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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

CINQUENTA TONS DE CINZA - resenha






Cinquenta Tons de Cinza - por E.L James, tradução de Adalgisa Campos da Silva
455 páginas , editora Intrínseca
Ano: 2011

O que torna um livro um best-seller?

 Deveria ser a mensagem que ele contém, a beleza, quem sabe, a verdade - mesmo que nua, dura e crua. Senão a verdade, talvez a fantasia que enleva o espírito, ou a trama que prende e amedronta, enfim, o que torna um livro um best-seller, deveria ser algo mais além da mídia.

Mas vivemos em uma época na qual o escândalo e o consumo rápido são o que encanta. Não importa o que um livro contenha, desde que ele seja anunciado por todos os meios de comunicação, apareça nos programas de TV e nas resenhas de jornais. Que ele esteja exposto nas vitrines das livrarias importantes, e que se faça dele tanta propaganda, que lê-lo torne-se uma obrigação. E diz a amiga: "Ainda não leu?! Em que planeta você vive?"

Tive a infelicidade de receber de presente o livro "Cinquenta Tons de Cinza." A pessoa que, com todo o carinho e boa vontade me presenteou, avisou que tratava-se de um livro talvez um pouco pesado (embora ela mesma não o tivesse lido; comprou-o por tratar-se de um best-seller). Pensei em outros livros um tanto pesados que eu lera e gostara imensamente, como os de Rubem Braga, Dalton Trumbo (Uma Arma Para Johnny), Nelson Rodrigues, enfim, livros que contém violência e erotismo existindo dentro de um contexto lógico e interessante.

Cinquenta Tons de Cinza conta a história da jovem estudante de literatura Anastasia, que conhece o jovem bilionário Christian Grey, atraente e misterioso, e os dois iniciam um relacionamento. Até aí, nada de novo, a não ser pelo fato de que Grey promete casar-se com ela apenas se ela concordar em assinar um bizarro contrato, entregando-se totalmente às suas vontades sádicas. Bem, isto é o resumo do que está resumido na contra-capa. E não é preciso ler mais nada, pois o resto do enredo, pelo que percebi das páginas que li,  é apenas trocas de mensagens entre os dois, cenas de sadomasoquismo onde Anastasia, submissa,  obedece às perversidades de seu algoz dizendo coisas como 'Sim senhor' (total degradação da mulher) enfim,  pornografia barata  de péssima qualidade.

Se você gosta de pornografia, não precisa gastar $35,00 para comprar este livro; por menos que a metade, você poderá adquirir alguma coisa semelhante (sem as tentativas bizarras de aspirar tornar-se literatura, ou seja, 'cutting the crap') em qualquer sebo ou banca de jornal. E sem sentir-se enganado.






6 comentários:

  1. Interessante! Fiquei curiosa... Deixa sobrar um tempinho que lerei, agora estou com três deles para dar conta.

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  2. Genial Ana!

    Gosto da tua prosa direta, sem rodeios e que revela cruamente as verdades (ora veladas), por essa mídia mesquinha.

    A degradação da mulher cresce a cada dia, aliada à violência- seja ela qual for. Temo ser a própria mulher o ponto de partida para tanto, mas sem generalizações: óbvio!

    Livrinho chulo e de conteúdo esquelético.

    bacios caríssima e parabéns pelo texto sempre bem delineado e consciente.
    Você é 10!

    Bom findi!!
    :)

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  3. Olá!Boa tarde!
    Ana...Tudo bem?
    é...não li!Não faz muito meu gênero.Mas, confesso que pretendo ler sim.Não por fazer parte de uma gama de leitores alienados e ou manipulados pela mídia de consumo.Mas, para ter uma ideia particular. Mas, com certeza, se não for do meu interesse de momento, nem vou perder o meu tempo lendo o livro, já que o gênero nem faz parte do meu gosto pessoal. Sei que é um livro que vem causando rebuliço por onde passa. A publicação foi acusada de ser literatura rasa por alguns,de linguagem adolescente para uma temática adulta, e agora lendo sua "prosa"sincera, principalmente o final...
    Obrigado!
    Ótimo final de semana
    Beijos

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  4. Ana,estão falando tanto desse livro que até coloquei numa lista de um sorteio de um blog que está sorteando livros,mas já me arrependi!Se é sadomasoquismo não gosto,já temos muita violencia nas ruas!Boa dica de alerta!bjs e meu carinho,

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  5. Para mim um livro pra ser bom tem que ter começo, meio e fim; não ser auto-narrativo; não patinhar no mesmo lugar; deixar-me sempre com a pulga atrás da orelha, ansioso para saber o que vem depois; e principalmente deve estar regado com uma dose certa de sensibilidade.

    Abraços renovados.

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  6. Desconfiava, ao ver o auê na imprensa, por certo, deve estar entre os mais vendidos.
    Isso se coaduna com o que escrevi em post recente ("Novas leituras", se não me engano):
    "A mídia nacional não quer saber se oa obra tem méritos literários ou não, importa saber se o autor é gringo". É horrível isto. E o pior é que, no mundo todo, a mídia está contaminada.
    Haja incentivo e elogios à medicridade!
    _Beijos.

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