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domingo, 5 de julho de 2015

Não é Poesia...





Não - isto não é poesia.
Não sei o que é; nasceu de mim
Junto com o dia,
Mas não é poesia.

Às vezes me chega,
Sufoca a voz,
Impede o caminho,
Turva a visão...

Deita as garras 
Em meu coração
Até que eu a ouça,
Até que eu responda,
E faça de mim
Um canal
Para que ela chegue,
Me torne uma mãe
Para que ela nasça...

Mas não importa o que eu diga,
Ou o que eu faça,
Não é poesia.

Chega de noite,
Assombra meu sono,
Bordando as palavras
Nos meus lençóis...
Às vezes,
Ata-me em seus nós,
E quase me mata
Com suas mandingas...

Mas seja o que for,
Ou o que eu diga,
Se visto ou não visto
Os seus trajes de mendiga,
Não é poesia,
É uma outra coisa...

(Depois de usar-me,
Ela limpa a boca
Com as costas da mão...)




5 comentários:

  1. Que belo, Ana! Assim é o processo de criação, que impõe sua vontade. Que sempre seja usada (rss), porque o resultado é brilhante. Bjs.

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  2. Salve a poesia
    E o que não tem nome
    Salve Jorge
    Salve se expressar

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  3. Olá Ana, tão lindo, tão puro e é na poesia que você se expressa!
    Obrigada, abraços carinhosos
    Maria Teresa

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  4. Se ninguém faz samba só porque prefere.
    Poesia também vem como uma onda e quebra-se em suas mãos.
    Fico olhando sua elegância de escrever.
    Lindo sim,poesia sempre a seu serviço.

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