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RESENHA
ACROSS THE UNIVERSE
MUSICAL – ANO: 2008 – Revolution Studios
DIREÇÃO: Julie Taylor
ELENCO: Jim Sturgess (Jude) , Evan Rachel Woods (Lucy), Joe Anderson (Max), Dana Fuchs (Sadie), Martin Luther MacCoy (Jojo), T.V. Carpio (Prudence); participações de Joe Cocker e Bono Vox.
Obs: não-recomendado para quem não for fã incondicional dos Beatles.
Anos sessenta; o mundo, um caldeirão onde cozinham mudanças e revoluções. No meio de todos aqueles acontecimentos que mudaram radicalmente toda uma geração, Jude e Lucy se apaixonam. Ele, de origem proletária, nascido em Liverpool e criado pela mãe, decide largar sua vida e ir até Nova Iorque em busca do pai que nunca conhecera. Lucy, uma estudante de classe média alta que vive a vida como em um conto de fadas, logo vê seu castelo ruir ao saber que seu namorado, enviado ao Vietnã, não mais voltará.
Across the Universe é muito mais que um musical produzido apenas com músicas dos Beatles; é o relato histórico de uma época em que os Estados Unidos entraram na guerra do Vietnã, causando passeatas de protesto que chegaram a reunir seiscentas mil pessoas, e vários outros acontecimentos que tomaram de assalto a antes patética, apática e hipócrita sociedade americana, como o assassinato de Martin Luther King, a Kul Klux Klan, os Panteras Negras, a revolução feminista, sexo, drogas e muito ‘rock and roll.’
Naquele contexto de intensas mudanças, um grupo de jovens se encontra e passa a dividir um velho apartamento na Big Apple, e assim suas vidas se entrecruzam para depois tomarem diferentes rumos. Lucy torna-se uma manifestante contra a guerra do Vietnã quando seu irmão Max é convocado. Passa a tomar parte ativa nas manifestações – o que começa a afastá-la de Jude – mas logo vem a desilusão ao chegar ao comitê de manifestantes e vê-los fabricando bombas. Ela para à porta decepcionada, e diz: “Eu pensei que fossem eles que jogassem as bombas.”
Impossível não associar esta cena do filme ao que hoje acontece durante as manifestações no Brasil: o idealismo sincero transformado em massa de manobra, incitando a violência e a corrupção que tanto primava por combater.
O visual dos personagens Sadie e Jojo são baseados em Janis Joplin e Jimmi Hendrix. Sadie é vocalista, e tem o mesmo tom de voz rouco de Joplin, enquanto Jojo é o guitarrista de sua banda – quase uma cópia fiel de Jimmy Hendrix. Os nomes dos personagens também são todos tirados de canções dos Beatles - Sadie, Jo-jo, Lucy, Prudence, Max e Jude.
Destaque para a participação de Bono Vox cantando “I Am the Walrus”. Momento psicodélico que retrata fielmente as ideologias dos anos sessenta.

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