Há muito tempo, quando eu tinha apenas vinte e dois anos, meu pai nos deixou. Bem, ele estava doente há algum tempo, e o médico nos preveniu de que ele poderia morrer a qualquer momento, pois tinha um coração muito fraco. Mas ninguém está totalmente preparado para a morte de alguém, mesmo quando ela é iminente.
Eu era a última filha - a caçula - e fiquei morando com minha mãe. Os outros irmãos já eram casados e tinham suas próprias casas. Pela primeira vez, sentia-me insegura por morar em uma casa; mesmo sabendo que meu pai era um gomem muito doente, ter uma presença masculina dava-me segurança. Quando ele se foi, eu e minha mãe nos sentimos bastante vulneráveis...
Certa noite, acordamos com o ruído de alguém forçando uma maçaneta. O banheiro ficava dentro da área de serviço, cuja porta que ligava à cozinha, nós trancávamos durante a noite. Concluímos, após escutarmos por alguns instantes, que tinha alguém forçando a porta do banheiro, provavelmente pensando que ela conduzia ao interior da casa. Aos cochichos, minha mãe e eu deliberamos o que fazer. Decidi colocar uma chaleira de água para ferver, pois se alguém tentasse invadir, receberia um banho de água fervente! Ela achou melhor deixar claro de que a c asa não estava vazia, e começou a falar em voz alta:
-"Nós estamos aqui, e temos uma arma! Nem pense em entrar!"
Mas os ruídos não cessavam. Eu estava quase em pânico! Ficamos um bom tempo tentando decidir o que fazer. Naquela época, não tínhamos telefone em casa, e não poderíamos chamar a polícia. Talvez se gritássemos?... Pensei nisso, mas minha mão falou:
-Eu vou abrir uma greta da porta para ver quem é.
Quase morri de susto quando ela falou aquilo! Pedi-lhe que desistisse da ideia, mas ela insistiu, já começando a girar devagarinho a grande chave antiga da porta da cozinha. Enquanto ela olhava pela greta (eu apreensiva atrás dela, pronta a 'atacar), vi quando o rosto dela se desanuviou:
-Dá uma olhada nisso, Ana.
Olhei, e vi a nossa gata (cujos filhotes estavam em uma caixa, dentro do banheiro) tentando abrir a porta, pulando na maçaneta e agarrando-a com as patas. Ela saíra pela janela do banheiro durante a noite, subindo na pia e pulando para fora, mas era alto demais para ela pular de volta para dentro.
Bom dia amiga Ana,seu pai se fora e sei que isso é mesmo difícil né amiga?
ResponderExcluirMinha mãe se foi faz vinte e três anos, eu já estava casada com filhos adolescentes, mas senti muito a falta dela,em todos os tempos os nossos amados pais deixam saudade!
Seu texto me prendeu, li atentamente, em suspense, ainda bem que era a sua gata né amiga?
Tantas coisas nos assustam, somos invadidos todos os dias com noticiários tenebrosos, daí os nossos medos!
Abraços minha amiga linda e querida, seu pai deve estar feliz "lá", pois foi lembrado por você!
Lindo .adorei e tudo que escreves é asim.Adoro! beijos,linda semana! chica
ResponderExcluirOi Ana
ResponderExcluirImagino o medo de vocês. Quando a gente está sozinho, qualquer barulho se torna um barulhão, aí o medo vem mesmo.
Bjux
ResponderExcluirPuxa, Ana, posso imaginar o susto e o pânico de vocês duas.
Duas mulheres sozinhas em casa definitivamente não combina com barulho à noite-rs.
Beijo.