Dá um ponto, e arrebenta
De repente, toda a linha...
Pega a tesoura e desmancha
E depois, o recostura...
Pede a Deus que ajude um pouco,
Pois os dedos já cansados
Se perderam nos caminhos
De um bordado desmanchado.
Uma flor daquele lado,
Um sol se pondo no pano,
O existir arremedado
De um destino de cigano...
As agulhas se cansaram,
E os dedais, já não protegem
Os seus dedos espetados:
Há sangue sobre o bordado.
Um rococó, um laçado,
Ponto-cruz que ele carrega,
O caminho alinhavado,
-Não se solta, não se entrega!
Cai no chão o pano: fado!
E a vida se encarrega
De riscar outro bordado
Com pespontos bem marcados...
Lindo e a vida está sempre nos fazendo tecer...beijos,chica
ResponderExcluirLindo!!!
ResponderExcluirA vida é o nosso bordado, não importa se costuramos ou recosturamos estamos sempre buscando a perfeição.
bjokas =)
Olá, querida Ana
ResponderExcluirEu pinto e bordo no sentido literal da palavra... rs...
Fui sentindo como se minha mão bordadeira estivesse no tecido... compassadamente... Muito legal!!!
Seja muito abençoada e feliz!!!
Bjm fraterno de paz e bem
Se podemos enfeitar a vida com lindos bordados não é com tristeza que vamos alinhavar os caminhos. Muito bonito seu poema! Abraços.
ResponderExcluirVc descreveu o bordado dificil da vida,onde nem sempre tudo sai como planejamos! Linda sua poesia! bjs,
ResponderExcluirE assim segue a vida nossa de cada dia... belos seus versos, feito de ricos bordados na forma de palavras.
ResponderExcluirBeijo,
Valéria
Ana Baiilune
ResponderExcluirBonito o poema, foi mesmo bem bordado. Poema de gosto, a dar conta de uma boa poeta.
Beijos
Cada verso é maravilhoso Ana!
ResponderExcluirtal qual bordados, nossas histórias são marcadas ponto a ponto de um novo passo.
ResponderExcluirAinda bem que podemos riscar de novo. Abraços carinhosos
Maria Teresa
Tenho a sensação que, por mais que desenhemos os traços, o bordado adquire vida própria e nos leva para outras direções. Muito belo, Ana. Bjs.
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