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domingo, 30 de setembro de 2012

Canção do Desamor




Canção do desamor 

Sinto muito; não te amo,
Não sei como aconteceu.
Não há rastros do que fomos,
Nem sequer uma lembrança
Que me impeça de esquecer-te.

Pois de ti em mim só resta
Uma ruga sobre a testa,
Uma foto desbotando,
Um odor que sai, lavando,
Um torpor de fim de festa.

Sinto muito; não te amo.
Esse teu suposto amor
Nada é, senão costume,
Deixa em nós um azedume,
Sei que podes me esquecer.

Ao sair, deixe na casa
A cópia da minha chave.
Leve embora teus sinais,
Teus resquícios e lembranças
Mate toda a esperança.

Sinto muito, não te amo!

Um comentário:

  1. Essa é verdadeiramente uma canção, Ana.
    Não sei se pensaste assim, mas daria uma belíssima música!
    Adorei o ritmo e toda verdade que há nela, apesar da tristeza de um desamor tão gélido.
    Mas assim são os poetas, criam dos sentimentos a palavra para que esta leve os sentimentos de volta ao coração do leitor. É perfeito!
    Abraços. Daniel

    http://dagarpower.blogspot.com

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