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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Alma Invisível






Alma Invisível


Havia alguns lírios brancos brotando bem junto ao muro,
E sobre o mármore escuro, um retrato já apagado
Tão amarelado rosto, onde se via um sorriso
Cedo levado da vida sem piedade, sem aviso...

Havia um vaso de flores sobre a lápide, murchando,
Como se  alma e  perfume,  alguém os fosse levando
O lume da vela acesa a queimar, tal qual as dores
Fincadas dentro do peito como os caules das tais flores...

Havia alguém que rezava, dizendo palavras secas
Molhadas pela torrente de lágrimas tão profusas,
Confusas palavras ditas à sua falecida musa,

Que a ele observava, alguém que não era visto
E que de angústia penava por ser alma invisível
A vagar eternamente num limbo incompreensível.



10 comentários:

  1. Vou com alguma frequência ao cemitério, à campa
    dos meus pais, e este seu poema retrata bem
    muitas cenas a que assisto.
    Muito bem estruturado.
    Desejo que esteja bem.
    bj.
    Irene Alves

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  2. Bravo, ANA !

    Agora, lemos tudo muito bem !

    ESTA TUA poesia, leva-me a recordar António Nobre ou a Florbela Espanca !
    Muito bem feita e muito bonita.
    Felicito-te vivamente.

    Um beijo amigo.

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  3. Poetas também choram, sofrem e musas não são eternas...
    Quantas almas choram invisivelmente a dor de não ser correspondido e sepultam a esperança.

    Maravilha de soneto Aninha!

    Tenha uma linda tarde.
    Um abraço.
    Ivany

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  4. Uma cena triste retratada em seu lindo poema, Ana... não é raro vê-la acontecer nos cemitérios! Bjks Tetê - Avaliando a Vida

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  5. Meus sais, Ana !
    Não sabia que escrevia sonetos... Lindo de se ler,embora melancólico e um tanto nublado. Mas mesmo assim, encantador!

    Como tudo que escreve.

    Ah, eu não consigo comentar em teu blog de contos. Help!!
    Li o conto do AP 401 ontem a noite sozinha na sala, foi de arrepiar.
    Poxa Ana, volte com os comentários normais vai... Eu não sei lidar com esse google+

    bacios

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    Respostas
    1. Oi, Lu. Já 'consertei' o que fiz lá no meu blog de contos, e agora você vai conseguir comentar também! Abraços, e obrigada!

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  6. É bem assim Ana! "Havia alguém que rezava, dizendo palavras secas
    Molhadas pela torrente de lágrimas tão profusas,
    Confusas palavras ditas à sua falecida musa,"
    Somos seres feitos de efeitos que se consomem... partimos... ao nosso tempo... alguns antecedem, se encerram sem preliminares.
    Ela, a morte, é tão certa como o nascimento
    Como uma circunstância sem pensamento
    Vive sua sala de beleza
    Assiste o ensaio rápido da dança
    e quando se cansa…
    Mistura-se da natureza...

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  7. Muito lindo! Essa invisibilidade é necessária para que os demais continuem a viver. Bjs.

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