witch lady

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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Passear



Não costumamos passear durante o dia, pois Latifa, minha cadelinha, é um tanto agressiva com outros animais. Esperamos que a noite chegue, e passeamos (quase sempre, tranquilamente) pelas ruas vazias da vizinhança.

Mas hoje decidi levá-la a passear mais cedo, temendo que à noite chovesse, como ontem, e não pudéssemos ir. Notei que sua cabecinha se virava constantemente, olhando tudo o que não está acostumada a ver... a paisagem com uma outra cor, mais movimento, mais ruídos... às vezes, ela parava para observar um carro ou uma pessoa que passava.

E meus olhos, atentos a cada virar de esquina, para tentar evitar algum encontro bombástico com outros animais. Mas felizmente, somente vimos os passarinhos pousados nos fios dos postes e nas árvores. Tarde fria, nublada, tranquila...

Respirei profundamente o ar gelado, sentindo meus pulmões se encherem de vida. Latifa já está um pouco idosa, e andamos devagar. Posso apreciar a paisagem. 

Chegamos em casa, e ela, tomando uma grande quantidade de água,  deita-se nas lajotas da garagem para descansar do passeio. Percebo que ela me olha com alegria. E eu penso que a vida é tão curta... lembro-me do Aleph, meu outro cão, que já se foi . Lembro-me de quando os dois sentavam-se no gramado, de quando ele ainda era jovem, e ambos brincavam, fingindo rosnar um para o outro. Agora, ele já não está mais aqui.

Olho para minha cadelinha novamente. Deslizo a palma da mão na maciez do seu pelo, de uma maneira bem mais carinhosa.

10 comentários:

  1. Ôooo estive com vocês nessa caminhada e respirei o ar fresco do lugar ao entardecer. Me fez um bem danado. Beijo

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  2. Oi, Ana!

    Uma beleza de crônica.
    Fez-me lembrar de minha cadela remanescente.
    É a oitava.
    Os outros partiram deixando traumáticas saudades.

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  3. Esse convívio com animais de estimação é gratificante, mas a ansiedade que causa sua vida curta desanima quem não suporta perdas.

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  4. Olá ana!Obrigada pela visita vou me referir ao seu comentário da postagem no meu blog. Realmente o cemitério não é um lugar lindo por mais que seja lindo. Também não gosto, mas imagina, na minha escola tem muitos alunos e a direção teve que alugar um anexo para funcionar tumas nos horários: Manhã e tarde. A escola Estadual é muito antiga e deve ser construida outra, porque o pr´dio já foi reformado e os Engenheiros falaram que a vida util dela já ultrapassou no tempo e o local não é adequado, fica bem próximo ao cemitério. Neste anexo, ensino duas turmas, nos dois horários fica fica mais próximo ainda, na calçada do cemitério. O portão fica a 10 metros mais ou menos.Estamos esperando anciosas que a nossa escola seja construida em outro local e logo.É triste mas é verdade, ja estou quase me acostumando, não tenho mais tanto medo , fica próximo ao túmulo do meu pai. Parace mentira que isto aconeça com a educação pública no Brasil. Quse todos os dias tem enterros, temos que parar as aulas, os alunos sai é terrivel!! Mas deixa pra lá, fiquei 30 dias em casa para tratemento de saude, dia 20 volto , já estou pensando nesta situação. Desculpe te falar essas coisas, este não é o local, nem o momento. Bjuss uma linda noite, volte sempre, postei tambem uma linda história , nesta noite.O Que há depois da vida? Passa e da uma olhadinha.

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  5. Ana , voltei depois que li sua linda crõnica e também me lembrei de duas cachorrinhas que tinha, elas já se foram, minhas companheiras, minhas amigas, só faltava falar. Uma piralata( Piquinez com viralata) e uma colpspenny, preta, com as lindas orelhas grandes. Sofri quando elas se foram de velhinhas, não adotei mais para não sofrer, porque nos apegamos muito. Lindo sua caminha, Bjuss

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  6. Uma experiência que nunca tive. Quando eu era criança, tínhamos um cão perdigueiro e as recordações que trago dele são as mais engraçadas, ele sumia, depois voltava, vivia aprontando, até que um dia, tudo acabou, e isso ocorreu quando ele roubou um pedaço de carne da cozinha da vizinha, a vizinha reclamou, e aí meu pai resolveu dá-lo para uma pessoa conhecido dele. Lembro que ficamos revoltados, mas não adiantou nada. É isso aí, uma beleza de crônica, Ana, com sabor de quero mais. Abraços.

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  7. Oi Ana... É tão bom poder convivermos com esses animaizinhos que são apenas amor... Tenho uma pastora, adotei da rua, quase morta, sem um pêlo no corpo, hoje ela está linda, velhinha, mas é a paixão e o xodô da casa, rsrs... Muito doce a tua crônica, amei, parabéns! Um beijo cheio de carinho no teu coração, tenha um findi maravilhoso, Lu.

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  8. Na maciez do pelo, o contato que nos leva a repensar e acalmar nossas acelerações.

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  9. O amor dos bichinho que cativamos é tão singular. É único. Crônica relax, e com um frescor da verdadeira natureza de todas as coisas. Abs!

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  10. O amor dos bichinho que cativamos é tão singular. É único. Crônica relax, e com um frescor da verdadeira natureza de todas as coisas. Abs!

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