Um dia,
Quando formos luz,
Talvez a cegueira que hoje temos
E a ilusão que ela traz
Nos faça olhar um ao outro
E nos enxergarmos
Como realmente somos.
Quem sabe,
Quando formos luz,
As ilusões causadas,
As desilusões mascaradas
Possam encontrar um final
E nos conheçamos, enfim.
Talvez
Quando formos luz,
Tu me olhes sem armas,
Sem pedras nas mãos,
Sem inveja, sem disputa,
E me vejas como eu sou
(Ou como eu tento ser).
Um dia,
Quando formos luz,
Compreenderás as razões
Pelas quais eu fiz
O que tive que fazer,
E me vejas, não como um monstro,
Mas como uma pessoa
Tão sensível quanto você.
E quem sabe,
Nesse dia
(Se ele chegar)
Possamos, sinceramente , lamentar
Pelo tempo que perdemos
Tempo que não nos reconhecemos
Esse mesmo tempo que vivemos
Como luz, que somos.
*