Não - isto não é poesia.
Não sei o que é; nasceu de mim
Junto com o dia,
Mas não é poesia.
Às vezes me chega,
Sufoca a voz,
Impede o caminho,
Turva a visão...
Deita as garras
Em meu coração
Até que eu a ouça,
Até que eu responda,
E faça de mim
Um canal
Para que ela chegue,
Me torne uma mãe
Para que ela nasça...
Mas não importa o que eu diga,
Ou o que eu faça,
Não é poesia.
Chega de noite,
Assombra meu sono,
Bordando as palavras
Nos meus lençóis...
Às vezes,
Ata-me em seus nós,
E quase me mata
Com suas mandingas...
Mas seja o que for,
Ou o que eu diga,
Se visto ou não visto
Os seus trajes de mendiga,
Não é poesia,
É uma outra coisa...
(Depois de usar-me,
Ela limpa a boca
Com as costas da mão...)
Que belo, Ana! Assim é o processo de criação, que impõe sua vontade. Que sempre seja usada (rss), porque o resultado é brilhante. Bjs.
ResponderExcluirSalve a poesia
ResponderExcluirE o que não tem nome
Salve Jorge
Salve se expressar
Olá Ana, tão lindo, tão puro e é na poesia que você se expressa!
ResponderExcluirObrigada, abraços carinhosos
Maria Teresa
Adorooo!!!
ResponderExcluirbjokas =)
Se ninguém faz samba só porque prefere.
ResponderExcluirPoesia também vem como uma onda e quebra-se em suas mãos.
Fico olhando sua elegância de escrever.
Lindo sim,poesia sempre a seu serviço.