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domingo, 31 de março de 2019

Fim das Charretes em Petrópolis



Foto recente de um acontecimento que se deu há alguns dias apenas, em local próximo à minha casa. O charreteiro alegou que o animal "escorregou."


Na época das eleições presidenciais, foi votado um plebiscito em Petrópolis a fim de decidir a continuidade ou não das polêmicas charretes. Nos dias de hoje, sabe-se que quarenta e oito pessoas dependem do uso das mesmas a fim de ganharem o seu sustento. Porém, tais pessoas não parecem primar pelo bem estar dos animais, pois era frequente a visualização de cenas dantescas envolvendo os cavalos – éguas caídas na rua, totalmente exauridas, enquanto puxavam carroças estando grávidas; cavalos caindo mortos nas esquinas, magros e maltratados; animais expostos ao sol forte e à temperaturas de quarenta graus, sem qualquer proteção, ou à chuvas torrenciais e geladas – inclusive chuva de granizo, que ocasionou pânico e provocou a fuga desenfreada de dois cavalos, causando acidente de trânsito há alguns meses (eu estava na rua naquele dia e vi de perto a intensidade daquela chuva de granizo), tudo devidamente filmado, fotografado e documentado.

Eis o link:


Sem contar com o trajeto longo que os animais percorriam todos os dias, ida e volta, antes e depois de um dia extenuante de trabalho. Eles iam de Itaipava ao centro histórico da cidade, e depois, do centro histórico de volta à Itaipava, todos os dias, debaixo de chuva ou sol. São mais ou menos 14 quilômetros de distância. Vinte e oito quilômetros no total, em meio ao tráfego pesado em horário de rush. Eu mesma já cansei de presenciar isso, assim como já presenciei charretes circulando com mais pessoas do que o permitido, e dois cavalos magros puxando-as debaixo de chicotadas.

Após o plebiscito, ficou definido que a maioria da população é contra as charretes, e que deveriam ser criadas alternativas que possibilitassem às famílias sobreviverem de outra forma. Os cavalos seriam levados para santuários, onde passariam o resto de suas vidas descansando e sendo bem cuidados, para variar. Mesmo assim, os animais continuaram sendo utilizados durante meses. Agora, finalmente, o uso dos cavalos foi definitivamente proibido, o que eu considero um grande progresso para a imagem da cidade.

Quem defende ainda o uso desses animais, alega que:

-É uma tradição, e uma tradição de tão longa data não deveria ser quebrada. Bem, existem várias coisas que eram consideradas tradições e que foram quebradas após pequenos sinais de evolução da raça humana. A escravatura foi uma delas, e também as rinhas de cães e de galos, que foram proibidas, e os choques elétricos para tratamento psiquiátrico, para mencionar apenas algumas coisas.

-As famílias ficarão sem sustento. São quarenta e oito pessoas. Tenho certeza que, dentro da área de turismo, existem outras maneiras de se arranjar colocações para elas, e isso é de responsabilidade da Prefeitura Municipal. As carroças podem ser movidas à motor, ou substituídas por outros meios de transporte.



-Cavalos são utilizados em centros turísticos em outros países, como em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Verdadeiro. Estive lá recentemente, e apesar de ser totalmente contra o uso de charretes, tive que usar uma no Central Park porque uma pessoa do nosso grupo, que tem problemas de saúde, estava sentindo muita dor ao caminhar. Porém, os cavalos percorrem distâncias curtas, fora do trânsito, e há paradas em alguns pontos para que os animais possam beber água. Quando chegamos ao destino, o cavalo foi escovado e alimentado. Os animais são muito diferentes do que se via aqui em Petrópolis, pois estão em ótimas condições. Mesmo assim, ficaria muito feliz se soubesse que as charretes foram proibidas por lá também.

-Instituições e ONGS, financiadas por dinheiro enviado de outras instituições internacionais a fim de fiscalizar o uso das charretes, ficarão sem subsídios, agora que elas foram extintas. 

Danem-se. Nada tenho a declarar sobre isso.

Animais não deveriam ser utilizados para trabalho ou recreação humana, sob qualquer hipótese. Pássaros em gaiolas, rinhas de galo, cachorrinhos pintados de cor-de-rosa desfilando em carrinhos de bebê, cavalos puxando carroças, etc, são fruto da vaidade e do egoísmo humano. Nem vou entrar em detalhes sobre o uso de animais para a alimentação humana, pois creio que estamos há anos luz de evoluirmos ao ponto de deixarmos de consumi-los, infelizmente. Mas creio que um dia conseguiremos olhar para um animal e enxergar nele uma vida, uma alma, um ser que têm consciência, que sofre, ama, tem medo, desejos, e quem sabe, sonhos de uma vida digna.



Links para meus demais blogs:



Your Ticket to English



O Caminho do Aprendiz








sábado, 30 de março de 2019

Preços e Valores

Este texto é inspirado por uma postagem do Gago Poético, na qual ele fala sobre a futilidade da moda.









Nós, brasileiros, muitas vezes não gostamos de admitir que adquirimos roupas ou outros objetos em lojas de ofertas, pois nos preocupamos demasiadamente com as opiniões alheias. Porém quando viajamos para outros países, ficamos loucos entrando e saindo de lojas de departamento famosas, e passamos horas futucando os cabides da TJ, Old Navy e outras. Eu sei, pois eu mesma fiz isso em Nova Iorque, e deparei com vários turistas brasileiros fazendo o mesmo. Até aí, nada de mal, já que os artigos são bonitos e de qualidade.

Mas por que não fazemos o mesmo aqui no Brasil?

No último sábado, eu e meu marido deparamos com alguns casacos muito bons, por um preço ótimo, pendurados em cabides de uma loja de ofertas que existe aqui na minha cidade. Percebemos que além de bonitos, eram de boa qualidade e bem mais em conta do que os que nós compramos lá fora... nos sentimos tolos. Entramos na loja, e deparei com alguns cardigãs básicos, de várias cores, - aqueles casaquinhos abotoados na frente que ficam bem com tudo, desde calças e bermudas até vestidos e saias. O preço? Vinte e nove reais. Em uma outra loja de marca, vi um semelhante por noventa e nove. Acabei comprando um pretinho básico na loja de ofertas. Em uma banca, vi roupas íntimas daquelas sem costura, cortadas à laser, por oito reais - as mesmas pelas quais eu pago (pagava!) uma fortuna em uma loja de marca.


Depois, entramos em uma daquelas lojas enormes que vendem coisas para o lar; conseguimos dois travesseiros excelentes, branquinhos, forrados em matelassê, por apenas trinta reais ambos! Também comprei uma lixeira para minha salinha de aula por quatro reais - bem adequada, pois tem fotos de Nova Iorque e coisas escritas em inglês (sou professora de inglês).

É claro que às vezes acontece de eu olhar uma vitrine e encontrar uma peça que eu absolutamente adoro, e nesses momentos, não poderia ser outra; mas andarei mais atenta, e menos preconceituosa quando for comprar roupas. 





sexta-feira, 22 de março de 2019

ROGA!










A mágoa afoga.

Roga aos céus
Por um vento,
Roga, e ele vem
E te renova.

Transforma a dor
Em trova,
Pega esse verso
Que nasce tenso
E estica-o sobre o papel,
Erga o seu véu
E traga o rosto
Para o sol,

Pois a mágoa afoga,
Esfria até
O mais frio inverno,
Congela o gelo,
Transforma a neve,
Suja a brancura
E a tessitura. 

E embora a mágoa
Soe bonita
Nas canções e poemas,
Quando é na vida
Ela arrebenta,
Só acrescenta
Mais pena às penas.

A mágoa seca
Os poços,
Endurece os ossos,
Arrebenta as veias.

A mágoa amarga as águas,
Produz mais mágoas,
Suja as anáguas
Deixando à mostra
As transparências
Mais nefastas.

Roga ao teu Deus,
Roga!
Antes que a noite venha,
Antes que a ave pouse...



Aproveito e deixo aqui o link do Espiritualidade na Lata de hoje, que aborda esse assunto da limpeza física e espiritual, a necessidade de nos livramos das mágoas. Não se esqueça de deixar o seu 'like' e seguir o canal! Obrigada.








terça-feira, 19 de março de 2019

Cansaço







Cada passo 
É um esforço,
Há um nó
Em cada laço,
Tudo morre
No abraço.

Olho a vida,
Olho os moços,
Envelheço
No mormaço
Do cansaço
Que me envolve.

Tudo assim,
Temporário...
Tenho um tempo,
Tenho um nome
Que se perde
Sem qualquer
Itinerário.

Vida passa,
Tempo passa,
Passam nomes,
Passam faces,
Passa gente,
Passa o riso
E a desgraça.

Nada muda,
Nada muda,
Nada...

-Felizmente,
Até isso
Também passa.





quinta-feira, 14 de março de 2019

New York, New York!

Estátua da Liberdade



Estivemos em Nova Iorque recentemente - na semana do carnaval - e amei a viagem! Pela primeira vez na minha vida, eu vi a neve. A sensação dos floquinhos caindo sobre o rosto é maravilhosa! Foi uma experiência muito enriquecedora estar diante de uma cultura e de um estilo de vida completamente diferente do meu. Pensei no meu mundinho pequenininho aqui, nesta casa onde vivo e trabalho, entre as paredes forradas de hera do meu muro e as muitas árvores do meu pequeno jardim... me perdi entre prédios e neons, shows de rua, lojas e compras.


Central Park

Também livrei-me de alguns estereótipos sobre o povo americano; não é absolutamente verdade que:

-Americanos são antipáticos;
-Americanos não param para dar informações nas ruas;
-Americanos são quase todos obesos;
-Americanos têm cultura pobre;
-A comida americana é ruim.

Ao contrário, fomos muito bem tratados e eu percebi o grande patriotismo daquele povo, o amor que eles têm pelo seu país - que é uma coisa que falta a nós, brasileiros.

Central Park

O que mais gostei, foi o Central Park. Estava muito frio - tivemos alguns dias com temperaturas abaixo de sete, e sensação térmica mais baixa ainda (entre -10 e -12, quando fomos à estátua da Liberdade). Ouvi dizer que esse frio é um tanto atípico nesta época do ano, e me senti com sorte, pois só assim pudemos ver a neve!

Vista da cidade; foto obtida da Ponte de Manhattan, a Ponte do Brooklin aparece lá no finalzinho. 


Fizemos longos percursos à pé. Cruzamos pontes, ruas, museus e parques. Entramos em várias lojas e restaurantes.  Para mim, esta é a melhor maneira de se conhecer um lugar. Tomamos o metrô algumas vezes, enfim, só íamos ao hotel para dormir.


Fiz amizade com alguns nativos... os esquilos e passarinhos do Central Park vinham comer na nossa mão, e as gaivotas deixavam que chegássemos bem perto delas. Foi ótimo, pois adoro estar perto dos animais e da natureza.







Não tive grandes problemas com o frio, a não ser no dia em que fomos visitar a Estátua da Liberdade. Adoro o frio, e ele me ajuda a ficar bem disposta. Mas aquele dia estava frio demais!!!



Um dos sonhos que realizei, foi conhecer o Hard Rock Café de Nova Iorque. Temos dois aqui no Brasil, sendo que um deles é em Curitiba, e o outro, em Gramado, mas o de Nova Iorque é icônico! Claro, trouxe lembrancinhas de lá - chaveiro, ima de geladeira e uma echarpe maravilhosa. 


Fascinante, tanto para  quem ama Rock quanto para quem não ama tanto assim. Eu amo.


Lógico que eu não sairia do Hard Rock  sem tomar um drink!


A Times Square é uma loucura! Amei, pois é tão diferente de tudo ao qual estou acostumada, que me senti meio-caipira por lá.







Kkkk... Claro que percorri todos os andares da Macy's, e também usei a escada rolante antiquíssima e original, da época que a loja foi inaugurada, em 1902!!! Comprei só um parzinho de botas que estavam com um preço bom, pois a loja não é nada baratinha. Mas fui a todos os andares, vi cada coisinha.




O World Trade Center Memorial é um espetáculo à parte. A gente fica olhando para aquele buraco escuro, onde a água escoa, e pensando em tudo o que aconteceu por lá... é triste ver os nomes das vítimas do ataque terrorista escritos no mármore, em volta do monumento. Depois, a gente entra em um espaço todo branco, muito futurista, maravilhoso, onde logo se percebe a capacidade de resiliência do povo, e como eles transformaram a tragédia em algo positivo.






Na Saint Patrick's Cathedral, acendemos velas. Pedimos proteção, agradecemos pela oportunidade de estarmos vivendo aqueles momentos. Percebi que em alguns pontos ela é muito parecida com a nossa catedral em Petrópolis, a de São Pedro de Alcântara.



Bem, esta é a primeira parte desta postagem. Em breve, a segunda, com mais fotografias e registros de experiências. Tenho muitas histórias para contar.

Tirei esta foto da Ponte de Manhattan, que percorremos à pé. 








quarta-feira, 13 de março de 2019

Saindo do Facebook







Acabo de excluir - não de desativar, mas de EXCLUIR - a minha conta no Facebook. Estava cansada de tanta hipocrisia e falsidade. Eu estava me aborrecendo muito com tantas baboseiras e sandices que lia por lá. Estava ficando irritada com tanta gente desqualificada acessando meu perfil. No mais, manterei - enquanto assim for saudável - a minha conta no Blogger e meu perfil no Recanto das Letras.

As pessoas te acessam para te ameaçar e chantagear. Hoje de manhã, uma aparente 'senhora religiosa' , daquelas que mandam ursinhos desejando um bom dia, me acessou no Messenger - só li a mensagem porque eu havia excluído após um desentendimento com ela, e achei estranho ela me mandar mensagem e novo pedido para adicioná-la - e a tal mensagem dela continha uma ameaça: dizia que sabia de coisas abomináveis sobre mim, contada a ela por amigas. Depois, ela se despedia, deixando no ar uma ameaça de que poderia publicar algo contra a minha reputação. Não sei o quê, pois não tenho nada a esconder, e disse isso a ela, fazendo uma postagem na minha página sobre a ameaça dela.

Logo depois, minhas publicações e comentários foram bloqueados pelo site. Com certeza, ela denunciou meu perfil, pois eu a bloqueei e disse a ela que tinha feito um 'print' da mensagem dela, o que é verdade. Está no meu celular. Pensei: "Quer saber, Ana? Já deu. Você não precisa disso!"

E excluí minha conta. Talvez um dia eu abra outra, e selecione melhor os pedidos de amizade que recebo. Não preciso temer nada que alguém tenha a dizer sobre mim ou sobre a minha reputação, porque eu sei muito bem quem eu sou. Não tenho sujeira escondida debaixo de tapetes, não banco a boazinha. Não sou HIPÓCRITA. Detesto gente hipócrita, que se finge de santa enquanto destila veneno pelos cantos e caminhos alheios. 

Fiz isso pela minha saúde, e não por temer ameaças de velhas fuxiqueiras siririquentas de mentes apodrecidas. Que ela encontre pelo caminho exatamente aquilo que espalha.

MORNA






Não gosto daquilo que é morno,
Das palavras sibiladas entre os dentes,
Das pessoas que não dizem o que sentem.

Não gosto de espelhos com pouco aço
Que refletem falsas imagens
De rostos doentes.

Detesto as mensagens em mormaço,
Que não comunicam, só insinuam,
Deixando vago o que foi dito.

Não gosto de gargantas entupidas,
Que incham, como as dos sapos,
Enquanto sufocam seus gritos.

Sim é sim, não é não;
Este é o meu lema.
para mim,
Existem sim, o certo, o errado,
O franco, o dissimulado,
O começo, o fim.

Não me movimento como as cobras,
Que se livram das sobras de pele
Sujando o caminho de quem passa.

Prefiro ser pássaro livre,
Que voa por cima;
Eu não aceito ameaças.

Sei que nem todo mundo me aguenta,
Mas quem realmente tenta,
Me conhecerá a fundo.

Verá que eu sou mais do que dizem,
Menos do que insinuam,
E que é vasto o meu mundo.


Deixe as pedras no chão
Ao bater à porta da minha casa,
Ou então... te ponho para fora!

E se existe em mim alguma coisa
Em que podem confiar, 
É na minha palavra.





terça-feira, 12 de março de 2019

Um Dia










Um dia é só um dia,
Pó que cai sobre as prateleiras do tempo.
Um dia após outro dia, após outro dia, após outro dia...

Um olhar pode durar um segundo,
E mesmo que nunca haja um segundo olhar,
Ele pode ficar para sempre, para sempre, para sempre...

Como a vida é estranha,
Como a vida é sagrada,
Como a vida se entranha,
E faz eterna morada
Nas coisas incompreendidas!





A Cidade das Luvas Perdidas







Penduradas nas grades do Central Park,
Caídas nas calçadas, sem um par,
Sobre a neve, sob a chuva e a geada,
Jazem as luvas esquecidas que alguém deixou cair.

Nunca mais serão usadas em nenhum aceno,
Não serão colocadas nos bolsos,
Após tiradas às pressas numa loja quente,
Por alguém que inconscientemente se despoja
De um acessório inconveniente.

A quem pertenceram essas luvas caídas? 
São pretas, marrons, cinzentas, 
Verdes, de lã, de couro, de feltro,
De grife, ou de “street vendors,”
Todas têm em comum uma caraterística ímpar:
Seus pares se foram, e elas, ficaram esquecidas.

Às vezes, acabam nas mãos estendidas
De bonecos de neve, dedos em galhos
Frangalhos fotografados por turistas,
Os fios usados nos ninhos dos esquilos.

Nas calçadas da Times Square, na Quinta Avenida,
Elas são pisoteadas, varridas pelo vento, congeladas,
Até que alguém as descarte finalmente,
E elas nunca mais sejam vistas,
 -Como se fossem pessoas falecidas.




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FOFOCA

A fofoca, que muitos consideram apenas como uma conversa informal a respeito da vida alheia (e algumas vezes ela até pode ser considerada co...