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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Guardados




Um dia, 
Arrancou do anel as pedrarias,
Pois feriam-lhe os olhos,
Arranhavam-lhe a alma,
E algumas, eram falsas.

Arrancou-as, mas não pôde, simplesmente,
Jogá-las no fundo de um lago:
Cravejou com elas o próprio coração
Que ficou sempre pesado.

Um dia,
Acreditou que era possível não sentir,
Não ser, não tocar, não ouvir,
Esquecer as turmalinas e esmeraldas,
Os diamantes e ametistas falsas,
As zircônias de beiradas quebradas,
As turquesas opacas...

Mas o coração, para sempre cravejado,
Batia num compasso amordaçado,
Sonhava com o dia em que as aragens
De um oceano estagnado
Enferrujariam, finalmente,
As suas engrenagens...


10 comentários:

  1. ... também ando me olhando do avesso...

    Que lindo, Ana!!!

    Um grande abraço
    e obrigada pelo teu constante carinho.

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  2. Ana Bailune, linda cadência, a carecer de interpretação, essa poderá e parece ser mesmo de desilusão.

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  3. Lindíssimo Ana, uma pedra rara de sua imensa coleção de poemas lapidados com toda sua arte.
    Nada mais brilha quando o amor se vai ou se ausenta.
    Adorei.
    Abraços amiga.
    Bju

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  4. Boa tarde, mensagem em poema com uma pedra que tema sair do coração, sempre adiante,
    perdida no tempo na construção de lindos poemas.
    AG

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  5. Lindo, amei ler aqui, as "pedras" pesam, mesmos as raras e de muito valor.
    Viver sem sofrer é mesmo o que viemos fazer por aqui, deixando as ilusões de lado.
    Mas as pedras, ah, são tão lindas!!!
    Abraços linda amiga Ana!

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  6. Andar longe, olhar distante, se vendo do avesso... Bem coisa de coração de poeta. Lindos versos, Ana.

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  7. A amiga escreve maravilhos poemas!
    É sempre muito bom ler o que escreve.
    Desejo que a amiga se encontre bem.
    Bj.
    Irene Alves

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  8. Triste, Ana, mas rico e belo. Não são jóias as pedras que passam a ferir. Bjs.

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  9. um poema nostálgico mas belo na sua nostalgia.
    todos temos algumas pedras em nosso coraçao.
    você escreve bem poesia.
    uma boa semana.
    um beijo

    :)

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  10. Nossa, Ana... belíssimo!
    Gostoso de ler, apesar da dor dos sentimentos.
    Parabéns!!!
    Abração e lindo dia.

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