Penduradas nas grades do Central Park,
Caídas nas calçadas, sem um par,
Sobre a neve, sob a chuva e a geada,
Jazem as luvas esquecidas que alguém deixou cair.
Nunca mais serão usadas em nenhum aceno,
Não serão colocadas nos bolsos,
Após tiradas às pressas numa loja quente,
Por alguém que inconscientemente se despoja
De um acessório inconveniente.
A quem pertenceram essas luvas caídas?
São pretas, marrons, cinzentas,
Verdes, de lã, de couro, de feltro,
De grife, ou de “street vendors,”
Todas têm em comum uma caraterística ímpar:
Seus pares se foram, e elas, ficaram esquecidas.
Às vezes, acabam nas mãos estendidas
De bonecos de neve, dedos em galhos
Frangalhos fotografados por turistas,
Os fios usados nos ninhos dos esquilos.
Nas calçadas da Times Square, na Quinta Avenida,
Elas são pisoteadas, varridas pelo vento, congeladas,
Até que alguém as descarte finalmente,
E elas nunca mais sejam vistas,
-Como se fossem pessoas falecidas.
Bom dia de paz, querida amiga Ana!
ResponderExcluirAssim como luvas solitárias e perdidas, tem seres humanos nas calçadas da minha cidade de veraneio onde moro e fico sem ação. Não foram os donos que os perderam para o crack, ou quem sabe pode ter sido?!
Há tantas situações que não estão mais sendo bem vistas.
Passar por aqui sempre é ver postagens reflexivas e de bom gosto onde nos impulsionam voltar à procura do que podemos ter perdido.
Tenha dias felizes e abençoados por Deus!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
😘😘😘
Gostei da tua poesia e achei interessante esse teu olhar apurado e atento! bjs, chica
ResponderExcluirQue bela imagem reproduzida por letras ...
ResponderExcluirBonita a sua poesia...As luvas perdidas são como pedaços da vida que se deseja esquecer.
ResponderExcluirBeijos.
Élys.