Amarrei os teus pés
À minha memória,
Colei os teus olhos
Sobre esta paisagem
Que juntos, miramos
Tentando evitar, num sonho,
A inevitável viagem.
Gravei tua voz
Por sobre estas pedras
Com todos os ecos
Dos quais me lembrei...
Deixei os teus passos
Por este caminho,
Sangrei de espinhos
Aquela palavra
Para não haver despedidas...
Enfim, veio a vida
E te levou
Junto com ela,
Foi apagando e te afastando
Sem piedade,
Soltando os laços
E me deixando
Só a saudade!
Você se foi,
E isto é tão real!...
Se algo ficou?...
Passos sem pés,
No meio do quintal,
Vozes caladas
Por sobre as pedras,
Olhos fechados
Por sobre a paisagem.
Só permaneceram
Dentro de mim
As memórias presas no fio
Tão frágil
Que tu deixaste...
Fatalidade!
com respeito e atenção comento: poema profundamente tocante.
ResponderExcluiré... nuances da vida... bjuuu
ResponderExcluirOi querida Ana! vim agradecer por está comigo comemorando os 300 seguidores. Para mim é um sucesso exatamente quando o blog completa cinco meses. Mas esse sucesso é graças a vocês . Obrigada pelas lindas palavras no comentário. Desejo a você muita paz, saúde e que Jesus ilumine os teus caminhos sempre. Bjusss Volte sempre.
ResponderExcluirAté meio do poema imaginei que a separação tivesse sido mesmo fatalidade, aquela coisa da qual não se escapa pois faz parte do ciclo da vida.
ResponderExcluirDepois, conclui que tivesse sido escolha ainda que unilateral. Finalmente, o ciclo se completou no último verso, a chave, a resposta que mata a charada. Ou não? Ou a charada mantem-se enigmática?
Muito bem escrito!
É este fio tão frágil
ResponderExcluirque se tornou o verso
mais forte do poema
é quem tece a urdidura
a trama
é quem constrói o drama
poemático.
Luiz Alfredo - poeta
É, seu talento continua crescendo... Linguagem metafórica de excepcional beleza!
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