Enquanto as gotas formavam-se, anônimas,
Sobre as pétalas abertas da manhã,
As abelhas colhiam o orvalho
Sem saber do veneno
Que levavam às suas colméias.
As abelhas zuniam,
Pousavam, inocentes,
Levando nas patas
A matéria para o mel mais amargo,
Matando a alma do bardo,
Produzindo amargo fel.
Mas quando a luz da manhã
Refletiu a cor verdadeira
Do veneno que brilhava
Por dentro das gotas translúcidas,
Retiraram-se as abelhas,
Recolheram-se às colméias,
Deitaram às favas suas favas,
Lavaram bem as suas patas
Nas águas claras do rio...
Infelizmente, na vida real, não é assim que acontece; as abelhas estão desaparecendo a cada dia, mergulhadas nas gotas orvalhadas de agrotóxicos usados nas plantações. Uma perspectiva terrível, pois elas são responsáveis pela polinização de muitas espécies de plantas, e necessárias à produção agrícola.
Lindo poema e triste constatação ao final.né? Uma pena ! bjs, lindo setembro! chica
ResponderExcluircontundente sua conclusão ...
ResponderExcluirZumbida faina, delicadas tarefas, floridas rotinas em mágica poesia cantadas.
ResponderExcluirUm abraço, Ana.
Calu
É triste, Ana, acredito que as abelhas são as mais prejudicadas, com veneno e poluição. Tenho umas caixinhas aqui e nem mexo, apenas observo seu trabalho contínuo, sem descanso, que com o desmatamento, saindo um grande condomínio, deixarão de existir, não haverá mais mata. Elas só precisam da planta que lhe dê o alimento...
ResponderExcluirAbraços carinhosos
Maria Teresa
Que triste fim das abelhas que,inocentes,cavam o próprio fim! Muito tocante poema. bjs,
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