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sábado, 27 de setembro de 2014

SOBRE O QUE SOMOS



Ao ler a entrevista do cantor canadense Michael Boublé à revista Speak Up, encontrei uma frase que eu considero muito correta. Ao explicar o porquê de não guardar nenhum dos prêmios, troféus e placas que recebe - nem mesmo o Grammy -  o cantor declarou:

"Se precisarmos ser lembrados de quem somos, podemos simplesmente nos olhar no espelho!"

Assim, Michael Bublé distribui seus prêmios aos seus pais, parentes, amigos e até mesmo lojas que frequenta em Vancouver, sua cidade natal. Fiquei pensando que, apesar de nos sentirmos envaidecidos e agradecidos quando recebemos prêmios pelo nosso trabalho, eles realmente não dizem quase nada sobre o que somos. Nossas profissões são apenas uma parte das nossas vidas. Posso dar aulas e ser chamada de professora, mas uma professora não é o que eu realmente sou. Existe uma essência por trás dos títulos que recebemos e conquistamos ao longo da vida que poucos de nós realmente chega a conhecer ou preocupar-se em conhecer.

E vamos nos adaptando e nos identificamos com o que os outros acham de nós, e cada vez mais, fazendo de tudo para que aquela imagem que tentamos tão arduamente construir permaneça sempre verdadeira aos olhos do próximo. É a criação da nossa máscara, da nossa persona. Com o tempo, a idade e a experiência de vida, vamos aos poucos compreendendo o quanto estas coisas são passageiras e sem importância.

Na minha idade - quase meio século de vida - só desejo uma coisa: ser feliz à minha maneira. Pouco me importa o que esperam de mim. Hoje, só vou aonde sei que sou bem vinda. Só entro onde sou convidada. Já não me importo com muitas das coisas que eu considerava importantes antigamente, e hoje eu vejo o quanto perdi tempo com elas. Aprendi a não dizer "sim" quando quero dizer "não." Aprendi a não dobrar-me àquilo que querem de mim, porque chantagens emocionais já não me comovem. Minha ética e minha maneira de ser são as únicas coisas que me importam. Respeito a quem me respeita. Ignoro a quem me ignora. Convivo com quem me faz bem, com as pessoas com quem eu sinto que não preciso me espremer, me dobrar ou me sangrar para ser como elas querem.

E se elas me esquecem, é um favor que me fazem.



7 comentários:

  1. Feliz sábado!
    Realmente para sermos lembrados precisamos de pequenas atitudes que são grandes gestos; respeitar o nosso semelhante e deixar lado toda e qualquer manifestação de interesse ao que o outro tem.
    É isso ai olhar no espelho e ver que não existem diferenças.
    Grande abraço, parabéns pela postagem.
    Nicinha

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  2. Não sou nenhum Bublé mas aprendi isto tb com a vida ...

    Bom fds ...

    Beijão

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  3. ESPETACULAR!!! Amei e busco também viver dessa forma, Ana!! Aplausos!!!

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  4. Oi Ana
    Eu não busco a perfeição pois é parte integrante de Deus. Quero somente ser eu mesma. Sempre sincera e coerente com as minha posturas.
    Um belíssimo texto amiga e uma espetacular lição
    Um super abraço

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  5. Olá, querida Ana
    A gente precisa mesmo ser o que é... vc na escala de 50 e eu na de 60... sempre aumentando minha proteção interna para não me ferir e crescendo no trato elegante com os demais... sem me aborrecer internamente...
    Agora, ouso dizer mais não e menso sim sem vontade... mas, sacrifícios são necessários, muitas vezes... no entanto... em se tratando de entes muito próximos e amados por demais (filhos e netos, em emeu caso)...
    Compactuo integralmente da sua fala de é um favor que me esqueçam (os indesejáveis)... muito melhor que seja assim, que sejam felizes para eu poder ser também pois mereço tanto quanto...
    A autoestima é fundamental para a nossa integração e vc me parece tê-la...
    Bjm florido

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  6. Oi Ana, amo suas postagens e sua autenticidade, passei uma vida tentando agradar a todos, cheguei à conclusão que só me feri e não agradei a ninguém, hoje (muito recente) procuro agradar a mim, sem me importar com quem não me gosta. Aprendo muito aqui e agradeço, abraços carinhosos
    Maria Teresa

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  7. Olá,Boa tarde,Ana
    concordo inteiramente com o Michael e contigo... vivemos numa sociedade onde o "ter é mais importante que o ser" , que opiniões de terceiros importa muito e assim a vontade própria termina e passamos a depender das opiniões e aprovações de outros...e é assim que, usamos as máscaras todos os dias... ,mas não podemos jamais pensar que somos a própria máscara, pois isso faz-nos afastar de de nós mesmos , de nossa essência...por vezes, são atitudes somente adequadas para as várias circunstâncias que se apresentam na vida , portanto, são passageiras e sem importância...mas, precisamos aprender a conviver com elas, até que um dia não tenhamos mais necessidade disso. Dessa convivência, decorrem o nosso desenvolvimento de quem realmente somos ...
    Obrigado pelo carinho, belos dias, beijos!

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