Enquanto eu passava roupas, assistia a um vídeo no YouTube. Neste vídeo, um palestrante espiritualista falava sobre a importância do amor, no quanto ele é essencial para que possamos nos manter saudáveis tanto física quanto espiritualmente.
Em um determinado ponto da palestra ele começou a discursar sobre trabalhos espirituais e sobre como eles exercem seus efeitos em suas vítimas. Alegou que tais trabalhos só podem atingir àqueles que não sabem amar e perdoar totalmente, e que todos os que amam incondicionalmente a todas as criaturas, criam automaticamente uma couraça intransponível quanto a todo o tipo de mal.
Daí eu comecei a discordar dele.
Acho incoerente tal afirmação, e a prova mais óbvia, é a vida do próprio Jesus Cristo, que foi um homem que amou a todos, usou seu poder para curar as pessoas, falava sobre e exercia o perdão aos nossos inimigos... e acabou pregado em uma cruz, sofrendo dores horríveis que com certeza ele não merecia. Também há muitas outras pessoas de boa conduta que passam coisas horríveis devido às ações de pessoas maldosas e cruéis. Crianças são torturadas, estupradas e mortas. Animais inocentes também. Todo tipo de pessoa pode passar por coisas horríveis a qualquer momento, não importa se são jovens, idosos, religiosos ou ateus. E o amor não as salva de nenhuma delas.
Não quero dizer com isso que o amor não vale a pena, e que não devemos amar; apenas que não devemos nos sentir culpados se não conseguimos amar a todos incondicionalmente e- afinal, quem pode? Duvido sempre de todos que alegam consegui-lo. O que podemos fazer sempre, é nunca desejar o mal a ninguém, e tentarmos sempre fazer o nosso melhor. Mas quando alguém nos magoa recorrentemente, não acho que devamos ficar perto desta pessoa, dando-lhe amor e compreensão: em casos assim, é melhor se afastar o mais rapidamente possível! Porque para mim, antes de amarmos os outros, precisamos aprender a amar a nós mesmos.
O amor, seguia o palestrante, também significa sacrificar-se por aqueles a quem amamos. Novamente, discordei dele! Qualquer um que nos peça para que nos torturemos a fim de deixa-lo feliz, ou que façamos alguma coisa muito difícil, ou que deixemos de ser quem somos para que “a paz geral prevaleça”, não é digno de nosso amor e não nos ama verdadeiramente; o maior amor de pessoas assim, é por elas mesmas. A partir do momento em que dizemos “não” a estas pessoas, acontece um ataque de pirraça: elas brigam, gritam, saem batendo os pés e deixam de falar conosco. Antes, eu me sentia intimidada por atitudes assim, mas hoje eu apenas observo e me mantenho impassível, focada naquilo que eu acho ser o melhor para mim, em primeiro lugar.
Ninguém pode jogar sobre mim a carga de sua própria felicidade e paz de espírito! Isso são coisas que se conquistam individualmente. Se eu dependesse de sacrifícios alheios para ter paz, eu estaria sendo uma tirana. Quem não está feliz precisa descobrir como mudar por si mesmo. Ninguém pode pedir a outro que se sacrifique para caber aonde eles querem.
Amor não é jogo de manipulação. Não pode ser imposto. Não demanda sacrifícios. Não se sacrifica. Se não for puro e espontâneo, não vale a pena. Fico muito desanimada quando vejo pessoas religiosas usando argumentos opostos ao amor a fim de dominarem a vontade alheia e incutir culpas nas pessoas.
Texto fabuloso. Adorei :))
ResponderExcluirDo nosso amigo Gil António, com : Amor reflectido na cor das águas do mar
Bjos
Votos de uma óptima noite de Sexta - Feira.
Amor, amar, ser amado, tudo isso não requer mesmo sacrifícios, espontaneamente o amor liberta!
ResponderExcluirConcordo contigo, amor é o mais sublime dos sentimentos, "...não é jogo de manipulação..."
Como sempre é um prazer te ler!
Abraços apertados querida amiga Ana!
Bom Dia, querida amiga Ana!
ResponderExcluirOpressão não e Amor mesmo.
Pessoas que manipulam são inseguras.
É muito diferente se dizer alguma coisa e ser alguma coisa...
Tenha um dia abençoado!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem