Eu tenho algo a dizer.
Mas ninguém deseja me ouvir,
E isso às vezes sufoca.
Caminho de um lado ao outro
No quintal desta mesma casa,
Batendo, mil vezes, à mesma porta.
Esqueço - ou finjo esquecer
As minhas palavras sob o alpendre;
Quem sabe, alguém ouça, quem sabe alguém pense?
No dia seguinte, eu sempre volto,
E as encontro ainda úmidas de noite,
Adormecidas e esquecidas...
Penalizada, eu as pego de volta,
Coloco no bolso, mas num gesto louco,
Jogo-as todas pelo chão, com raiva,
Pisoteando-as sem piedade.
Afinal, o que são palavras, o que são palavras?
Apenas setas afiadas de um coração,
Filtradas pelo crivo de uma mente jocosa,
Em momentos de ociosa solidão...
Bom dia. Excelente poema. Adorei de verdade:)) Obrigada pela partilha :))
ResponderExcluirHoje : Pensamentos libertinos nas ondas do mar
Bjos
Votos de uma óptima Sexta - Feira
Sempre temos e teremos algo a dizer ... se importa é que não sei ... rs
ResponderExcluirCaros leitores,
ResponderExcluirconvidamos-vos a ler o capítulo 2 do nosso conto escrito a várias mãos "Ecos de Mentes", que esta semana nos chegou pela mão da Luísa Vaz Tavares, interpretando Gabriel.
Sempre com o mesmo carinho por vós
saudações literárias!
As palavras, sempre tão cúmplices das nossas solidões… O melhor é deixá-las correr pela página branca. Alivia tanto…
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.