No meio de uma grande guerra,
Havia uma flor murchando.
Em volta, mortes, desterro,
Medo, fogo, gritos, urros.
E lá, bem junto do muro,
Uma criança sozinha
Olhava a flor que murchava,
E dela se apiedava.
Esqueceu-se de seu medo,
Conseguiu uma vasilha,
Encheu-a de água com sangue,
Levou à flor moribunda...
No meio de toda a guerra,
Sentiu a necessidade
De salvar aquela vida,
E seguiu sua verdade...
Mas veio um duro coturno,
Aproximou-se da flor
E sem nem sequer olhá-la,
Pisoteou-a e se foi...
A criança, num suspiro
De dó, desânimo e dor,
Pegou no chão sua vasilha,
Foi procurar outra flor...
Na guerra o que importa é destruir, seja o que for.Parabéns, muito bom, muito bom mesmo.
ResponderExcluirA guerra é dor e tristeza. Pena, que ainda existem...Gostei da poesia.
ResponderExcluirBeijos.
Há quem tem olhos para outras cores, afora a cor da dor. Mais um lindo poema de grande sensibilidade de Ana Bailune.
ResponderExcluirSublime Ana ... como sempre seus escritos encantam ... abraços de saudades....!
ResponderExcluirBelo e significativo. Há quem sempre procura flores, esquecendo suas dores. Bjs.
ResponderExcluir"Surpreendente as cores que damos as nossas dores".A beleza está na alma.
ResponderExcluirSensibilidade pura! Amei.Parabéns pelo belíssimo post.
Brisas e muitas flores para você.Bjs Eloah