witch lady

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terça-feira, 9 de outubro de 2012

ECLIPSE





Sonhei que o dia era noite,
Sonhei que a noite envolvia
O que restara do dia.

Perdida, eu me procurava,
Mas no negro, não me achava,
A noite me engolia.

A  manhã tornou-se negra,
Recolheu-se de repente
E a lua se escondeu.

Me perdi do que era meu,
Me senti tão desabrida,
No meio da escuridão...

Era um verso sem poesia,
Aquela noite sem dia,
Uma canção sem refrão!

Não havia madrugada,
Só a noite entrecortada
Pela escura solidão...


Poema baseado em um sonho que tive na noite passada. Sonhei que estava no portão de casa, acompanhando uma visita. Quando o abri para que ela saísse, um homem negro entrou, e de repente, a manhã ficou muito escura. Fiquei pensando, no sonho, que era um eclipse, mas ele me disse: É o fim do mundo." Sonho louco...

IMAGEM

Foto: Aniversariantes.



Dia 29 de setembro, aniversário meu e de minha irmã. Aniversariamos no mesmo dia. Nossa mãe nos teve de parto normal, e eu nasci exatamente onze anos depois dela. Incrível.

Minha mãe conta que quando eu nasci, o tumulto era tanto que se esqueceram do aniversário de minha irmã. Então, me deram para ela batizar.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Êxtase






Uma rosa se abriu
No fundo do meu jardim. 
Foi assim, de surpresa, 
Hoje de manhã. 


Êxtase: 
Beber da sua imagem, 
Sentir sua textura, 
Cheirar sua essência, 
Sentir ciúmes 
De uma abelha... 


Rodeá-la, 
A procura de ângulos
de beleza escondida... 
Experimentar imagens, 
Surpreender-me: 
Espetar-me 


E achar maravilhoso...

Cores Vivas






C o r e s   V i v a s



Vem ver o sol,
Olha o vermelho da flor,
Desprenda-se deste lençol
Onde não existe amor...

Há um mundo tão grande
Que deseja te encontrar,
Há um sonho preparado
Pra você realizar!

Vem ver o sol,
Vem pra fora,
Vem viver,
Vem sonhar!

Ah, ponha no rosto um sorriso,
Pense nos anos de vida
Que se estendem à tua frente,
Para que tu sejas gente,
Para que faças escolhas,
Para que sejas melhor!...

Deixa pra trás a tristeza,
Vem ver o sol,
Tenha a coragem, a certeza
De que a verdade 
É um brinde à vida,
Ao caminho certo,
E que a mentira, é um trago
De cachaça ruim
Em uma viela suja...

Vem para fora,
Vem ver o sol,
Vem aprender
A ser você!

sábado, 6 de outubro de 2012

TALVEZ








Talvez
Algumas pedras deste anel
Tenham caído no caminho,
Deixando-o assim, fosco e banguela.

Talvez
Existam muito mais segredos
Entre mim mesma e o travesseiro
Do que jamais contei a alguém.

Talvez
Aquilo que eu não pronuncio
Torne-se sólido e real
Se minha voz o desenhar.

Talvez
Seja melhor que eu esqueça
Se for possível, de mim mesma
E dessa sílaba a brotar...

Temporal






De repente, o dia ficou noite
Acenderam-se as lâmpadas da rua
Bem no meio da tarde.

Pássaros esconderam-se,
Não se ouve nenhum pio...
Há uma carga elétrica no ar,
Pronta a manifestar-se.

De repente, o vento contido
Solta-se em rajadas sem-destino,
Levando consigo, durante o descaminho,
Borboletas desavisadas,
Folhas ressecadas,
Telhados mal-pregados.

De repente, a chuva desaba,
Feito baldes d'água sobre o mundo,
Criando riachos, do que antes
Eram apenas pequenas poças.

De repente, um clarão demente cruza o céu,
Seguido de um violento ribombar:
Forças da natureza em ação,
Árvores inclinam-se para não tombar...
Raios, ventos, trovões...

Temporal mágico-atemporal,
Temporal magnético,
Catarse da natureza...

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

CIÚMES







Horrendo monstro
Que cresce nos becos
Causando destroços
Destruindo sonhos,
Ceifando amizades
Pingando maldade
Goteja perfídia
Na boa vontade...

Horrendo sentir
Que quer para si
A vida de alguém
O tempo, o sorrir,
Somente para si
Deseja e exige
Semeando intrigas
Morrendo e matando
De medo e de culpa...

Horrendo, sofrível
Vazio de amor
Afasta, escurece
Desperta rancor
Os olhos viscosos
E enviesados
Só enxergam maldade
Ressecam sorrisos...

*

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ASSIM É A VIDA



Torturo-te devagar
Para que não morras 
De dor extrema.
Dou-te um pouco de cor,
Dou-te um poema.

Vou ceifando laços
Do que não mais serve
E não quer ficar.
Deixo-te uma cena
Bucólica, amena,
Um braço de mar.

Torturo-te decepo
Ligações forçadas,
Forjadas no ninho;
Nos tocos doridos
Faço com que surjam
Novos caminhos.

E a graça de tudo
São as luzes que eu penduro
Por entre a escuridão
Que eu mesma provoco
Sempre que eu te toco
Com minha fria mão.

Torturo-te aos poucos
Com vários requintes
De doce crueldade,
Pois quero que saibas
Na ponta da espada
O que é realidade.

Se há um motivo,
Ninguém jamais disse,
Mas cumpro minha sina
De morder e assoprar,
De dar-te e tomar-te.
Assim é a vida.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

SUSTO








Por mais que luar,
Por mais que estrelas,
A mata é negra
E ameaçadora.
E a lua, enganadora,
Projeta sombras
Atrás de cada arbusto...

A cada curva
Um novo susto.

*

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Às Vezes



Às vezes, os dias não são claros,
E parece que há uma nuvem negra
Pairando sobre tudo.
Nem mesmo o brilho do sol, do lado de fora,
Parece iluminar a escuridão do lado de dentro.

É justamente nesta hora
Que precisamos tirar forças
De onde nem pensamos que ela possa brotar
Para tentar, ao menos tentar...

E mesmo que o mundo inteiro
Pareça ter nos esquecido,
Ainda teremos a nós mesmos, sempre!
Teremos nossos sonhos, a nos contemplar,
A lida do dia, coisas a serem feitas,
Começadas, continuadas e terminadas.

Às vezes, é preciso cortar laços
Para evitar o constrangimento
De não sermos mais amados,
Ou pior ainda,
Descobrir que nunca fomos; tudo era, simplesmente,
Um grande jogo de interesses escusos. 

Todos os dias, alguém pode tentar
Matar a nossa alma,
E pode ser que consigam, 
Com a nossa permissão.
Mas sempre será preferível
Cortar fora um só pedaço
A entregá-la por inteiro
A quem nunca a mereceu.

Às vezes, é preciso fazer escolhas
Muito, muito difíceis para nós,
Mas que sabemos, tornarão mais fáceis
Outros caminhos.

Pois como eu bem já disse,
Às vezes é preciso cortar laços
Para evitar o constrangimento
De não sermos mais amados.





domingo, 30 de setembro de 2012

Névoa da Manhã




Milhões de insetos, por entre a névoa,
Deslizam livres à luz do sol...
Luz matinal, leve, translúcida,
Gotas minúsculas ao arrebol...

Névoa de nuvens de cristais baços
Formando laços por entre as copas
Das calmas árvores, que ainda dormem...
Braços de galhos à luz amorfa!

Névoa, emaranha-te em meus cabelos
Como novelos de branca luz!
Seduz, desperta, com tua mão fria
Desfaz o laço dos meus segredos...

Névoa de gaze, levai meus medos
Desfaça-os todos com os teus dedos...
Solta-os no ar da tua brancura,
Brilhos de insetos em tua candura...

ECOS



Gritos loucos
à entrada da caverna
Onde moravam
(Ou pelo menos, era assim que acreditava)
Os monstros que ela mesma criava...

Eeeeeeco!
-Eeeeeeco!
Respondiam-lhe.
E quanto mais alto gritava,
Mais alto respondiam-lhe os monstros.

Se ao menos ela percebesse...

Canção do Desamor




Canção do desamor 

Sinto muito; não te amo,
Não sei como aconteceu.
Não há rastros do que fomos,
Nem sequer uma lembrança
Que me impeça de esquecer-te.

Pois de ti em mim só resta
Uma ruga sobre a testa,
Uma foto desbotando,
Um odor que sai, lavando,
Um torpor de fim de festa.

Sinto muito; não te amo.
Esse teu suposto amor
Nada é, senão costume,
Deixa em nós um azedume,
Sei que podes me esquecer.

Ao sair, deixe na casa
A cópia da minha chave.
Leve embora teus sinais,
Teus resquícios e lembranças
Mate toda a esperança.

Sinto muito, não te amo!

Estar Triste





Estar Triste

A tristeza
É como a bruma sobre a paisagem,
Ela deixa tudo incerto
E tudo encoberto
Por uma névoa branca e fria.

É um canto Gregoriano
Vindo do fundo de uma igreja,
Um réquiem,
A tristeza...

É um pássaro que olha para fora,
De dentro de uma gaiola,
É alguém que grita sozinho
E sem esperanças
No meio de um deserto,
E que sente uma sede
Para a qual,
Não existe água...
Morre
Aos poucos
De sede.

A tristeza
É descobrir-se cinzento
Em um dia em que tudo é azul.
É não ser capaz de sorrir
Quando a música toca, e todos dançam.
A tristeza
É a criança
Sentada na calçada fria,
Faminta e descalça.

A tristeza é um rio,
Que corre entre pedras limosas,
E tenta chegar até as rosas,
Mas elas morrem secas,
À margem.

Minhas Visitas



Recebo muitas visitas aqui em casa, todos os dias. Além dos meus alunos que circulam, entrando e saindo o dia todo, recebo sempre as melhores visitas que alguém poderia receber: animais! Criaturas puras, encantadoras e cheias de vida, que transmitem sempre as melhores energias do mundo.

Esse cara aí da foto virou um frequentador recentemente. E anda trazendo a sua namorada, uma belíssima Senhora Jacu. Também tem os esquilos (recentemente, um deles passou por cima de meu pé enquanto eu andava distraidamente na grama) os macaquinhos, os muitos pássaros, borboletas, joaninhas, formigas com bumbum dourado, enfim, uma infinidade colorida e alegre de VIDA.

E o melhor de tudo, é que são criaturas cuja presença traz apenas encanto, beleza, leveza, diversão. Eles jamais nos questionam ou reclamam por não terem gostado do tipo de frutas que colocamos para eles, ou das músicas que tocam no aparelho de som, ou das palavras que dizemos. E eu garanto: observando o seu modo de ser e viver, podemos aprender muitas coisas, sempre!

Hidra



Se vais julgar-me,
Faça-o antes que eu esmague
Entre meus dedos
Dos teus argumentos
O arremedo,
Faça-o depressa, e sem medo.

Se vais apresentar a acusação,
Esqueças antes, que tens um coração,
E ao abrir da boca, erga a cabeça...

Mas toma cuidado, pois a vida
Tem tantas cabeças quanto a Hidra,
E todas elas juntas, afinal,
Julgar-te-hão, eu sei, e isto é fatal.


Que a Tua Casa Seja Onde Está Teu Coração



Temos o livre arbítrio para escolher com quem e onde gostaríamos de estar. Temos o direito natural de escolher nossos amigos, manifestarmos nossas idéias e opiniões, de incluirmos e excluirmos quem desejarmos de nossas vidas. Assim, também somos incluídos e excluídos.

E por mais que tentem nos calar a boca, para que deixemos de expressar nossos pensamentos e ideias, jamais devemos baixar as nossas cabeças, aceitando aquilo que os outros nos impõe como certo apenas para 'manter a paz,' às custas de nossa alma. E isto pode significar desagradar a alguns. Pode ser que alguns nos virem as costas, apenas porque não concordamos com eles, e que levem junto com eles, outras pessoas que amamos, influenciadas (mal influenciadas) por suas opiniões. Quando isto acontece, dói; mas é uma dor que vale a pena, pois ficamos sabendo quem gosta realmente de nós.

Não é fácil descobrir que pessoas que vemos crescer, levamos à escola, alimentamos, banhamos, e sempre tratamos com o maior carinho e consideração, nos viraram as costas devido a influências de terceiros; não souberam separar as coisas. Não é fácil descobrir que para elas, nós nunca fomos nada, e que elas podem viver muito bem sem a nossa presença, que julgávamos importante.

Mas ao mesmo tempo, descobrimos que sobrevivemos. E que embora possamos continuar gostando delas, e de longe, desejando a elas tudo de melhor, podemos também viver sem a presença delas. Porque a vida é feita de escolhas; escolhemos e somos escolhidos. Rejeitamos e somos rejeitados. E é melhor , muitas vezes, não matar a si mesmo apenas para fazer parte do rebanho, cujo líder nos sufoca.

Respeito a liberdade de escolha de cada um. A vocês, os meus mais sinceros votos de que sejam sempre muito felizes, e de que percebam que seu lar será sempre onde seu coração está. Espero que as escolhas que estejam fazendo sejam muito bem pensadas, e que o solo sob suas casas seja sempre bem firme.

sábado, 29 de setembro de 2012

OURO



Ouro nas folhas de outono
Que cismam com a primavera
Que pensa que é inverno
E sonha com o verão...

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Quando eu Te Olho



Às vezes, quando eu te olho
Me lembro do quanto eras jovem,
Me lembro do quanto eu mudei
E de que jamais crescemos...

Apenas demos as mãos
E saímos a brincar
Lá fora, nesse jardim
Onde o sol se derramou
Com seus raios, em mil feixes
Sobre nossa juventude,

E a tempestade caiu
Sobre nós, com seus trovões,
Derrubando das roseiras
As rosas que tinham brotado,

E o outono deu seus frutos
Que comemos, tão famintos,
Nos caminhos que seguimos
 Tentando encontrar respostas,
Vislumbres do infinito...

Às vezes, quando eu te olho,
Me lembro que já choramos
Já sorrimos, já amamos,
Já sofremos, no entanto
Acho que jamais crescemos...

Somos aquelas crianças
Que um dia, se encontraram
Às portas deste jardim
E que bem juntas, sonharam
Com cores de primavera,
Com as chuvas do verão,
Com as rosas que brotaram,
Desfolharam pelo chão.

Às vezes, quando eu te olho,
Meus olhos se enchem d'água
Pela sede que nos mata,
Pelas fontes que secamos.

Uma vez, houve um verão
No qual nós amanhecemos,
E depois, anoitecemos
Desatentos, nos perdemos...

Às vezes, quando eu te olho,
Me dá um nó na garganta
Pois eu nos vejo crianças
De mãos dadas, pelo tempo
Que murchou as esperanças,
Amareleceu lembranças
E nós dois não percebemos.

Às vezes, quando eu te olho,
Sinto um fôlego surgir,
Dá vontade de sair
Descalça pelo jardim

E acolher nossas crianças
Que há tempos, nós perdemos
E dizer que não se assustem,
Afinal, nunca crescemos!...

HOJE







Hoje é um dia feliz,
Separado do ontem.
Não o contaminemos 
Com o incerto amanhã!

Hoje, estou à janela,
Vendo grossas gotas esparsas
De uma chuva que não chega
Mas que cai em ameaças...

E isso, agora,
É tão lindo,
Dentro da paisagem baça!
Se a chuva cai ou não,
Realmente, não importa!

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CINCO QUILOS

        No seu conceber, Cinco quilos me separam da esbelteza. Cinco passos, até que eu seja O 'eu' Que você deseja.   Cinco meses, ...