Alma
Invisível
Havia alguns
lírios brancos brotando bem junto ao muro,
E sobre o
mármore escuro, um retrato já apagado
Tão
amarelado rosto, onde se via um sorriso
Cedo levado
da vida sem piedade, sem aviso...
Havia um
vaso de flores sobre a lápide, murchando,
Como se alma e
perfume, alguém os fosse levando
O lume da
vela acesa a queimar, tal qual as dores
Fincadas
dentro do peito como os caules das tais flores...
Havia alguém
que rezava, dizendo palavras secas
Molhadas
pela torrente de lágrimas tão profusas,
Confusas
palavras ditas à sua falecida musa,
Que a ele
observava, alguém que não era visto
E que de
angústia penava por ser alma invisível
A vagar
eternamente num limbo incompreensível.
Vou com alguma frequência ao cemitério, à campa
ResponderExcluirdos meus pais, e este seu poema retrata bem
muitas cenas a que assisto.
Muito bem estruturado.
Desejo que esteja bem.
bj.
Irene Alves
Bravo, ANA !
ResponderExcluirAgora, lemos tudo muito bem !
ESTA TUA poesia, leva-me a recordar António Nobre ou a Florbela Espanca !
Muito bem feita e muito bonita.
Felicito-te vivamente.
Um beijo amigo.
Poetas também choram, sofrem e musas não são eternas...
ResponderExcluirQuantas almas choram invisivelmente a dor de não ser correspondido e sepultam a esperança.
Maravilha de soneto Aninha!
Tenha uma linda tarde.
Um abraço.
Ivany
ResponderExcluirPura emoção.
Lindo, Ana!
Beijo.
Triste, Mas sempre acontecerá.
ResponderExcluirBjux
Uma cena triste retratada em seu lindo poema, Ana... não é raro vê-la acontecer nos cemitérios! Bjks Tetê - Avaliando a Vida
ResponderExcluirMeus sais, Ana !
ResponderExcluirNão sabia que escrevia sonetos... Lindo de se ler,embora melancólico e um tanto nublado. Mas mesmo assim, encantador!
Como tudo que escreve.
Ah, eu não consigo comentar em teu blog de contos. Help!!
Li o conto do AP 401 ontem a noite sozinha na sala, foi de arrepiar.
Poxa Ana, volte com os comentários normais vai... Eu não sei lidar com esse google+
bacios
Oi, Lu. Já 'consertei' o que fiz lá no meu blog de contos, e agora você vai conseguir comentar também! Abraços, e obrigada!
ExcluirÉ bem assim Ana! "Havia alguém que rezava, dizendo palavras secas
ResponderExcluirMolhadas pela torrente de lágrimas tão profusas,
Confusas palavras ditas à sua falecida musa,"
Somos seres feitos de efeitos que se consomem... partimos... ao nosso tempo... alguns antecedem, se encerram sem preliminares.
Ela, a morte, é tão certa como o nascimento
Como uma circunstância sem pensamento
Vive sua sala de beleza
Assiste o ensaio rápido da dança
e quando se cansa…
Mistura-se da natureza...
Muito lindo! Essa invisibilidade é necessária para que os demais continuem a viver. Bjs.
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