A tarde penetra pela porta aberta da casa, trazendo consigo alguns raios mornos do sol de inverno. Ligo meu aparelho de CD e escolho: "Solaris." Música maravilhosa ecoando pela casa, subindo as escadas, chegando aos quartos, saindo pela janela e indo fazer fundo ao canto dos passarinhos nos galhos do cedro...
Nada como boa música para encher a casa de boas energias!
Gosto de música desde que me recordo de mim mesma. Quando eu era pequena, minhas irmãs ouviam as músicas daqueles tempos, os anos sessenta: Roberto e Erasmo, Wanderléa, Os Mutantes, Paulo Sérgio, The Beatles, Jerry Adriani. Eu não gostava de todos eles, mas de tanto escutar, acabei aprendendo a cantar várias músicas, e se as ouço hoje, lembro-me daqueles tempos em que minhas irmãs mais velhas usavam sutiãs com enchimento de espuma e sapatilhas de bico fino. Lembro-me da velha rádio-vitrola automática, na qual minhas irmãs colocavam vários discos de vinil ao mesmo tempo, e eles iam caindo e tocando um a um.
Havia um disco totalmente empenado, pois elas o levaram para a praia com elas: um disco dos Fevers. Estava tão empenado, que só tocava as últimas músicas.
A música tem esse poder de evocar memórias, despertar sensações, acalmar, agitar, comover e até irritar. É preciso ter cuidado com o tipo de música que tocamos na casa, conforme a ocasião.
Quando estou faxinando, gosto de ouvir um rock mais agitado, pois ele me ajuda a ter energias para fazer uma boa limpeza. Quando termino, coloco uma música suave - Enya, New Age ou outra neste estilo - e deixo que as camadas de energia se assentem devagarinho.
Mas nada melhor do que as músicas da coleção Solaris para um final de tarde ensolarado... e há sempre aqueles momentos nos quais a melhor música, é o silêncio!
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