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segunda-feira, 5 de maio de 2014

BORDADO




Dá um ponto, e arrebenta
De repente, toda a linha...
Pega a tesoura e desmancha
E depois, o recostura...

Pede a Deus que ajude um pouco,
Pois os dedos já cansados
Se perderam nos caminhos
De um bordado desmanchado.

Uma flor daquele lado,
Um sol se pondo no pano,
O existir arremedado
De um destino de cigano...

As agulhas se cansaram,
E os dedais, já não protegem
Os seus dedos espetados:
Há sangue sobre o bordado.

Um rococó, um laçado,
Ponto-cruz que ele carrega,
O caminho alinhavado,
-Não se solta, não se entrega!

Cai no chão o pano: fado!
E a vida se encarrega
De riscar outro bordado
Com pespontos bem marcados...




10 comentários:

  1. Lindo e a vida está sempre nos fazendo tecer...beijos,chica

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  2. Lindo!!!
    A vida é o nosso bordado, não importa se costuramos ou recosturamos estamos sempre buscando a perfeição.

    bjokas =)

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  3. Olá, querida Ana
    Eu pinto e bordo no sentido literal da palavra... rs...
    Fui sentindo como se minha mão bordadeira estivesse no tecido... compassadamente... Muito legal!!!
    Seja muito abençoada e feliz!!!
    Bjm fraterno de paz e bem

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  4. Se podemos enfeitar a vida com lindos bordados não é com tristeza que vamos alinhavar os caminhos. Muito bonito seu poema! Abraços.

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  5. Vc descreveu o bordado dificil da vida,onde nem sempre tudo sai como planejamos! Linda sua poesia! bjs,

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  6. E assim segue a vida nossa de cada dia... belos seus versos, feito de ricos bordados na forma de palavras.
    Beijo,
    Valéria

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  7. Ana Baiilune

    Bonito o poema, foi mesmo bem bordado. Poema de gosto, a dar conta de uma boa poeta.
    Beijos

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  8. tal qual bordados, nossas histórias são marcadas ponto a ponto de um novo passo.
    Ainda bem que podemos riscar de novo. Abraços carinhosos
    Maria Teresa

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  9. Tenho a sensação que, por mais que desenhemos os traços, o bordado adquire vida própria e nos leva para outras direções. Muito belo, Ana. Bjs.

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