Não tenho mais faces a oferecer. A única que sobrou-me inteira, é a que levarei para o resto da minha vida, e não desejo vê-la ferida pelas mesmas pessoas novamente.
Às vezes, o silêncio contém todas as coisas das quais precisamos saber. Lançamos um argumento, e quando recebemos de volta o silêncio, é porque já sabemos a resposta: estamos certos! Aquilo que mais temíamos é a verdade. Não há mais lugar para dúvidas ou achismos.
Jamais imponho minha presença aonde não sou desejada, e jamais traio aqueles que um dia me estenderam a mão. Talvez estas sejam algumas das pouquíssimas virtudes que aprendi a cultivar e que carrego comigo. Sei que às vezes sou uma pessoa difícil - daquelas que não gosta de levar desaforos para casa e não baixa a cabeça com medo das guilhotinas embutidas nas línguas alheias. Prefiro tê-la decepada a curvar-me por medo de solidão ou por pura convenção. Mas mesmo sendo uma pessoa difícil, sei que trago limpa a minha consciência, e esta certeza faz com que meu sono seja tranquilo.
Não tenho medo da solidão, e nem trocaria minha paz de espírito para estar na companhia de pessoas que nunca aprenderam a apreciar minhas qualidades. Demorou, mas aprendi, e sinto, cada vez mais, que esta é parte da minha missão nesta vida: seguir em frente, apreciar a minha própria companhia e procurar pela companhia apenas de pessoas que me respeitem e gostem de mim.
Se, a partir de hoje, eu tiver que tomar partido de alguém ou defender alguma causa, tomarei partido de mim mesma, e a causa defendida, será a minha. Jamais tentarei propor reconciliações entre pessoas cujo objetivo parece ser apenas o de demonizar os outros, causar rupturas e formar grupinhos, os 'do lado de cá' contra os 'do lado de lá.' Essa brincadeira cansa, desgasta, não leva a nada e é um desperdício de vida. Meu ouvido jamais voltará a ser o receptáculo de maledicências e vitimizações. E, no fim das contas, todo mundo fica "bem". Menos a gente.
A vida é curta por aqui, e mesmo que seja eterna e dure para sempre, não é uma desculpa para desperdiçá-la.
Muito tempo desperdiça-se com ingratidões de todos os tipos. Algumas pessoas, mesmo que alguém tire as próprias calças a fim de ajudá-las, no fim, não demonstrarão sequer um pingo de gratidão ou solidariedade. Na primeira oportunidade, jogarão no lixo o que receberam. E ainda reclamarão que a ajuda foi pouca. Porque não são felizes. Não sabem ser felizes. Ao serem ajudadas, sentem-se diminuídas. Como esperar despertar em pessoas assim coisas como união, amizade e solidariedade? E como decepcionar-se com elas, se é exatamente desta maneira que elas sempre agem?
Apenas uma reflexão de ano novo.
SOU DO BLOG FOLHAS DE OUTONO !!!!
ResponderExcluirQue bom a oportunidade que vc me dar de entrar no seu cantinho e poder admirar seus escritos...Desejo um ano bem mais cheio de realizações.
Amo ler tuas mensagens...Reflexões e poemas...
Faz m bem imenso ao coração.
Lembre-se que breve te convidarei para o blog que estou a criar.
Bom fim de semana...
Severa Cabral (escritora)
http://severaescritora.blogspot.com.br/
Ana, sabemos bem haver quem não merece ser ajudada. Uma ajuda nunca diminui alguém. Dou um exemplo em determinada altura da minha vida, embora ninguém, que não fosse eu, me podia ajudar. Porém um casal de vizinhos, mostrou muita solidariedade para comigo. Acontece não são pessoas com quem simpatizasse, mas fiquei de tal modo grato, que automaticamente, a simpatia passou a ser recíproca.
ResponderExcluirComo entendo, Ana!
ResponderExcluirAdorei o texto, que li ao sabor da minha própria experiência e do meu sentimento, embora lamente o motivo (pelo qual o texto foi escrito), e creio (assim o espero) que escrevê-lo tenha produzido um efeito libertador.
Resta seguir em frente e sorrir!
Olá!Boa noite,Ana!
ResponderExcluirbem...eu, também, sou uma pessoa muitoooo difícil.E tal como acontece em relação ao nosso corpo, que pode ser moldado através das escolhas que fizermos também o nosso cérebro pode ser trabalhado em nome de níveis mais elevados de saúde e bem-estar.
Na medida em que reconheçamos, por exemplo, que o tempo que escolhemos gastar com pensamentos negativos e destrutivos é tão prejudicial ao nosso cérebro, aumenta a probabilidade de fazermos escolhas emocionalmente mais inteligentes...e uma das escolhas que aprendi, que as pessoas só entendem o que querem, quando querem e da forma que querem......por isso, nada melhor do que seguir em frente, apreciar a própria companhia e procurar pela companhia apenas de pessoas que respeitem...
agradeço pelo carinho ,obrigado,Feliz Ano de 2014, Iluminado, belo final de semana, beijos!
Adorável Ana, não discordo do seu pensar, apenas acho que é preciso muito cuidado para que essa consciência de não reciprocidade de solidariedade em muitos casos, não venha a fazer com que você se engane em relação a algumas pessoas. Acredito firmemente na sua sensatez e assim, com tal esclarecimento você haverá de ter sempre a felicidade que merece ter. É o que lhe desejo sinceramente em 2014 e em todos os dias de sua vida. Obrigado e um abraço com ternura.
ResponderExcluirAna depois de cinco dias tentando consegui entrar em uma de suas casinhas, menina que difícil, mas não é culpa dos teus blogs não, é aqui na minha cidade que é litoranea e está com duas vezes mais a sua população por causa dos turistas, mas hoje consegui, sumi porque fiquei sem net mais de três meses, agora está tudo certo, senti sua falta, porque adoro a tua sinceridade, você não faz tipo, é o que é, e eu gosto de gente assim, meu anjo gostei muito da reflexão, eu penso para mim o que vale é minha consciência estar em paz, se tomarem sopa na minha cabeça não me importo, mas se mexerem com as pessoas que gosto, viro bicho, não tem jeito, um lindo ano pra ti, repleto de muita luz, paz e amor, beijos Luconi
ResponderExcluirFez lembrar-me meu velho e falecido pai. "Filho, amigos de verdade, conseguimos contar com um só mão, e mesmo assim sobraram diversos dedos..." Linda postagem, aplausos poetisa!
ResponderExcluirFeliz sábado!!!
ResponderExcluirExcelente o texto, e a frase não desperdiçar a vida vai de encontro com a minha forma de ver as coisas " vida".
São tantas as cores, os ares, as emoções e junto de tudo isso o aprendizado que podemos compartilhar com nosso semelhante.
Aninha, você é uma mulher especial!!
Agradeço pela visita ao Perseverança, seja sempre, sempre bem vinda, sua energia positiva vai correr por esta internet levando para outros o que você tem de melhor.
Bjs em seu coração.
Nicinha
Li esta reflexão ontem (acho que foi ontem), mas só hoje passei para comentar porque penso que tem razão quando diz que algumas pessoas se sentem diminuídas quando alguém tenta ajudá-las. Já fui acusada de pedante quando só quis ajudar alguém a enxergar uma dada situação por outra perspectiva e fiquei me perguntando se a pessoa tinha mesmo razão ao acusar-me de arrogante e tal. Depois de um bom tempo, observando a interação desta pessoa com outras pessoas, cheguei à conclusão de que ela insistia sempre na visão do copo meio vazio e percebi que qualquer coisa que dissesse só pioraria a situação, pois o complexo de inferioridade estava nela e se esse reconhecimento não partisse dela mesma, poderia vir Jesus Cristo e dizer-lhe isso e ela ainda assim poderia não considerar, e o chamaria de pedante. Nestes casos, o afastamento parece-me a melhor opção. Uma coisa que aprendi com a filosofia budista: por mais que tentemos, jamais poderemos controlar o alheio, o que as pessoas pensam ou sentem por nós. Mas o que pensamos e sentimos, isso sim, podemos controlar. Bom, um 2014 cheio de crescimento espiritual para você. Um abraço, Helena.
ResponderExcluirOi Ana, boa reflexão para iniciar o ano muito bem, que seja sempre muito abençoada, abraços carinhosos Maria Teresa
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