MEU ADEUS
poema de Idamar Caixeta Bornelli
Queridos pais, esta é a hora
Aqui deixo a minha despedida...
Agradeço o muito que fizeram
De grande e bom, em minha vida,
E estes pobres versos são lamentos
Dum coração que é partido agora.
Dele, metade a vocês se une,
Outra, comigo ir-se-há embora.
Vinte anos vivi, só de alegria
E, se hoje parto, fico aqui também
E o carinho recebido um dia
É o que levo de supremo bem!
Hoje que vou, cheia de esperança,
Sigo em busca da felicidade
Mas esta, se encontrar, será envolta
Num véu de doce e cruel saudade.
E quando a tristeza atingir minh'alma
Relembrando meu passado aqui,
Chorarei sim, e então a calma
Virá em breve e me fará sorrir.
Pois a lembrança do que já vivi
Dar-me-há forças para prosseguir!
Hoje sou misto: dor e alegria
Sou hoje angústia e serenidade,
Hoje sou pesar e euforia,
Amanhã, eu serei, serei saudade!
E o lar que construirei lá fora
Será deste lar continuação;
E os frutos que meu amor tiver
Terão suas raízes neste chão.
Adeus, anjos queridos, na jornada,
As suas sombras seguirão comigo.
E se me ferir, um dia, a árdua estrada,
Sentir-me-ei consolada neste abrigo.
Nesta hora em que os deixo, pais queridos,
O amor mais puro no meu peito exala,
Um pesar atroz em meu peito grita;
E sinto assim que minh'alma se cala
Ante a dor cruel que esse adeus suscita!
E mal contendo nesta despedida,
As lágrimas que me embaçam o olhar,
Peço-lhes que orem pela nova vida
Desta filha que nunca os deixará de amar.
Oi, Ana. Tudo bem?
ResponderExcluirOnde você teve acesso a este poema?
A minha avó que escreveu. Ficamos surpresos e felizes por encontrá-lo aqui neste blog.
Abraço
Olá, Matheus. Ele está em um livro bem antigo que pertenceu a minha mãe, e depois que ela morreu, ele ficou para mim. O nome do livro é Sabedoria Universal, uma compilação de vários autores feita por Paulo Lotufo. Editora Brasipal, 1986. O poema de sua avó está na página 20.
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