Foges,
E na tua fuga
Os monstros que tu temes,
Durante a noite,
Tomam formas mais terríveis,
E tu nem percebes
O quanto eles
Crescem.
Na tua partitura,
Escreves
Estranhas melodias,
Sonatas de medos,
Valsas falsas,
Minuetos de segredos,
Noturnos
Sempre taciturnos.
A tua orquestra
Não presta!
Não animarás a festa,
Não convencerás a platéia...
E as tuas ideias
Presas nas teias dos sentidos
Agonizam em colcheias,
Morrem em bruscos sustenidos,
E bemóis sofridos.
Não há sol na tua clave!
E antes
Que tudo se acabe,
Examina a partitura,
E encara a sinfonia dura
Que tu mesma compuseste,
Não deixes para depois
Esse enfrentamento,
Pois tua pauta
É tua vida,
E tua música,
É teu sustento.
Isso é o que eu chamo uma belíssima, lindíssima maneira de "botar o dedo na ferida"
ResponderExcluirHá momentos de pura delícia, neste texto, repleto de~sibilantes insinuações musicais ( amei as valsas falsas!)
Beijo, poetisa!
Well, eu nem sei mais o que dizer diante desta enxurrada lírica que escorre dessa veia poética e que alimenta os pobres mortais de uma terra esquecida no tempo, onde a poesia anda estampada tão somente em corações/cavernas - feito os nossos, amiga?!
ResponderExcluirO poema todo é lindíssimo, impecável, mas... teve uma frase aí que bastaria por si só o poema inteiro:
"NÃO HÁ SOL NA TUA CLAVE"
(eu queria ter escrito isso) rs
* Miga, vc tem alegrado meus dias com teus poemas, tá, só pra registrar...
FUI
Tente ouvir Beethoven, talvez fique mais inspirado... Belo poema amiga!
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