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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

HOUVE UM DIA




Houve um dia
Em que nossos olhares se cruzavam
Com inocência e alegria.
Estar presente era vital,
Essencial
E não estar, inconcebível...

Houve um tempo
Em que não existiam
Essa distância,
Essa falta de esperança,
Essa impaciência
Nada santa...

Hoje, esse riso sofrível,
Esse olhar atravessado,
Essa boca sussurrante
A gritar
Que nada, jamais, 
Será como antes,

Pois quando o brilho é ofuscado,
Morre tudo aquilo
Que tinha valor
E que deveria ter sido guardado!

Morrem os dias, as manhãs,
Morrem o respeito, as lembranças, 
Quebram-se as alianças,
E tudo é recoberto
(Sem o menor apelo)
Por uma densa camada intransponível
De puro gelo,
Para o qual não há verão...

E nem veremos mais a mesma velha união,
Desde que a distância se criou
(Ou foi criada?)
Causando uma bifurcação na estrada
Que leva a caminhos divergentes,
Cada vez mais distantes...

E a cada dia,
Estamos mais descontentes,
Somos menos gente,
Mas mantemos o sorriso e a indiferença,
Para que o outro não perceba
Que no fundo, nós ligamos.

-Afinal,
É preciso ser forte,
Ser frio, ser indiferente,
Até que mais alguém morra,
Pois só mesmo a morte
Para nos lembrar de tudo
Que realmente é importante...




9 comentários:

  1. Olá,
    Sempre o foi e sempre o será, necessitamos de ser fortes para encarar tudo com uma sorriso, mesmo que este seja sofrível.
    Abraço com sorrisos alegres.
    ag

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  2. é lamentável q o ser humano só se lembre o q é verdadeiramente importante através do sofrimento ... mas é assim q funciona com a maioria das pessoas...

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  3. O desgaste de uma relação vai aumentando quando se esquece a importância de sua existência. É uma pena ter que passar pela dor para reconhecer a beleza do amor. A foto é muito linda. Bjs.

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  4. A adversidade, seja em que circunstância for, têm sempre de ser encarada com um espiro forte, se possível até com altivez, frente a tudo e á vida.
    Voltei a gostar do ritmo de poema. É deveras adequado para afastar fantasmas.
    Beijos

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  5. Lindo como tudo o que escreves,Ana !
    " Estar presente era vital,
    Essencial
    E não estar, inconcebível... "

    Um beijo e obrigado.

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  6. Ana , é doida a constatação mas absolutamente verdadeira . Versos belos e fortes , como a Vida . Beijos

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  7. Encontros & desencontros, numa chegada que poderia ser eterna , mas a partida vinha logo ali adiante e ninguém imaginaria que fosse assim, tão indolor.

    Poema que retrata as novidades da juventude, porém escreve também as mesmices da maturidade.
    Gosto de seus contrastes, Ana, sempre tão contundentes.

    bacios

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  8. Agora sou que digo, Ana: pontual, preciso!
    Grande abraço e tudo de bom pra ti.

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