A Flor e a Fonte
Poema de Vicente de Carvalho
"Deixa-me, fonte!" Dizia
A flor, tonta de terror
E a fonte, sonora e fria,
Cantava, levando a flor.
"Deixa-me, deixa-me, fonte!"
Dizia a flor a chora
"Eu fui nascida no monete...
Não me leves para o mar!"
E a fonte, rápida e fria
Com um sussurro zombador
Por sobre a areia corria,
Corria levando a flor.
"Ai, balanços do meu galho,
Balanços do berço meu;
Ai, claras gotas de orvalho
Caídas do azul do céu!"
Chorava a flor, e gemia
Branca, branca de terror,
E a fonte, sonora e fria,
Rolava, levando a flor.
"Adeus, sombra das ramadas,
Cantigas do rouxinol;
Ai, festa das madrugadas,
Doçuras do por do sol!
"Carícias das brisas leves
Que abrem rasgões de luar...
Fonte, fonte, não me leves,
Não me leves para o mar!..."
As correntezas da vida
E os restos do meu amor
Resvalam numa descida
Como a da fonte e da flor...
Além das belas lembranças, de quando líamos, na classe ginasial, este poema de Vicente de Carvalho, você nos proporciona aqui a beleza emocional e estética de "A Flor e a Fonte". Parabéns pelo poema e pelo besíssimo blog!
ResponderExcluirNão me esqueço desses versos, que conheci na escola. São lindos! Bjs.
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