quinta-feira, 5 de agosto de 2021
DEBAIXO DA FOLHA
CORREDORES
Ah, esses corredores escuros e solitários
Que percorremos, de olhos fechados e dedos crispados!
Estreitos labirintos por onde nos perdemos,
Caminhos construídos por nós mesmos
E nos esquecemos dos motivos
Para cada curva, para cada chuva,
Para cada abismo que bem conhecemos!
Seguimos por eles, tentando não ver
Nossos próprios rostos, ou sequer ouvir
Os ecos eloquentes do que pregamos,
Tentando negar o que nos tornamos...
Ah, corredores sem portas, sem iluminação,
Cuidadosamente feitos para que neguemos
As ânsias que temos no coração!
sexta-feira, 23 de julho de 2021
COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ
Como se não houvesse amanhã,
Ele acordou naquele dia se sentindo mais vivo,
Abriu a janela e percorreu as curvas das montanhas
Com as pontas dos dedos.
Deixou que as pupilas ficassem, por instantes,
Nos miolos das flores,
E cumprimentou cada uma delas, dizendo seus nomes.
Como se não houvesse amanhã, ele respirou profundamente,
Sentindo a vida entrar pelo seu corpo bem devagar,
Preenchendo todos os espaços.
Absorveu os mormaços do sol,
Saudou as gotas de chuva,
Pisou na grama, descalço.
Como se não houvesse amanhã,
Ele fez as pazes com todo mundo,
Até mesmo com quem o havia magoado
Profundamente,
Erguendo seus rostos para olhá-los nos olhos, sem mágoas,
Eles, que haviam pisoteado em seu solo as melhores sementes,
Frustrando o plantio de seus mais preciosos sonhos.
Como se não houvesse amanhã,
Ele abraçou cada um dos seus amigos, e riu com eles,
Esquecendo de olhar-se no espelho,
Dissolvendo-se, doando-se, mesclando-se a todos,
Tornando-se, ele mesmo, o reflexo de cada um
Daqueles que amava.
Como se não houvesse amanhã,
Ele esqueceu as próprias dores, seu calvário,
E tratou de ser mais solidário
Com a pequenas dores alheias, as mais corriqueiras,
Sem minimizar nenhuma delas.
Abriu portas e janelas,
Deslumbrou-se com o sol que se punha,
Saboreou a comida simples como a um banquete,
Doou a maior parte de tudo o que mais amava
Beijou sua garota com mais paixão que de costume,
Exatamente como se não houvesse amanhã.
E ele fez bem, pois não houve,
Levou-o daqui o mesmo vento que o trouxe,
Deixando-nos órfãos do seu sorriso...
E as suas pegadas,
Foram aos poucos sendo apagadas,
Pois as estradas por onde ele seguiu
Nos eram fechadas.
quinta-feira, 15 de julho de 2021
Árvores - Melhores Amigas
segunda-feira, 5 de julho de 2021
"Por que Você Faz as Coisas que Faz?"
Tem gente que vive para questionar os motivos dos outros. quanto a mim, existem três motivos básicos pelos quais eu faço as coisas que eu faço. São eles:
- Eu quero
- Eu gosto
-Eu posso
Eu quero - Quando eu faço alguma coisa , seja lá o que for, é importante perguntar a mim mesma se eu quero fazer aquilo extamente naquele momento, por aqueles motivos e daquele jeito. A maioria das coisas que a gente faz, penso eu, devem nos trazer algum tipo de satisfação pessoal. Então eu faço alguma coisa porque eu quero, em primeiro lugar.
Eu gosto - Como já afirmei acima, para mim o prazer em fazer alguma coisa deve ser a minha maior motivação. Se eu decido escrever um texto, por exemplo, meu objetivo é sentir prazer e passar momentos agradáveis fazendo algo que eu gosto. Quando eu sei que estou dedicando algumas horas a uma atividade qualquer - mesmo que ela não seja considerada 'construtiva' pela maioria das pessoas - mas que ela me deixa feliz e relaxada, não sinto que eu esteja perdendo tempo.
Meu blog de contos, por exemplo; escrevo contos, embora eu saiba que eu não sou nenhuma escritora maravilhosa. Escrevo porque eu gosto de criar personagens e soltar a imaginação, não porque pretendo ficar famosa ou ganhar dinheiro. Mesmo que ninguém leia, o prazer de escever é o que me move. Portanto, poupe seu tempo e não venha me perturbar ou me aconselhar, dizendo que meus textos são longos, etc, etc, porque é bem mais fácil simplesmente não ler aquilo que não lhe agrada a perder seu tempo e azedar o dia de outra pessoa postando um comentário tão imbecil em um texto que você nem leu porque era longo demais.
Eu posso - Este é o meu terceiro motivo. Eu posso. Eu tenho o direito. Sou maior, vacinada e sei o que eu quero, e quais são os meus direitos, e desde que eu não esteja a prejudicar ninguém, posso ir até aonde eu quiser. Simples assim.
Tem gente que nem é seguidor, é perseguidor. Parece que estão sempre lá, vendo tudo o que os outros fazem online, achando que tudo é sobre eles ou para eles ou por causa deles. Acho que essa atitude é uma perda preciosa de tempo e energia.
Tenho ficado online muito menos tempo do que antigamente, porque eu hoje não me acho na "obrigação" de postar sempre, visitar sempre, comentar sempre tudo o que eu leio. Só faço o que me trouxer prazer. Minhas intenções de me tornar escritora já minguaram, pois quem escreve online desde 2007, já participou de tantas antologias de poemas, crônicas e contos, ganhou até prêmios, escreveu e publicou livros e mesmo assim não conseguiu nada através da literatura em direção a ser contratado por uma editora, ou é um péssimo escritor (não nasceu para isso) ou tem outras missões na vida que não esta.
Portanto, a única coisa que me move a escrever é o prazer. Quando ele terminar, eu paro.
quarta-feira, 23 de junho de 2021
AQUI, EU DESOBEDEÇO
Aqui é onde eu cresço,
Envelheço,
E descaradamente,
Desobedeço.
Aqui eu (des)arrumo
A minha (des)decoração.
Aqui, eu resolvo as pendengas
Do meu próprio coração.
terça-feira, 15 de junho de 2021
Oh, a fé...
Oh, a fé
Pequenina,
Essa palavrinha breve e inocente,
Quase piegas, quase luz de vela
A quase se apagar
À menor brisa,
Mas oh, a fé,
Ela resiste, ela se move,
Ela se estica
Por sobre o medo, ela protege
O que nos resta
De vida.
Oh, a fé,
Essa incerteza
Na qual quase ninguém
Acredita,
Mas ela agita, ela salva,
Ela é o olhar mais uma vez
Antes de ir,
De se fechar,
De desistir...
Oh, a fé,
Esse telhado que nos guarda,
A sementinha
Que Deus plantou
Dentro da gente,
E Ele pediu,
Encarecidamente
Que a protegêssemos
Da tempestade,
E do sol
Inclemente.
Oh, a fé,
Tudo o que resta
Quando na vida
Nada mais resta,
E a gente empresta
Um leve sorriso
De teimosia,
Uma elegia à esperança
Que só alcança
Quem tem fé,
Quem confia.
segunda-feira, 14 de junho de 2021
MIRANTE
Ela olha as cores mortas
Nas flores do seu vestido,
Prende os cabelos molhados
Para que seus dois ouvidos
Possam ouvir as palavras
Que um deus cansado tem dito.
Lá fora, um mundo distante
Que há muito ficou para trás.
Sua alma diletante
De tanto viver, não quis mais...
Passou o tempo; o passado
É só um presente embrulhado.
Ela olha, indiferente,
Sem tentar querer saber
Para onde foi tanta gente
Que antes, estava ali...
Um dia, quem sabe ela
Também há de sucumbir.
Seu olhar é tão sereno,
Seu coração só flutua
Em um lago de veneno
Onde ela não se situa.
Batidas atordoadas
Que o silêncio acentua.
terça-feira, 1 de junho de 2021
DRA YAMAGUCHI
O que eu assisti hoje na CPI (Circo Patético e Irrelevante) da Covid, me chocou mais do que qualquer coisa que eu já vi nas abordagens agressivas da esquerda. Um senador machista, arrogante, agressivo e lacrador tentando destruir e humilhar uma pessoa com um currículo invejável e mais de quarenta anos de experiência na área médica. Tudo isso através de perguntas irrelevantes que, ele deixou bem claro, pesquisou no Google a fim de atingir seu propósito. Ele próprio sugeriu a ela: "Não sabe a resposta? Pesquise no Google." Porque com certeza, foi exatamente o que ele fez.
Muitas daquelas perguntas não poderiam ter sido respondidas por noventa por cento dos médicos que atuam no país. Não se lembrar de datas e nomes não quer dizer que você é incompetente, mas que apenas não se lembra de datas e nomes que não tem importância.
Eu sinceramente espero que ela o processe.
Nessa CPI indigente, quando os inquiridos não respondem exatamente aquilo que esperavam ouvir deles, são humilhados e ridicularizados, e ninguém mais escuta uma palavra sequer que eles disserem. Fazem perguntas que eles mesmos respondem, repetem incansavelmente perguntas que já foram respondidas várias vezes (não sei se o problema é cognitivo ou se é surdez pura e simples) e zombam das pessoas de forma absurdamente desrespeitosa.
Jamais pensei que fosse viver para ver uma palhaçada dessas acontecendo no meu país. Enquanto isso, ignoram completamente o verdadeiro motivo pelo qual essa CPI deveria ter sido criada: averiguar para onde foram os BILHÕES liberados pelo Governo Federal e entregues a prefeitos e governadores para o combate à COVID. As perguntas relevantes continuam sendo ignoradas: cadê o dinheiro? Cadê os hospitais de campanha? Quem escondeu respiradores enquanto pessoas sufocavam até à morte, e por que?
Acho que não vou mais assistir a essa droga. Tira minha saúde, acaba com meu bom humor, me deixa com raiva. Isso não me faz bem, é podridão demais.
A RUA DESERTA
Dos lábios de Deus, partiu um sopro
E as ruas ficaram desertas.
De repente, nada havia
Que explicasse a dor silenciosa
Que se espalhava pelas ruas
E das casas, que se esvaziavam.
Nas sacadas, as pessoas cantavam.
E após o toque de recolher,
As mãos juntaram-se em preces,
Clamava pela vida
Quem não soubera viver.
Mesmo assim, das sacadas
As luzes dos celulares piscavam.
A rua deserta se estendia
Sobre as dores das almas, que temiam
Porque não sabiam como ascender,
Porque, durante toda a vida,
Só tinham mesmo aprendido
A ter medo de morrer.
E toda fé, que já era pouca,
Passou a ser testada,
E todo o amor, que já era raro,
Tornou-se quase nada,
Pois as pessoas só pensavam
Naquilo em que elas mesmas
Eram afetadas.
E das sacadas, as pessoas oravam.
Clamavam a Deus: “O que será de nossa raça,
Como será o futuro,
Quando tudo isso acabará?”
E Deus, estendendo as mãos,
Lançou um sorriso triste
Perguntando: “Querem mesmo a verdade?
Quem tem coragem?”
E das sacadas, as pessoas se calaram.
terça-feira, 25 de maio de 2021
TÂMARAS
Sementes
espalhadas pelo chão,
Caídas da
árvore da vida...
Um apelo de
irmão para irmão,
A dor na
mão aflita.
Bendita
paixão que acolhe,
Enquanto a
morte recolhe
Aquilo que
se perdeu...
Maldita
ferida aberta,
A lágrima
caindo certa
Pelo que já
não é meu...
Quando eu
não mais estiver,
Ou quando,
por fim, vier
A luz, sem
eira nem beira?...
Quem sabe,
quando nascerem
Crianças,
ou germinarem
Sementes
das tamareiras?
quarta-feira, 12 de maio de 2021
A INCRÍVEL HISTÓRIA DE UM RESTAURANTE QUE NUNCA EXISTIU
sexta-feira, 7 de maio de 2021
ENQUANTO ELES
Te levo comigo
Enquanto eles te pisarem,
Caluniarem, combaterem, queimarem,
Sujarem, contestarem,
Esfaquearem, calarem,
Atando-lhe as mãos
E pondo nos teus pés, grilhões.
Te levo comigo,
Apesar de toda a tua imperfeição,
Da tua mania estranha de dizer o que pensa
Sem tentar agradar aos falsamente sensíveis,
Aos politicamente corretos,
Aos supostamente suspeitos.
Te levo comigo
Porque eles não te aceitam,
Se deleitam em cavar a tua tumba,
Cravar facas e mais facas
Diariamente, naquilo que representas.
Porém,
A partir do infame momento
Em que eles te acolherem,
Te elogiarem, te apoiarem, te amarem,
Assinando sob tudo o que disseres,
Contrariando tudo aquilo que deles eu sei,
Nesse exato momento,
Eu te cuspirei.
sexta-feira, 30 de abril de 2021
O SANTO
Detrás de todo santo
Existe um pau oco
Onde ele esconde seu verdadeiro rosto,
E os seus arrotos.
As barras de suas saias rotas
Tocam as sandálias gastas
Que cruzaram esgotos
E pisotearam seus próprios sonhos mortos.
O santo do pau oco
Não tem olhos para as nuvens,
Ou para o céu;
Ele vislumbra o inferno,
E por isso o enxerga aonde quer que vá.
Sua auréola puída
Quase nada sabe daquilo que ele chama vida.
Sedento das orações e adorações que lhe dirigem os desesperados,
Tal santo sobrevive do sangue
Dos corações magoados.
terça-feira, 13 de abril de 2021
PELO SIM, PELO NÃO
Eu não sei se eu acredito
Em tudo aquilo que eu ouço,
Em tudo aquilo que é dito.
Caminho nas vias do mundo
Com passos bem cautelosos
E pensamentos caudalosos.
Pelo sim, pelo não
Eu faço o sinal da cruz
E tento focar melhor
Menos nas trevas, mais na luz.
Meu coração, sempre órfão,
Sozinho e desabrigado,
Não reside no futuro
Nem reside no passado.
Pelo sim, pelo não,
Eu sigo com a mesma fé
Que se transformou em grão
De mostarda, no caminho.
Eu ando olhando as estrelas
(Contente de ainda vê-las)
E aguardo, apreensiva
Só pelo sim, pelo não
Aquilo que me contaram:
-Três dias de escuridão.
segunda-feira, 29 de março de 2021
POEMA SEM NOME
No solo imperfeito da minha vida,
quinta-feira, 25 de março de 2021
PARA BOM ENTENDEDOR
Um dia me disseram que só se conhece verdadeiramente o que é amor depois que se tem filhos. Não vou comentar o absurdo desta afirmação, pois não é esse meu objetivo. Também já me disseram que pais verdadeiramente amorosos farão qualquer coisa por seus filhos, o que para mim soa como uma afirmação igualmente absurda.
Porém, eu acredito que o amor que um pai ou mãe têm por seus filhos é um sentimento muito forte, e através desse sentimento, um pai ou uma mãe podem pretender justificar comportamentos inadequados de seus filhos, até mesmo condutas criminosas.
Da mesma forma, sempre ficamos sabendo de histórias sobre filhos manipuladores, que se utilizam do amor dos seus pais a fim de conseguirem o que desejam deles. Para mim, isso não é apenas falta de respeito: pode ser um sinal de psicopatia latente.
Assim como muitos relacionamentos de amor ou amizade se tornam tóxicos, relacionamentos entre pais e filhos também podem se tornar tóxicos, por exemplo, quando há abusos de um dos lados, manipulações, maus-tratos... ou condescendência. Se os pais tentam justificar o comportamento criminoso de um filho, ou se negam a assumi-lo, eles estão concordando com ele e contribuindo para que ele continue a ter o mesmo comportamento. Por mais honestos e bem-intencionados que os pais sejam, esse tipo de conduta não é certo.
E é grande o número de pais que acabam prejudicando a si mesmos e aos seus relacionamentos de amizade ou familiares a fim de passar panos quentes em filhos mimados e voluntariosos. Muitas pessoas admiráveis perdem a confiança dos outros devido a esse comportamento condescendente.
Se o seu filho vem à minha casa e, por mau comportamento ou desobediência, quebra um objeto valioso que me pertence; e se eu reclamo com você sobre o acontecido, e ao invés de repreender seu filho oferecendo-se para ressarcir meu prejuízo, você o justifica dizendo, “Isso é coisa de criança”, eu não vou convidá-lo para minha casa novamente. Talvez nossa amizade fique abalada. E com toda certeza, seu filho vai continuar agindo da mesma forma em todas as casas para as quais for convidado. Logo, os convites vão se tornar cada vez mais raros.
Por mais honesto, admirável, corajoso e arrojado que alguém possa ser, todo mundo tem um calcanhar de Aquiles. Para alguns, os filhos são seu ponto fraco. Mas isso não ajuda a ninguém – nem aos filhos, nem aos pais. O amor paterno não deveria jamais servir de justificativa para que se faça vista grossa aos erros dos filhos, mas deveria ser uma afirmação de autoridade e dedicação verdadeira de um pai ao punir seus filhos quando isso se tornar necessário. Porque o que é errado para um, deve ser errado para todos.
quinta-feira, 18 de março de 2021
THE MEXICAN
Hoje eu acordei com a voz de minha mãe e uma música antiga na cabeça. Durante um sonho, ela estava falando comigo sobre algumas coisas dais quais ela tinha saudades. Lembro-me de estar sentada no chão da sala da casa dela, onde morávamos, conversando sobre várias coisas. De repente, me veio à cabeça uma música antiga, dos anos 70, chamada “The Mexican.” Eu era apenas uma criança quando uma de minhas irmãs comprou aquele disco, que reunia sucessos da Rádio Mundial. Ainda posso ver a espiral verde, símbolo da gravadora Som Livre, rodando na vitrola enquanto o disco tocava.
Bem, ao acordar pensando na música, fui procurá-la no Spotify, sem a menor esperança de encontrá-la; afinal, quem se lembraria de uma música que nem fez tanto sucesso assim? Bem, mas bastou digitar o nome da música e eu acabei achando-a! Foi muito estranha a sensação de ouvi-la novamente após mais de quarenta anos!
De repente, eu olho para o nome da banda que estava interpretando essa nova versão, gravada em 2007, e qual não foi a minha surpresa ao lê-lo: Babe Ruth. Ruth era o nome de minha mãe. Antes de hoje, eu nunca tinha ouvido falar nessa banda.
De manhã, à janela da casa, enquanto eu contava ao meu marido sobre o sonho e a coincidência dos nomes (especulávamos sobre o quanto as coincidências são ou não são nada mais que simples acaso), meus olhos pousaram entre uma pequena abertura entre os muros de duas casas vizinhas, e o que vejo? Uma planta que minha mãe adorava – um arbusto com flores vermelhas chamado Hibisco Colibri. Tínhamos um grande arbusto desta planta no quintal dos fundos da casa. Quando pequena, eu costumava retirar as flores para sugar o líquido doce que elas produziam, e minha mãe vivia ralhando comigo por isso.
Se eu tinha qualquer dúvida sobre ter sido coincidência ouvir a música no sonho e depois descobrir que o nome da banda era o mesmo de minha mãe, a certeza veio quando vi as flores: coincidências não existem, e há coisas na vida que estão bem além da nossa pequena compreensão.
QUEM ESTIVER CURIOSO SOBRE A MÚSICA, EIS O LINK:
quarta-feira, 10 de março de 2021
Algumas Rosas
Algumas rosas, no quintal dos fundos,
Querem saber o que vai lá no mundo:
Elas rastejam até o alto muro
E sem ligar a todo o meu cuidado,
Vão espiar o vizinho do lado.
No meu quintal, exibem os espinhos,
Mas as corolas coloridas pendem
Sobre o telhado da vizinha casa;
Valeram a pena, tantos cuidados?
Da mesma forma, existe gente assim,
Que nós regamos, que nós ajudamos,
Mas ao florir da sua ingratidão,
Vão se mostrar só no terreno alheio,
Usam o esteio que lhes conferimos
E nos regalam com os seus espinhos.
terça-feira, 2 de março de 2021
INTUIÇÃO
Eu não sei quanto a você,
Mas eu sinto cheiro de nuvem
Pouco antes de chover.
Um cheiro de água contida,
Dessas, que escorrem da vida
Quando algo vai morrer,
Ou de estrela frustrada
Que não consegue brilhar
E por isso chora, embaçada,
Ou de praia abandonada
Onde não há marinheiros
Peixes, algas ou jangadas.
Eu não sei quanto a você,
Mas eu sinto cheiro de nuvem
Bem antes da tempestade.
Sei que que quando desabarem
As nuvens trarão consigo
Toneladas de saudades.
Parceiros
CINCO QUILOS
No seu conceber, Cinco quilos me separam da esbelteza. Cinco passos, até que eu seja O 'eu' Que você deseja. Cinco meses, ...

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Eu Só Tenho Uma Flor Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...
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Duas fábulas do livro Fábulas Chinesas, de Sérgio Cappareli & Márcia Schmaltz Esperando um Coelho No reino de Song existia um camponês q...