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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Wyna, Daqui a Três Estrelas





Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cujo resumo se encontra abaixo: 


 

A estória narrada neste livro trata acerca de uma sucessão notável e singular de

belíssimas e sublimes experiências oníricas vividas e experimentadas no decorrer de

toda a sua vida por um terráqueo que foi escolhido e preparado por seres muito

evoluídos espiritualmente dos mais altos planos cósmicos, em virtude de suas

qualidades especiais e pelo fato de possuir uma mente cósmica, para o contato com uma

belíssima, encantadora, magnética e fascinante mulher alienígena cujo planeta natal se

encontra no sistema estelar de Antares, a qual se chama Wyna. No decorrer da trama o

terráqueo é preparado e treinado de forma gradual e cada vez mais intensa para o

contato com a Wyna, com o fim último de ambos realizarem uma missão conjunta de

grande importância para a garantia da ocorrência da linha do tempo do futuro positivo e

brilhante da Humanidade terrestre.


E agora, uma curta entrevista para sabermos mais sobre o autor e seu livro.


1- Quando você começou a escrever, e o que o motivou? 

Eu comecei a escrever o livro há sete anos e o que me motivou foram um conjunto de sonhos lúcidos que eu tive desde que eu tinha 9 anos de idade e que se verificaram no decorrer de toda a minha vida sobre a Wyna. Sendo que o melhor sonho que eu tive sobre a Wyna foi justamente o que eu tive há 21 anos atrás quando sonhei que me casei com ela e foi um sonho tão belo, sublime e fantástico que me motivou tanto a ponto de fazer com que surgisse o sonho de publicar um livro sobre a Wyna.


2- Este é o seu primeiro livro?

Sim, é o meu primeiro livro no gênero literário da ficção científica mas há 14 anos atrás eu já havia publicado um livro na área acadêmica do Direito.


3- Por que você escreve?

Eu escrevo porquê os sonhos sobre a Wyna foram tão bonitos, entusiasmantes e sensacionais que me impulsionaram e me motivaram a escrever sobre a Wyna que foi um meu grande sonho que eu realizei.


4- Como você encontrou inspiração para criar os personagens do seu livro?

 Encontrei inspiração primeiramente nas imagens, visões e nas maravilhas que vi em todo os meus sonhos lúcidos sobre a Wyna e também com base na minha imaginação e criatividade.

5- Sua história é uma ficção ou você acredita que exista vida em outros planetas?

Sim, mas a estória fictícia do meu livro reflete a minha convicção de que é óbvio que existe vida num Universo tão grande.


6- O que você diria para quem quer começar a escrever?

Eu sugeriria a todos aqueles que estão começando a escrever que sigam e persigam os seus sonhos e e que se deixem levar pela imaginação ou seja deem asas asas a imaginação e usem a criatividade ao máximo.


7- O que você diria sobre o mercado editorial hoje? Quais são as maiores dificuldades enfrentadas por quem deseja publicar?

Não posso dar uma resposta objetiva a este pois não conheço com a devida profundidade o mercado editorial, mas acredito que todos enfrentam dificuldades de mais diversa natureza tendo se a grande complexidade do ato de e da arte de escrever.


8- Quais autores lhe serviram como inspiração ao começar a escrever?

Um dos autores que muito me inspiraram no decorrer de minha vida foi o grande e famoso escritor britânico Arthur C. Clarke um dos maiores mestres do gênero literário da ficção científica cujas obra deu origem ao clássico filme de ficção científica - 2001, Uma Odisseia no Espaço e também os mais diversos autores de vanguarda da ficção científica do século XXI.


9- Aonde você deseja chegar como autor? 

 Eu também já tenho quase concluída a continuação da estória deste meu primeiro livro de ficção científica e espero publica-lo também futuramente como também outros livros do gênero literário da ficção científica. Ou em outras palavras desejo continuar a escrever livros de ficção científica.


10- Onde seu livro está disponível?

O meu livro de ficção científica está disponível para ser adquirido nos mais diversos sites, dentre os quais o da Editora Dialética, o da Amazon e o do Submarino.

Boa sorte, Gabriele. Desejo-lhe sucesso!






terça-feira, 3 de setembro de 2024

DIZER A VERDADE, SER VERDADEIRO






Quem diz a verdade a si mesmo é incapaz de mentir a quem quer que seja. 


Vejo muitas pessoas que procuram desculpas para justificar as decisões que elas próprias tomam, sempre apontando outras pessoas como responsáveis pelos seus feitos e escolhas. Tais pessoas não estão seguras sobre suas próprias decisões, e atribuem aos outros o papel de as terem 'forçado' a seguir este ou aquele caminho, pois se nada der certo, poderão atribuir ao outro a culpa pelas suas más escolhas.


Pessoas assim não refletem e nada aprendem, pois jamais admitem terem errado. Dizem-se sempre vítimas das circunstâncias. 


Há pouco tempo, alguém me disse: "Tomei tal decisão porque será melhor para mim e para você, já que você não está mais satisfeita com o meu trabalho." Dei a ela a única resposta que eu poderia ter dado: "Essa é a sua escolha, e a sua decisão. Eu nunca disse tal coisa. Vá em paz e obrigada." Eu quis deixar bem claro a ela que eu nada tive a ver com a escolha que ela mesma fez.


Por que as pessoas não dizem a verdade a si mesmas? 


Quando alguém se afasta de mim de forma tão súbita e sai batendo o pé, eu não pergunto jamais o motivo, nem tento impedi-las; considero um livramento. Afinal, eu rezo todos os dias e peço a Deus que afaste de mim as pessoas falsas, mentirosas e invejosas. Não posso lamentar quando Deus me ouve. 


 



quarta-feira, 5 de julho de 2023

ABANDONE A ESPERANÇA

 

 

 

ABANDONE A ESPERANÇA

 

Em seu livro "Palavras Essenciais" Pema Chödrön nos diz que do outro lado da esperança está o medo, e que onde há esperança há também o medo. Uma coisa não existe sem a outra.

 

Talvez seja o caso de não ter esperanças, e sim, fé, essa palavrinha tão pequenininha e difícil de se entender (e que não tem nada a ver com religiosidade, embora possa estar presente nela). A gente joga tudo no Universo, que sabe de tudo muito melhor do que a gente, e espera - mas sem ter esperanças. 

 

A gente apenas aguarda sabendo que existe uma inteligência por trás de todos os acontecimentos, e que não somos queridinhos mimados de ninguém para pensarmos que apenas por desejarmos que algo aconteça, acontecerá. A gente aguarda com paciência, mas mantendo sempre uma boa dose de maturidade e resiliência, pois é impossível manipular o futuro.

 

No final, seja qual for o resultado, só nos resta agradecer e aprender. 

 

 



quinta-feira, 1 de junho de 2023

O LIVRO VERMELHO

  

 





Estou lendo (há alguns meses, por falta de tempo e também pela complexidade de suas mais de quinhentas páginas) O Livro Vermelho, de C.G. Jung. Neste livro, o renomado psiquiatra fala sobre a sua busca por si mesmo, utilizando-se de imagens arquetípicas e de personagens bíblicos, históricos ou mitológicos. Não é um livro fácil, para se ler antes de dormir, e nem um livro para "se distrair" um pouquinho. É complexo, como todos os livros de Jung que já li. O próprio afirmou que este livro não tem como propósito guiar a ninguém, e que cada um deveria escrever seu próprio Livro Vermelho.

 

A edição com ilustrações é enorme e caríssima (já vi à venda por mais de mil reais), então, por motivos óbvios, comprei a edição simples e baixei algumas das figuras do livro ilustrado - as que consegui encontrar online. As figuras não me dizem nada, e acredito que elas seja muito íntimas e só faça sentido para o próprio Jung. 

 

Gostaria de deixar aqui algumas passagens do livro que realmente adorei e que me tocaram profundamente. Não seria tão pretenciosa ao ponto de tentar resenhar alguém a quem jamais alcançarei totalmente.

 

"Nós precisamos do frio da morte para que vejamos claramente. A vida quer viver e morrer, começar e terminar. Tu não és forçado a viver eternamente, mas também podes morrer, pois para ambas as coisas há uma vontade em ti.

Vida e morte devem manter em tua existência o equilíbrio. As pessoas de hoje precisam de um grande pedaço da morte, pois coisa incorreta demais vive nelas, e coisas corretas demais morrem nelas. (...) Quando aceito a morte, reverdece minha árvore, pois a morte intensifica a vida. Se eu me concentro na morte global, meus botões se abrem. Quanto nossa vida precisa da morte!"

 

"Um ser humano vive em dois mundos. Um demente vive aqui ou lá, mas nunca aqui e lá."

 

(...) Por isso vês aqueles sábios correndo atrás de reconhecimento de modo ridículo e desprezível. Ficam ofendidos quando não se menciona  seu  nome, desolados, quando alguém diz melhor a mesma coisa, intransigentes, quando alguém muda uma coisinha em sua opinião. Se fores a uma reunião de pessoas sábias, verás esses velhos lastimáveis com seus grandes méritos e suas almas famintas, que estão sedentas de reconhecimento, mas que nunca conseguem mitigar sua sede. A alma exige tua tolice, não teu saber."

 

"Tu não podes estar na montanha e no vale, mas teu caminho leva-te da montanha para o vale e do vale para a montanha. Muita coisa começa divertido e conduz para a escuridão. O inferno tem círculos."

 

"Quem possui a ventura e desventura de um dom especial, sucumbe à ilusão de ser ele mesmo esse dom. Por isso ele é também muitas vezes seu próprio bufão. Um dom especial é algo fora de mim. Não sou a mesma coisa que ele. A natureza do dom não tem nada a ver com a natureza da pessoa, que é seu portador. Ele vive muitas vezes às custas do caráter do seu portador."

 

"Faz parte de tua salvação que desaprendas as diferenças, exceto esta da direção. Assim te libertas da antiga maldição do conhecimento do bem e do mal.  Porque separaste, de acordo com a tua melhor opinião, o bem e o mal e só atentaste para o bem e renegaste o mal, que apesar disso praticaste e não o tomaste sobre ti, tuas raízes não mais sugaram a escura nutrição da profundeza, e tua árvore ficou doente e secou."

 

"O forte tem a dúvida, mas a dúvida possui o fraco."

 

"Pelo fato de haver tantos abaixo de nós que podem dizer tudo, repara como vivem. O que  dizem pode significar muito ou bem pouco. Pesquise por isso sua vida.

Meu discurso não é claro nem escuro, pois é o discurso de alguém em crescimento."

 

"Existem tramas infernais de palavras, somente palavras, mas o que são palavras? Sê cauteloso com palavras, escolhe-as bem, toma as palavras precisas, palavras sem armadilhas, não as entrelacem para que não surja nenhuma trama, pois tu és o primeira que nela se enreda. Pois palavras têm significados. Nas palavras puxas para cima o submundo. A palavra é o mais nulo e o mais forte. Nas palavras correm juntos o vazio e o cheio. Por isso, a palavra é uma imagem de Deus. A palavra é o máximo e o mínimo que o ser humano criou, assim como aquilo que atua através do ser humano é o maior e o menor."

 

"Deus não é feliz sozinho na Sua divindade, mas deve nascer na alma do ser humano."

 

"O caminho, ou seja lá o que for sobre o qual caminhamos, é nosso caminho, o caminho certo. Não há nenhum caminho traçado para o futuro. Nós dizemos que é este o caminho, e ele o é. Nós construímos as estradas enquanto caminhamos. Nossa vida é a verdade que procuramos. Só minha vida é a verdade, a verdade em geral. Nós criamos a verdade enquanto a vivemos."

 

"Nada te protege do caos, a não ser a aceitação."

 

"A loucura é uma forma especial de espírito que adere a todas as teorias e filosofias, mais ainda à vida de todo dia, pois a própria vida está cheia de tolices e é essencialmente irracional. O ser humano só luta pela razão a fim de que possa criar regras para si. A vida mesma não tem regras. Este é seu segredo e sua lei desconhecida. O que tu chamas de conhecimento é uma tentativa de impor à vida algo compreensível."

 

"Nós somos uma geração cega. Vivemos na superfície, só no hoje e pensamos só no amanhã. Agimos cruamente com o passado, não nos importando com os mortos. Só queremos fazer trabalhos com resultados visíveis. Queremos sobretudo ser pagos. Pareceria absurdo fazermos um trabalho oculto que não servisse visivelmente às pessoas. (...) Existe uma necessária, mas escondida e peculiar, uma obra prima que tu precisas realizar em segredo por amor aos mortos. (...) Não olhes demais para frente, mas para trás e para dentro, para que não deixes de ouvir os mortos. (...) Eu cresço na verdade quando desço. Acostuma-te a estar sozinho com os mortos. É difícil, mas exatamente assim descobrirás o valor de teus semelhantes vivos."

 

"Quando aceito em mim o ínfimo, enterro um germe no chão do inferno. O germe é invisivelmente pequeno, mas dele nasce e cresce a árvore da minha vida, que liga o inferior ao superior. Em ambas as extremidades há fogo e calor máximo. O superior está em fogo e o inferior está em fogo. Entre os fogos insuportáveis cresce a tua vida. Entre estes dois polos estás dependurado. Num movimento aterrador sem limites oscila para cima e para baixo o pendente distendido."

 

"Se quiser entender de fato o Cristo, devo considerar como Cristo viveu realmente sua própria vida e que não imitou ninguém. Ele não imitou modelo algum.

Se eu, portanto, seguir verdadeiramente o cristo, não sigo a ninguém, não imito ninguém, mas trilho meu próprio caminho, nem me denominarei mais Cristão."

 

"Quando o pensar leva ao impensável, é tempo de voltar à vida simples. O que o pensar não soluciona, isto a vida soluciona, e aquilo que o fazer nunca decide, está reservado ao pensar. Se eu, de um lado, tiver subido ao mais elevado e mais difícil, mas quiser atingir uma ascenção para mais alto ainda, o verdadeiro caminho não vai para o alto, mas para o fundo. Pois só meu outro me conduz para além de mim mesmo. Mas aceitar o outro significa uma descida para o contraditório, do sério para o ridículo, do triste para o alegre, do belo para o feio, do puro para o impuro."

 

"Leva teu Deus junto. Leva-o para baixo, à tua terra escura, onde moram as pessoas que toda manhã esfregam os olhos, mas que sempre enxergam a mesma coisa e nunca a outra coisa. Leva teu Deus para baixo, ao vapor prenhe de veneno, mas não como aqueles cegados, que querem iluminar as trevas com lâmpadas, a esses as trevas não entendem, mas leva secretamente teu Deus para o teto hospitaleiro. Pequenas são as cabanas das pessoas, e apesar da sua hospitalidade e boa vontade, não podem receber o Deus. Por isso não espere até que mãos brutalmente inábeis despedacem teu Deus, mas envolve-o de novo, amorosamente, até que Ele tenha assumido a forma do primeiro de todos os seus começos. Não deixe que um olho humano veja o Bem-amado, terrivelmente magnífico no estado de sua doença e impotência. Lembra-te de que os teus concidadãos são animais, sem o saberem. Enquanto caminham em suas pastagens ou ficam deitados ao sol, ou amamentam suas crias, ou se acasalam, são belas e inofensivas criaturas da preta mãe terra. Mas quando aparece o Deus, começam a enfurecer-se, pois a proximidade do Deus gera fúria. Tremem de medo e raiva e lançam-se de repente numa batalha fratricida, pois um fareja no outro o Deus próximo. Esconde portanto o Deus que trouxeste contigo.  Deixe que se enfureçam e dilacerem mutuamente. Tua voz é muito fraca para que os raivosos a possam escutar. Por isso não fales e nem mostres o Deus, mas senta-te num lugar ermo e canta as encantações de acordo com a maneira bem antiga:

 

Coloca diante de ti o ovo, o Deus em seu princípio,

E contempla-o, 

E com teu olhar de calor mágico, choca-o."

 

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segunda-feira, 13 de março de 2023

AVE MARCIANA - Edmund Cooper

 


Gostaria de deixar claro de que este texto não se trata de uma resenha, mas de uma reflexão. Contém  spoilers.



Quando eu era criança – oito anos de idade, para ser mais precisa – meu avô por parte de mãe faleceu. Ele tinha 71 anos, e deixou-nos um pequeno legado de livros, mas infelizmente, a maioria deles foi relegada a uma enorme fogueira em um dia fatídico no qual minha mãe precisou sair e minha irmã adolescente decidiu fazer uma faxina na casa. Entre os livros, havia uma coleção completa de Henry Durville, “A Sciência Secreta” (Com ‘sc’ porque era assim que se escrevia ‘ciência’ na época), edição 1929, um livro sobre Rosa Cruz, outros sobre espiritismo e um livro de bolso – um romance  de ficção científica, com o título Ave Marciana, de Edmund Cooper, edição de 1967. Dos livros acima citados, apenas este último e três fascículos da coleção de Henry Durville foram salvos da Inquisição literária promovida por minha irmã, pois minha mãe chegou em casa antes que a toda a sentença fosse executada.

Eu peguei no chão o livro Ave Marciana, e limpando da capa a fuligem, fui para um canto e comecei a lê-lo. Acho que eu tinha 9 anos. Não consegui tirar os olhos do livro. A história era sobre seres humanos que, partindo da Terra em 2025, foram parar em um planeta distante após 26 anos de viagem nos quais permaneceram em suspensão a maior parte do tempo. Sendo assim, não envelheceram. Foram parar em Altair 5, um planeta onde a vida estava saindo do estado primitivo, e as pessoas ainda demonstravam certa selvageria, executando sacrifícios humanos para aplacar Aru-re, o seu deus sedento de sangue. Dos que chegaram ao planeta, apenas um sobreviveu: Paul Marlowe, ou Por-me-lo, como ficou sendo chamado pelos habitantes do planeta. E ele sobreviveu justamente por sua decisão de tentar compreender os hábitos locais, adaptando-se a eles, sem julgá-los ou tentar modificá-los, por saber que a população não estaria preparada para tal.

Ao terminar o livro, com um nó na garganta, pois muita coisa ali fazia um sentido enorme para mim (sentido esse que eu não sabia expicar aos nove anos de idade), apenas alguns meses depois eu o reli. E acho que o reli ainda mais algumas vezes, pois reler um livro onde seus personagens preferidos morrem no final, faz com que eles temporariamente ressuscitem. É como rever velhos amigos.

Quando me casei, minha mãe tinha ido morar com minha irmã, e outra leva de livros foi queimada na transição – entre eles, Ave Marciana e meus velhos amigos que moravam nele. Passei anos da minha vida tentando encontrar outra edição do livro sem obter sucesso, até que recentemente digitei Edmund Cooper no Google e consegui achar sua edição em inglês, intitulada A Far Sunset. Baixei a versão e-book na Amazon.

É incrível o quanto a gente redescobre coisas velhas e descobre coisas novas ao reler um livro após muitos anos, e após muitas mudanças na nossa capacidade cognitiva e na nossa vida pessoal. Ave Marciana estava ali, com todos os seus personagens, e nuances importantes que eu não tinha notado nas primeiras leituras. Os personagens pareciam mais fortes e coesos, e me falavam de forma bem mais eloquente. Foi emocionante o encontro de Paul Marlowe, ou Pol-mer-lo, com a nave mãe do planeta Marte, que telepaticamente contou a ele as origens de todos os povos do Universo, inclusive a humana, e a conexão entre todos eles. Uma nave que mantinha contato com outras naves, escondidas em outros planetas, onde as civilizações que lá chegaram eram mais ou menos evoluídas, ou tinham sido extintas. A nave contou a ele que as questões que as pessoas tinham sobre quem tinha quatro dedos ou cinco dedos nas mãos tiveram origem há centenas de anos, em um tempo onde absolutamente todos tinham cinco dedos nas mãos.

A nave telepática era Aru-re - Deus. Era ela que determinava tudo o que acontecia na superfície de Altair 5. Era com ela que os seres vivos se comunicavam, achando que o faziam com um ser transcendental. Ela era a origem das sementes que se espalharam no Universo para tentar salvar o que restara da civilização marciana após a destruição da vida no planeta Marte.

O final da história, apesar de tê-la lido tantas vezes, foi surpreendente, pois na época em que li pelas primeiras vezes, não entendi a motivação de Paulo Marlowe em permanecer no planeta, mesmo após ter tido a única chance de retornar à Terra, e mesmo sabendo que tendo se tornado rei daquele povo, representante direto do deus Aru-re, seria sacrificado para que outro rei pudesse surgir, e Aru-re, renascer nele, como mandava a tradição. Desta vez, compreendi os motivos de Pol Mer-lo e a morte de Paul Marlowe.

Ainda vou reler “A Far Sunset.”  Este livro me levou de volta a lembranças da minha infância, meu avô, minha família, a casa onde morávamos, cenas de minha vida que eu já tinha perdido. Ele reacendeu em mim a inocência daquela época, e também mostrou que um bom livro será sempre um bom livro, não importa quantas vezes alguém o tenha lido, e sempre mostrará algo novo que o leitor não tinha percebido na leitura anterior.





EDMUND COOPER




segunda-feira, 27 de setembro de 2021

RESENHA - O QUINTO COMPROMISSO






O QUINTO COMPROMISSO - Um Guia Prático Para o Autodomínio

Por Don Miguel Ruiz & Don Jose Ruiz

Editora Best Seller

16@ edição, ano 2021

186 páginas

 

Qual é a sua missão de vida? Por que você está aqui? 


Após o livro Os Quatro Compromissos - O Livro da Filosofia Tolteca - os autores lançaram O Quinto Compromisso como uma complementação do primeiro livro.


Os Toltecas eram um povo Mexicano pré-colombiano, que dominou o México central entre os séculos X e XII, conhecidos como "Homens e Mulheres de Sabedoria." Os antropólogos fala deles como se fossem uma raça, mas na verdade, segundo os autores do livro, eles eram "Cientistas e artistas que se associaram para explorar e conservar a sabedoria espiritual e as práticas dos antigos."


No livro O QUINTO COMPROMISSO, os autores discursam sobre temas de cunho transcendental, de maneira simples e objetiva. Eles entendem que a fim de podermos realmente cumprir a nossa missão nesta Terra, precisamos estar atentos aos quatro Compromissos, que são:


- Seja impecável com a sua palavra > As palavras têm imenso poder e não devem ser usadas de modo leviano. Diga apenas quilo em que acredita e use corretamente a sua energia.


-Não leve nada para o lado pessoal > Quando alguém fala de você, na verdade está expondo a si mesmo. Aprenda a tornar-se imune às opiniões alheias;

- Não tire conclusões > Atenha-se à realidade imediata, seja transparente e ignore o que há de nebuloso ou mal-explicado;


Sempre dê o melhor de si >  Em qualquer circunstância, faça o melhor que puder;


E o quinto compromisso, do qual este livro fala mais especificamente, que é: 


- Seja cético, mas aprenda a ouvir > Não confie em si mesmo e em ninguém. Aproveite-se do poder da dúvida e questione tudo o que ouvir.


Em tempos de fake news e divisões, esse livro vem a calhar, pois nos convida a prestar atenção,  a duvidar, a querer saber mais. Embora lançado pela primeira vez em 2010, o livro foi revisto e atualizado, e nas últimas páginas, há uma referência ao mundo virtual que não sei se consta na edição original, pois é uma visão bastante moderna.


Nos dizem que temos que ser magros e sarados, acreditar nesta ou naquela religião, comer isto ou aquilo porque é mais saudável, ter uma casa como as de revista, cabelos lisos e loiros, ou negros e cacheados, defender esta ou aquela inclinação política, enfim, nos dizem o tempo todo COMO PENSAR E COMO SER. Nem nos damos conta disto, na maior parte do tempo. Porque? Porque estamos adormecidos, seguindo a turba, concordando, discordando, tomando lados que não são os nossos e nem têm a ver com a nossa missão. Seguimos dormentes, sem questinar se as  nossas crenças são realmente nossas ou se foram incutidas por digital influencers, coaches, políticos, redes de TV, imprensa, atores e pessoas famosas, líderes religiosos, membros da família e da sociedade. Quem somos se perde de nós. Nós nos perdemos de quem somos.


Em uma parte do livro, o autor diz que muitos pensam que estamos aqui a fim de aprender, e ele rebate: estamos aqui para DESAPRENDER!


Algumas passagens interessantes que eu posso destacar: 


"A missão que você tem, e isso vale para todos nós, é tratar de ser feliz. O "como" pode surtir das milhões de maneiras diferentes de fazer o que você gosta, mas a sua missão de vida é aproveitar cada momento dela. Sabemos que mais cedo ou mais tarde nossos corpos físicos não existirão mais. Nós só temos alguns alvoreceres, alguns pores de sol e algumas luas novas para curtir. Esse é o nosso momento e estar vivo, de estar completamente presente, de se divertir e de divertir os outros."


"Uma vez que você se aceite completamente, estará pronto para aproveitar a vida. Não haverá mais julgamento, não existirá mais culpa, nem vergonha, nem remorsos."


"Nós dificultamos muito a vida quando tentamos nos sacrificar or outra pessoa. É claro que você não está aqui para se sacriicar por alguém. Você não está aqui para satisfazer as opiniões ou aos pontos de vista dos outros."


"Os seres humanos lançam feitiços principalmente sobre as pessoas que mais amam, e quanto mais autoridade nós tivermos, mais poderosos serão os feitiços. Autoridade é um poder que um ser humano tem de controlar outros humanos e fazê-los obedecer. Você pode se ver como uma criança que tem medo da autoridade. Também pode ver adultos tendo medo da autoridade. Palavras faladas com autoridade transformam-se em feitiços poderosos que afetam outros seres humanos. Por que? Porque nós acreditamos nessas palavras."


"...Então o que eu digo talvez seja verdade ou não, mas talvez o que você acredita pode não ser verdade. Sou apenas metade da mensagem; você é a outra. Sou respnsável pelo que eu falo, mas não pelo que você depreende; você sim. Você é responsável pelo que uqer que ouça em sua cabeça, já que é quem dá sentido a todasa s palavras que você ouve."



"Não leve nada para o lado pessoal é uma bela ferramenta de interação com sua própria espécie, de ser humano para ser humano. E é um grande passaporte para a liberdade pessoal, porque você não pecisa mais regular sua vida em função da opinião dos outros."


"Sua mente é cheia de conhecimento, mas como você o usa?  Como você usa as palavras ao se descrever? Quando você se olha no espelho, gosta do que vê ou julga seu corpo usando todos aqueles símbolos para contar mentiras sobre si mesmo? Será que é realmente verdade que você é alto demais, pesado ou magro demais? Será que é realmente verdade que você não possui beleza? Será que é realmente verdade que você não é perfeito simplesmente do jeito que você é?"






segunda-feira, 5 de julho de 2021

"Por que Você Faz as Coisas que Faz?"





Tem gente que vive para questionar os motivos dos outros. quanto a mim, existem três motivos básicos pelos quais eu faço as coisas que eu faço. São eles:


- Eu quero

- Eu gosto

-Eu posso


Eu quero - Quando eu faço alguma coisa , seja lá o que for, é importante perguntar a mim mesma se eu quero fazer aquilo extamente naquele momento, por aqueles motivos e daquele jeito. A maioria das coisas que a gente faz, penso eu, devem nos trazer algum tipo de satisfação pessoal. Então eu faço alguma coisa porque eu quero, em primeiro lugar.

Eu gosto - Como já afirmei acima, para mim o prazer em fazer alguma coisa deve ser a minha maior motivação. Se eu decido escrever um texto, por exemplo, meu objetivo é sentir prazer e passar momentos agradáveis fazendo algo que eu gosto. Quando eu sei que estou dedicando algumas horas a uma atividade qualquer - mesmo que ela não seja considerada 'construtiva' pela maioria das pessoas - mas que ela me deixa feliz e relaxada, não sinto que eu esteja perdendo tempo. 

Meu blog de contos, por exemplo; escrevo contos, embora eu saiba que eu não sou nenhuma escritora maravilhosa. Escrevo porque eu gosto de criar personagens e soltar a imaginação, não porque pretendo ficar famosa ou ganhar dinheiro. Mesmo que ninguém leia, o prazer de escever é o que me move. Portanto, poupe seu tempo e não venha me perturbar ou me aconselhar, dizendo que meus textos são longos, etc, etc, porque é bem mais fácil simplesmente não ler aquilo que não lhe agrada a perder seu tempo e azedar o dia de outra pessoa postando um comentário tão imbecil em um texto que você nem leu porque era longo demais.

Eu posso - Este é o meu terceiro motivo. Eu posso. Eu tenho o direito. Sou maior, vacinada e sei o que eu quero, e quais são os meus direitos, e desde que eu não esteja a prejudicar ninguém, posso ir até aonde eu quiser. Simples assim.


Tem gente que nem é seguidor, é perseguidor. Parece que estão sempre lá, vendo tudo o que os outros fazem online, achando que tudo é sobre eles ou para eles ou por causa deles. Acho que essa atitude é uma perda preciosa de tempo e energia.


Tenho ficado online muito menos tempo do que antigamente, porque eu hoje não me acho na "obrigação" de postar sempre, visitar sempre, comentar sempre tudo o que eu leio. Só faço o que me trouxer prazer. Minhas intenções de me tornar escritora já minguaram, pois quem escreve online desde 2007, já participou de tantas antologias de poemas, crônicas e contos, ganhou até prêmios, escreveu e publicou livros e mesmo assim não conseguiu nada através da literatura em direção a ser contratado por uma editora, ou é um péssimo escritor (não nasceu para isso) ou tem outras missões na vida que não esta.

Portanto, a única coisa que me move a escrever é o prazer. Quando ele terminar, eu paro.




quinta-feira, 20 de agosto de 2020

PARA QUEM AMA FALAR SOBRE CASAS


 Olá, pessoal!


Hoje eu venho compartilhar o link de meu novo vídeo no meu canal O 'X' DA QUESTÃO." É sobre um livro que adquiri há algum tempo e até fiz uma postagem no blogger sobre ele: Casa Natural, de Carlos Solano.

Para quem gosta de sentar-se na rede calmamente, com um livro lindo nas mãos - lindo no conteúdo e na estética -  e tirar uma tarde de muita calma, paz de espírito e aprendizado. Eis o link:


https://youtu.be/7_jxDZVlC6k





sábado, 8 de agosto de 2020

SETE MINUTOS DEPOIS DA MEIA-NOITE

 




SETE MINUTOS DEPOIS DA MEIA-NOITE

Título original:  A MONSTER CALLS

Autor: Patrick Ness

O filme homônimo foi estrelado por Lewis MacDougall, Sigourney Weaver, Felicity Jones, Toby Kebbell e Liam Neeson.


Conor O'Malley (Lewis MacDougall) é um menino de 12 anos de idade que está em uma péssima fase de sua vida, na qual enfrenta, ao mesmo tempo, a péssima performance na escola associada ao bullying que vem sofrendo, à ausência do pai, ao mal relacionamento com a avó e à deterioração da saúde da mãe, acometida por um câncer em fase terminal. 

O’Malley precisa amadurecer muito rapidamente, tomando para si responsabilidades que deveriam ser assumidas por adultos, como cozinhar, cuidar da casa e ajudar a mãe doente, até que sua avó – mãe de sua mãe – vem para ajudar. Porém, a presença autoritária da avó causa ainda mais conflitos, e a chegada do pai, que vive nos Estados Unidos com sua nova família, também não parece ajudar. 

É quando um monstro enorme, surgido na forma de uma velha árvore que está plantada no terreno da igreja nos fundos de sua casa,  aparece para ele, e promete contar ao menino três histórias, dizendo-lhe que ao final da terceira, o menino terá que contar a sua própria história e revelar a sua verdade. 

A história é magnífica, inesperada, tocante, comovente e reveladora. Esteja preparado para derramar muitas lágrimas e reviver muitas de suas próprias histórias.


FM DA RESENHA


Minha opinião pessoal sobre a história-


Eu me senti representada pelo O’Malley da história, pois lembrei de mim mesma quando passei pela perda de minha mãe. As muitas idas ao hospital, as muitas semanas de noites mal-dormidas ao lado dela, sentada em uma cadeira, observando seu sofrimento e esperando que ela melhorasse – ou, a terrível verdade, que algo acontecesse e mudasse a situação – me levaram a me sentir totalmente identificada com o menino da história, o que me causou a catarse final que eu precisava para me libertar dos meus próprios monstros, mesmo oito anos após a morte de minha mãe.


Do lado de fora do hospital, as coisas também iam de mal a pior, e ir para casa de manhã, sendo substituída por uma de minhas irmãs, não me trazia nenhum alívio. 


A história me ajudou a entender que todos temos monstros dentro de nós que precisam ser encarados e ouvidos a fim de que aprendamos que, afinal, somos todos muito parecidos em nossos dramas e perdas, e que aquilo que consideramos monstruoso dentro da gente, na verdade, é apenas o nosso lado humano. Olhar para esse lado não é fácil, e entende-lo, muito menos; mas quando finalmente fazemos isso, sentimos um alívio enorme, pois compreendemos que é normal chorar, é normal não aguentar tudo que acontece e enlouquecer de vez em quando, e acima de tudo, é normal desejar o fim do próprio sofrimento.


 E é normal não tentar ser um super-humano que aguenta tudo sozinho e que sente vontade de mandar para o inferno todos aqueles que pensam que é nossa obrigação carregar seus problemas para eles – e manda-los para o inferno de fato, sem sentir culpa. Sete Minutos Depois da Meia-Noite é uma história e tanto. A história que eu gostaria de ter escrito, e confesso que eu tinha material para cria-la.




terça-feira, 31 de março de 2020

25 FILMES PARA ASSISTIR NA NETFLIX E NA AMAZON PRIME ANTES DA QUERENTENA ACABAR




Preparei essa listinha de filmes que assisti e achei maravilhosos, e que estão disponíveis na Amazon Prime e na Netflix. Ajudam a passar o tempo, divertem ou ensinam – ou as três coisas ao mesmo tempo!

Vamos à listinha! A ordem escolhida é aleatória, não quer dizer que os filmes que estão no começo são melhores / piores que os demais, ok? Também não farei resenhas ou escreverei resumos, pois não é este o objetivo do texto. São apenas indicações.

1- Palmeiras na Neve – (Netflix) - Um filme bastante longo e maravilhoso! Uma história de amor complicada em tempos de racismo e divisão de classes sociais. Inesquecível.

2- O Irlandês – (Netflix) - Uma história de mafiosos, sensacional - também muito longo, quase três  horas de filme. Divertido, engraçado, trágico e coroado pelo protagonismo de ninguém mais, ninguém menos que Robert De Niro!



3- Greta (Amazon Prime) – História de suspense, sobre uma amizade improvável que mais tarde se revela perigosa. Não poderia deixar de citar o desempenho impecável  da bela atriz francesa Isabelle Ruppert.

4- História de um Casamento – (Netflix )- Amei este filme! Comovente, conta a história de um casamento que termina. Final de cortar o coração.

5- Dracula – (Amazon Prime) – Uma série curtinha que pode ser descrita como de terror, mas extremamente bem feita e com uma ‘big’ lição de moral no final. Gostei muito do desempenho dos atores, cenários e figurinos também.

6- Uma Beleza Fantástica – (Netflix) – Uma menina que tem medo de jardins e de plantas. Uma história de amor e de amizade também. Descobertas, lições, enfim: lindo demais!!! Não deixem de assistir.




7- A Pior das Bruxas (Netflix) – Série em três temporadas.  Uma historinha de bruxas para crianças que vai mantê-las entretidas por algum tempo. Adoro!

8- Stranger Things (Netflix) – Série com três temporadas. Apesar de ser dirigida ao público jovem, adorei assistir às aventuras da garotada na telinha! A história se passa nos anos 80 e é muito bem ambientada. Quantas lembranças me despertou!

9- Spinout – (Netflix) – Série em uma temporada para quem adora patinação no gelo, como eu! Uma história de amor e de conflitos familiares que mostra que ninguém é tão perfeito ou tão ruim quanto parece.




10- A Trincheira Infinita (Netflix) – Filme longo, com mais de duas horas de duração, que conta a história de um homem que passou mais de trinta anos escondido em um buraco na própria casa, a fim de evitar ser pego pela Ditadura de Franco. Angustiante, a história é baseada em fatos reais.

11- Freud – (Netflix) – baseada em fatos reais, mas cheia de fantasias, a série em uma temporada fala um pouco do jovem Freud e sua paixão por uma de suas pacientes. 

12- Messiah – (Netflix) – Série. A Netflix infelizmente cancelou a continuação desta série intrigante, maravilhosa, impecável. Não sei o motivo. Mesmo assim, a primeira temporada é completa em si mesma, e tem um final que... bem, só vendo mesmo para sentir o quão maravilhosa esta série é.




13- Dos Lagos (Amazon Prime) – Uma série deliciosa em uma temporada. Uma história de fantasmas (reais e imaginários), muito bem costurada em um excelente drama familiar. Imperdível. 

14- Mortes em Batz – (Amazon Prime) – Uma obra de arte surreal. Amei!

15- O Segredo da Mansão Rocheville – (Amazon Prime) – Uma temporada dessa mini série maravilhosa. Saga familiar protagonizada por Helen Mirren. Acho que não preciso dizer mais nada.

16- A Incrível História de Adaline – (Amazon Prime) – Fantasia em dose certa nesse romance inesquecível. Achei a história linda e muito diferente.




17- O Segredo da Borboleta – (Amazon Prime ) Suspense de arrepiar os cabelos. Nunca confie em seus vizinhos!

18- Crianças Malignas – (Amazon Prime) – Filme de terror, mas muito bem feito, misturado a um drama familiar. Também de arrepiar os cabelos, mas nada trash.

19- Little Women – (Amazon Prime) – Série-drama em uma temporada com 3 episódios. Uma história épica, encantadora, para assistir a tarde inteira com a família toda. Baseada no livro de Louissa May Alcott.

20- A Casa – (Netflix) – Filme de suspense que demonstra como uma pessoa fraca pode revelar seu caráter invejoso após passar por dificuldades financeiras. 

21- 1922 – (Netflix) – Para quem gosta de suspense sombrio, um excelente filme!




22- Regressão – (Netflix) Outro filme de suspense psicológico sombrio, muito bem costurado, protagonizado pela atriz Emma Watson, que representou Hermione em Harry Potter. Gostei demais!

23- O Último Rei – (Netflix) História que se passa na idade Média. Dois homens encarregados de proteger um bebê (herdeiro do trono) durante uma nevasca passam por muitas dificuldades. 

24- Natal em 3 por 4 – (Netflix) – Série. Uma temporada, 3 episódios. Muito, muito bom! Para quem adora histórias de família e Natal.

25- Agnus Dei – (Netflix) Sobre freiras que cuidam de bebês durante a segunda guerra. Drama calminho, sem sobressaltos, para relaxar nas tardes chuvosas. 


Agora é só relaxar e aproveitar (enquanto temos internet)!









segunda-feira, 28 de outubro de 2019

CORINGA




Data de lançamento 3 de outubro de 2019 (2h 02min)
Direção: Todd Phillips
Elenco: Joaquin Phoenix, Robert De Niro, Zazie Beetz
Gênero Drama
Nacionalidades EUA, Canadá

Ontem, após muitas recomendações de alunos e amigos, fui assistir ao filme JOKER – ou Coringa. O nome faz alusão à carta 2 do baralho, que pode ser de crucial importância durante um jogo de cartas, pois ela substitui qualquer outra em uma jogada. Mas se o jogador não souber jogar com ela, pode causar uma pane e perder o jogo, ou desperdiçá-la em uma jogada estúpida.

O filme conta a história da origem do Coringa – inimigo número um de Batman – e de como ele tornou-se mau e vingativo. O personagem principal, muito bem interpretado por Joaquin Phoenix, passa por várias dificuldades em sua vida, em todos os campos: profissional, financeiro, de saúde, social e amoroso. Sua vida está em ruínas, sua autoestima é inexistente e devido ao fato de estar sofrendo de  depressão profunda e envolto em pensamentos negativos, sentimentos de inadequação e autopiedade, ele afunda cada vez mais em um poço de negatividade, atraindo para si mesmo desgraça e miséria. Para piorar ainda mais sua situação, as pessoas o evitam, pois ele sofre de um distúrbio que o faz perder o controle sobre o riso, dando gargalhadas incontroláveis nas horas mais impróprias.

Se tentarmos olhar para o filme apenas como um trabalho de arte, ele é muito bom: bem dirigido, bem interpretado, com bom roteiro e cenários adequadamente sombrios. Mas se formos considerar a mensagem subliminar que ele traz, eu diria que ela é inadequada ao momento que o mundo está passando, momento este em que uma simples fagulha pode colocar fogo no palheiro, pois pode incutir nas mentes mais fracas pensamentos de ódio e revolta, incitando a violência, a separação de classes sociais e a exaltação e adoração ao bizarro. Já li algumas resenhas, e em uma delas, o personagem Thomas Wayne é citado como “O rico fascista.”

De repente, um louco tem uma atitude totalmente apolítica e inadvertidamente torna-se o líder de um movimento supostamente político. Em certa altura, o Coringa do filme me fez lembrar o Annonymous das manifestações ocorridas no Brasil e em outras partes do mundo há alguns anos.
Apesar de tratar-se de uma obra de ficção, é impossível não estabelecer uma comparação com a vida real e notar o quanto as pessoas se deixam levar por ideias equivocadas, escolhendo líderes políticos e espirituais nas piores camadas e pocilgas terrestres, apenas porque têm preguiça de pensarem por si mesmos. No filme, um assassino com graves problemas mentais torna-se o símbolo de uma revolução.

Mas, se pensarmos apenas no trabalho de arte, com certeza será indicado ao Oscar e poderá ganhar várias estatuetas.



segunda-feira, 24 de junho de 2019

Reflexões sobre uma Reflexão






“A vida é como jazz. A maior parte é improviso; não se pode controlar todas as variáveis. Devemos viver com insolência e estilo, não importa o que aconteça.”



Do livro “As Coisas que Você só vê Quando Desacelera,” do monge budista Haemin Sunim.




Este livro traz várias reflexões, algumas inéditas para mim – coisas que eu nunca tinha parado para pensar sobre, talvez porque eu achasse que eu não tinha tempo para tal. Mas quando a gente começa a desacelerar, é como se estivéssemos há muito tempo à janela de um trem em alta velocidade, tendo um vislumbre das cidades pelas quais passamos, sem conhecer as pessoas que vivem nelas ou o interior das casas – e de repente, escolhemos parar em cada uma dessas pequenas cidades e visitar cada um de seus moradores (e todos eles são você). 

Sim, a vida é aprender a tocar de improviso. Sendo que quem toca de improviso, apenas toca, sem ter tempo de aprender nada, e mesmo assim, adquire cada vez mais conhecimento musical sobre ritmos, melodias, estilos e canções diferentes. Mas sempre há aquela vez em que precisamos inventar uma nova canção, criar um novo instrumento, desenvolver uma nova maneira de compor a vida, assim “de ouvido,” e sem muito tempo. Nunca temos muito tempo. A vida é como jazz – uma música rápida e sincopada, às vezes um tanto chata e sem sentido, mas que de repente explode em melodias contagiantes e inesquecíveis. Aprendamos a entender a vida, esse improviso, mesmo sabendo que sairemos daqui sem compreender nem uma pequena parte dela, e talvez esta seja a maior compreensão que possamos ter a respeito da vida.

Devemos viver com insolência e estilo. Insolência a fim de sermos atrevidos o suficiente para fazermos exatamente aquilo que desejamos fazer de nossas vidas, enfrentando as chantagens emocionais daqueles que anseiam que sejamos como eles querem, que nos adaptemos àquilo que eles mesmos entendem quanto ao que é certo e o que é errado. Precisamos ter um olhar calmo e solene sobre tais pessoas, e dizer branda e definitivamente: “NÃO!” 

Precisamos criar nosso próprio estilo, sem tentar copiar estilos alheios, embora devamos aprender sobre eles, pois os caminhos das outras pessoas podem nos trazer vislumbres importantes sobre como encontrarmos o nosso. 

“Viver com insolência e estilo. Não importa o que aconteça.” E não pense que nada acontecerá; não fique aí pensando que as pessoas vão compreender quando você resolver sair da caixinha do sistema que elas criaram. Sair da caixinha e não entrar mais em caixinha nenhuma – este é o desafio, pois a maioria das pessoas anda em busca de ideologias que não passam de caixinhas que as caibam, e elas nada mais são que diferentes rebanhos por onde o gado segue, aparentemente rebelde porém submisso, para o matadouro dos sonhos individuais, sem fazer muitas perguntas, apenas obedecendo o mestre. E ainda acreditam que estão sendo originais. Acreditam que estão criando um novo mundo, quando estão apenas servindo de pavimento aos ideais de dominação alheios.

Viver com insolência e estilo pode significar ficar sozinho, não ser compreendido, não ser aceito, ser criticado, chamado de esquisito, mas de repente, no meio disso tudo, descobrir-se inteiramente feliz e tranquilo, com a certeza de que não necessita de aprovação, de companhias que lhe cobrem atitudes, de críticas, e nem sequer, de elogios. O topo da montanha, a caverna mais escura, a ilha distante no meio do oceano: faça a sua escolha. É exatamente em lugares assim que você passará grande parte da sua vida, se ousar viver com insolência e estilo. E se tentar voltar ao velho mundo conhecido, sentirá que já não há um lugar para você por lá, e se surpreenderá ao descobrir que não deseja, na verdade, esse lugar.

Será que você consegue sentir-se bem estando em sua própria companhia a maior parte do tempo? Será que você consegue mergulhar em seu próprio mundo, encontrar sua alma, encará-la nos olhos? Será que você tem capacidade para escutar seus próprios medos, admitir suas mentiras e ficar entre seus fantasmas sem enlouquecer ou fugir? 

A insolência necessária à vida não se refere aos outros, mas a nós mesmos. O estilo que buscamos deve ser o nosso próprio, e não uma moda passageira criada por outros. A canção precisa ser a nossa própria canção, o nosso próprio jazz, tocado de improviso, usando os instrumentos que temos disponíveis e que devemos manter cuidadosamente afinados.

E o mais importante: não importa se haverá ou não uma plateia para nos vaiar ou aplaudir.




sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

ROMA








Resolvi não escrever uma resenha sobre o filme, mas falar da maneira como ele interagiu comigo. Quando vi a chamada para o filme na Netflix, cliquei e então percebi que seria em preto e branco. Na primeira cena, intermináveis minutos de uma vassoura varrendo e lavando um piso, bolhas de sabão e ruídos de água. Achei: "Este filme deve ser chatíssimo!" imediatamente, sem dar uma chance sequer, saí do filme e procurei por outro.

Fiquei sabendo, dias depois, que ele tinha sido indicado ao Oscar, e decidi dar-lhe outra chance. Uma decisão inteligente! ROMA é um filme bonito e comovente, e logo que começamos a fazer parte da história, nos esquecemos de que ele foi feito em preto e branco. Quando ele termina, nos damos conta de que não ser colorido tornou-o um filme perfeito, já que a história se passa nos anos 70. 

A todo momento, eu me vi criança em várias daquelas cenas. A interação entre adultos, crianças e cães me fez lembrar da minha própria infância. As férias na casa dos tios me levaram de volta a um sítio que frequentávamos, e que pertencia a conhecidos. Todos juntos. Um grande número de pessoas, amigos e familiares juntos, desfrutando da vida. A gente olha para os objetos - um simples copo na janela com colheres dentro, um vaso de plantas meio-quebrado, aparelhos de rádio e TV - e pensa: "Tinha um parecido lá em casa!" O filme é isso.

Não existem cenas exageradamente dramáticas. Todo o drama da história parece real, não encenado. Não há exageros ou arrebatamentos. A vida, na medida certa e verdadeira. 

ROMA me fez pensar nas minhas perdas, e no quanto a gente precisa se readaptar, se redefinir para continuar a vida, deixando para trás o que foi embora e olhando para os lados, para o que ficou, o que ainda temos (e que não é pouco). É um filme que nos fala sobre continuar.

Se vale a pena? Vou assistir novamente no final de semana.










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