Há uma palma que não segura,
Está vazia de tudo,
Cheia de finos fiapos de nada
Que esvoaçam entre os dedos.
Há um copo sem lábios,
As margens intactas,
O líquido, segredo intocado,
No fundo daquela taça.
Há um caminho sem passos,
Vazio de quem o seguia.
Há uma fileira de pedras
Que leva a uma casa
Sem alegria.
Há um não haver constante
Que se estende pela noite
E encontra a luz do dia.
Raios de sol o dissolvem,
Mas a paz é temporária,
Simples alegoria.
E eu sigo, tropeçando
Entre sonhos imprecisos,
Versos bruxuleantes
E palavras vazias.