Dos lábios de Deus, partiu um sopro
E as ruas ficaram desertas.
De repente, nada havia
Que explicasse a dor silenciosa
Que se espalhava pelas ruas
E das casas, que se esvaziavam.
Nas sacadas, as pessoas cantavam.
E após o toque de recolher,
As mãos juntaram-se em preces,
Clamava pela vida
Quem não soubera viver.
Mesmo assim, das sacadas
As luzes dos celulares piscavam.
A rua deserta se estendia
Sobre as dores das almas, que temiam
Porque não sabiam como ascender,
Porque, durante toda a vida,
Só tinham mesmo aprendido
A ter medo de morrer.
E toda fé, que já era pouca,
Passou a ser testada,
E todo o amor, que já era raro,
Tornou-se quase nada,
Pois as pessoas só pensavam
Naquilo em que elas mesmas
Eram afetadas.
E das sacadas, as pessoas oravam.
Clamavam a Deus: “O que será de nossa raça,
Como será o futuro,
Quando tudo isso acabará?”
E Deus, estendendo as mãos,
Lançou um sorriso triste
Perguntando: “Querem mesmo a verdade?
Quem tem coragem?”
E das sacadas, as pessoas se calaram.
Lindo poema para esse triste tempo desse maldito vírus que ceifou vidas, arruinou famílias ...beijos, lindo JUNHO!chica
ResponderExcluirBoa noite de serenidade, querida amiga Ana!
ResponderExcluirCreio que bem sabemos a resposta... Perguntamos mas não queremos a verdade de Deus.
Profundo e apocalíptico seu poema.
Vamos aguardar...
Tenha um mês de junho abençoado!
Beijinhos carinhosos e fraternos