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segunda-feira, 25 de março de 2013

Das Marcas







...E quando eu me for, deixarei poucas marcas,
Todas rasas,
Perder-me-hei no vão das estradas
Por onde passa o esquecimento,
Apagando todas as pegadas.

Minha memória será breve,
Lavada pelo pranto igualmente raso
Dos que jamais me amaram ou compreenderam
Ou souberam, realmente, quem eu fui.

Talvez demorem-se um instante no caminho,
Olhando para trás, 
Enquanto um bando de pássaros em revoada
Carregam consigo o que restou de mim,
Para bem longe,
Para o infinito,
Onde esquecem-se as memórias.

Talvez meditem no enigma daquela
Estranha criatura, que nasceu
E cresceu entre eles, 
Sem jamais tornar-se como eles,
Uma alma caída não-se-sabe-de-onde,
Ou por qual objetivo.

Pois se hoje mesmo, sinto o quanto sou efêmera
Nos corações que cultivei
Por onde plantei flores que cresceram
E murcharam,
Negligenciadas.

Talvez seja melhor que eu seja assim,
Uma alma que passa, como uma nuvem carregada,
Que chove e cai na terra abençoada,
Fertilizando tudo, 
E depois retorna, evaporada,
Sem que seja lembrada,
Sem que seja notada.








3 comentários:

  1. NOSSA, É PROFUNDO DEMAIS.

    MAS TENHO QUE CERTEZA QUE PARA ONDE FOR, NÃO SERÁS ESQUECIDA NUNCA.

    BJS NO TEU CORE.

    PATTY.

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  2. As marcas são profundas quando se ausentam as pessoas especiais. E ninguém passa pela vida sem deixar as suas. Muito belo! Bjs.

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  3. A Humanidade (nós outros) passamos. Já você, Ana, com sua arte, expressa a consciência dessa passagem, o conhecimento, a noção de que veio, se encontra e seguirá, partirá. É meio missão, ser poeta.

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