e tentarmos sempre fazer o nosso melhor. Mas quando alguém nos magoa recorrentemente, não acho que devamos ficar perto desta pessoa, dando-lhe amor e compreensão: em casos assim, é melhor se afastar o mais rapidamente possível! Porque para mim, antes de amarmos os outros, precisamos aprender a amar a nós mesmos.

O amor, seguia o palestrante, também significa sacrificar-se por aqueles a quem amamos. Novamente, discordei dele! Qualquer um que nos peça para que nos torturemos a fim de deixa-lo feliz, ou que façamos alguma coisa muito difícil, ou que deixemos de ser quem somos para que “a paz geral prevaleça”, não é digno de nosso amor e não nos ama verdadeiramente; o maior amor de pessoas assim, é por elas mesmas. A partir do momento em que dizemos “não” a estas pessoas, acontece um ataque de pirraça: elas brigam, gritam, saem batendo os pés e deixam de falar conosco. Antes, eu me sentia intimidada por atitudes assim, mas hoje eu apenas observo e me mantenho impassível, focada naquilo que eu acho ser o melhor para mim, em primeiro lugar.

Ninguém pode jogar sobre mim a carga de sua própria felicidade e paz de espírito! Isso são coisas que se conquistam individualmente. Se eu dependesse de sacrifícios alheios para ter paz, eu estaria sendo uma tirana. Quem não está feliz precisa descobrir como mudar por si mesmo. Ninguém pode pedir a outro que se sacrifique para caber aonde eles querem.

Amor não é jogo de manipulação. Não pode ser imposto. Não demanda sacrifícios. Não se sacrifica. Se não for puro e espontâneo, não vale a pena. Fico muito desanimada quando vejo pessoas religiosas usando argumentos opostos ao amor a fim de dominarem a vontade alheia e incutir culpas nas pessoas. 








quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Medida









Eu meço as minhas palavras,
Mas é curta a minha fita.
Elas são muito mais longas
Que a minha própria língua.

Retê-las dentro da boca,
Queimaria o coração.
Dessa minha fala louca
Jamais hei de abrir mão.






CONVITE








Olá, pessoal!


Montei um novo blog no qual eu falo sobre meu aprendizado com o Tarôt, chamado O CAMINHO DO APRENDIZ. 

Comecei a estudar Tarôt há alguns meses - estou fazendo um curso em minha cidade - embora já conheça as cartas há muitos anos. Neste novo blog, eu comecei a falar sobre as cartas e também dou algumas dicas sobre 'insights' durante as leituras.

Além do significado das cartas, conforme os estou aprendendo, e também de acordo com as minhas próprias conclusões e intuições adquiridas através das minhas leituras e estudos, eu também posto sobre coisas que, espero, nos façam refletir sobre as nossas vidas e nossas escolhas. O blog está ainda bem no comecinho - há apenas algumas postagens - mas trata-se de um espaço no qual realmente pretendo investir tempo e dedicação.

Convido-os todos a participar e a se inscrever. O blog será útil até mesmo para quem não acredita no Tarôt, mas que sempre dá uma olhadinha no horóscopo de manhã, só para garantir... 😅😅😅
Nas interpretações das cartas, há dicas e reflexões bem bacanas... mas há outros tipos de postagens também. basta checar as 'tags.' 

Quero colocar também outros tipos de reflexões e abrir discussões sobre coisas da vida, nossas experiências e opiniões sobre determinados assuntos. Enfim, está ficando um blog legal. Também quero, no futuro,  colocar reflexões sobre sonhos e suas interpretações. 

Sempre tive um pé no místico da vida, e agora resolvi assumir esse meu lado. Convido vocês a embarcarem nessa aventura junto comigo. O link está abaixo:



O CAMINHO DO APRENDIZ
                                                   ocaminhodoaprendiz2.blogspot.com

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Nós Aprendemos







Nos comportamos como se fôssemos viver para sempre.
Compramos, vendemos, fazemos escolhas, pagamos, devemos...
Nós só somos inteiros todo dia primeiro de cada ano, ao abrirmos a rolha;
É quando nós sonhamos.

Vêm marços chuvosos e maios gelados, agostos com ventos e dores, setembros com nuvens e flores...
Verões tresloucados, outonos cinzentos calados...
E tudo começa de novo, a mesma peça, alguns novos atores...
Nós somos os mesmos, mas mudamos sempre:
O que antes era deleite, torna-se a nossa maior dor.
Vêm e vão as pessoas, vêm e vão os lugares, vêm e vão os amores - mas ficam as dores.

Às vezes eu paro, me olho e pergunto: pra quê tanto estudo?
Por que tantas roupas, e pratos, e discos, e livros, e copos e computadores?
E velas, e flores, cadernos, canetas, sapatos, echarpes, colares, e quadros?
Pra quê tantas coisas, pra quê tantas coisas?

Vivemos como se fossemos ficar para sempre,
Nem percebemos o tempo que chega e nos transforma em criaturas...
...Fantasmagóricas
Que arrastam correntes por entre as enchentes de coisas compradas,
Lições aprendidas, lições ensinadas, palavras roubadas e outras caladas
Agarradas às barras de nossas etéreas saias!

Nós aprendemos tanto, e quando nos vamos, não sabemos nada:
Nem sequer para onde, nem mesmo o instante, nem mesmo a origem,
Se é o começo ou o fim da jornada.

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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

A Solidão




A solidão é um lugar
De onde se vê melhor o mundo,
De onde todas as batidas de coração
São ouvidas
E melhor compreendidas.

De lá de cima, de lá de dentro,
O espaço é tão imenso,
Imensuravelmente tranquilo
E tão silencioso,
Que se ouve a mínima voz de todo vento.

A solidão nada tem a ver com tormento;
Assim que você tem a coragem
De abrir os olhos, estando lá dentro,
Verá que há beleza em cada canto:
Lembranças queridas,
E pensamentos que ficavam calados
Por jamais serem escutados.

No País da solidão
Você escolhe uma nuvem
E deixa que ela te leve
A todos os céus e galáxias,
Sem precisar de controle ou de questionamentos.

Na solidão você descobre
Que a vida toda, teve alguém muito importante
Que você vinha ignorando
Por pura falta de tempo,
Alguém cujos sonhos ficavam à esmo,
Substituídos por sonhos alheios:
Esse alguém é você mesmo.

A solidão é uma grande amiga
Que só diz a verdade,
Só ouve a verdade,
Só vive a verdade.

Talvez você se sinta incomodado, no início,
Ao descobrir que seu espelho não refletia
Aquela pessoa que você dizia ser.
Mas a solidão refaz os contornos da imagem,
E o convida a uma nova e verdadeira viagem
Por dentro de si mesmo,
Lá, onde descansa aquele ser de quem te ensinaram a esquecer
E de quem há muito você se perdeu:
Seu verdadeiro Eu. 











terça-feira, 13 de novembro de 2018

Um Livro Antigo, Uma Visão Sobre os Nossos Tempos






Trechos de um livro escrito por volta de 1896, "Dogma e Ritual de Alta Magia," por Éliphas Lévi; decidi transcrevê-los para provocar reflexões importantes naqueles que as merecem:

"A emancipação simultânea e a igualdade absoluta de todos os homens supõe a cessação do progresso, e por conseguinte, da vida."

"Antes que haja alguma coisa que nos agrade ou desagrade, há uma verdade, isto é, uma razão, e é por esta razão que as nossas ações devem ser reguladas mais que pelo nosso prazer, se quisermos criar em nós a inteligência, que é a razão de ser da imortalidade, e a justiça, que é a sua lei.
O homem verdadeiramente homem só pode querer o que deve, razoável e justamente, fazer; impõe silêncio aos desejos e ao temor, para escutar a razão."

"O sábio afirma o que sabe, e só crê no que ignora, conforme a medida das necessidades razoáveis e conhecidas da hipótese."

"Homens nos quais o zelo era mais forte que a paciência, impressionados pelas máximas populares do Evangelho, acreditaram na igualdade primitiva e absoluta dos homens. Um alucinado célebre, o eloquente e infeliz Rosseau, propagou, com toda a magia do seu estilo, este paradoxo: que só a sociedade deprava os homens, como se disséssemos que a concorrência e a emulação do trabalho fazem preguiçosos os operários. A lei essencial da natureza e da iniciação pelas obras e do progresso laborioso e voluntário foi fatalmente desconhecida; a maçonaria teve seus desertores, como o catolicismo tivera os seus. Que resultou disto? O nível de aço substituído ao nível intelectual e simbólico. PREGAR A IGUALDADE ÀQUELE QUE ESTÁ EM BAIXO , SEM DIZER-LHE COMO A PESSOA SE ELEVA, NÃO É OBRIGAR-SE A DESCER? POIS DESCERAM E HOUVE O REINO DA CARMAGNOLE, DOS SANS-CULOTTES * E DE MARAT.

Para relevar a sociedade vacilante e decaída é preciso estabelecer de novo a hierarquia e a iniciação. A tarefa é difícil, mas todas as pessoas inteligentes já sentem a necessidade de empreendê-la. Será preciso, para isso, que o mundo passe por um novo dilúvio? Desejamos vivamente que não seja assim, e este livro, a maior, talvez, mas não a última de nossas ousadias, é um apelo a tudo o que ainda vive, para reconstituir a vida até no meio da decomposição e da morte."

* Os Sans-culottes e Carmagnole eram trajes dos operários no tempo da Revolução Francesa; aqui designam as classes operárias mais inferiores.

ÉLIPHAS LÉVI

Quem souber interpretar um texto, que entenda.






quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Meu Mundo




Eis o meu mundo,
Aquele que teci,
Aquele que sonhei
No qual eu me achei,
No qual eu me perdi!


Paisagens da vida
Que eu percorri,
Avenidas e praças,
Risos e desgraças
Do que já senti!

Eis minha vida,
Plena, desabrida,
Contida em um cadinho
De anos e de sonhos;
Alguns eu pari,
Outros abortei,
E outros devolvi
À fonte que os trouxe.

A vida não é doce,
Nem tampouco é amarga,
Nós é que o somos
E que nos tornamos
Aquilo que plantamos,
O que nós contemplamos
Das nossas ilhargas!

Eis o meu mundo,
Às vezes, colorido,
Noutras, cinzento,
Porém, eu me contento
Em nunca ter mentido,
Jamais ter desistido...

Escrevo a minha história, 
Escolho os personagens,
E as minhas viagens
No plano do agora,
Construo as memórias
Das quais me esquecerei
No dia de ir embora.









terça-feira, 6 de novembro de 2018

IF I FOUND AN E.T IN MY GARDEN







If I found an E.T walking around in my garden, 

I’d surely ask him what he was doing there, 

Since there isn’t anything special or different 

But birds and beetles that with him I could share. 



I’d probably invite him into my closet 

To spare him from curious neighbors and apocalypse prophets 

There he could have some fun trying on my dresses 

And checking how he’d look in one of my pajamas. 



If I found an E.T peeping through in my garden, 

I would surely not call the FBI, don’t start it! 

I would like to spend some time with him, chatting 

And I’d ask if he’d take me with him to his planet. 



I would walk him on a tour in my spacious bedroom 

Making sure he felt comfortable, and whatever’s necessary 

And if he were so gentle to show me some patience, 

Who knows, maybe I could propose him marriage? 



I’d probably ask him if he’d been here before 

And once met a girl named Drew Barrymore, 

If he rode on a bike on a flight by the moon 

And of course, if he meant to be back so soon… 



When we were saying goodbye, I’d hold him  tight 

And invite him to come again, and stay for a while 

But that time, I’d advise him to please not to forget 

To pack in his bag his own goddamn mobile!




segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Tudo ou Nada?











Para entender o tudo,
Basta focar em uma folha caída,
O Zen absoluto, mensagem embutida
Na gota de água de chuva
Da nuvem caída,
Sopro de ventania fluida
No rosto a beijar
O despertar
Da paz desse tudo/nada
Nada/tudo
Que entra pelos olhos, circula por um tubo
Que concentra a paz desenfreada
Desse túnel profundo
De águas correntes
E águas paradas.


Não compreendeu? Faltou-lhe o sentido?
É que basta uma cor verde, de cima caindo
Na paz desse nada vermelho-incolor,
Para surgir a dor,
Sumir a delícia
Dessa falácia vivaz e mortiça!
A paz tão pregada, a filha do nada,
Transforma-se em mensagem de revolta
Embora velada,
Gurus dormentes abrem os olhos
Encaram os restolhos
Da sua falaciosa paz roubada,
Capiciosa evolução anímica desanimada
Desalmada.








Parceiros

VERDADES

Alguns falam de doçura, Desconhecem O regurgitar das abelhas, O mel que se transforma dentro delas, Dentro das casas de cera. Falam do luxo ...