Morre tão seco o poema,
Pois já não mata-lhe a sede
A tinta daquela pena!...
Morre, silencioso e frio,
Morre sem brio ou verdade,
No abismo imenso do vazio
Morre sem qualquer saudade!
-Tragam água para o poema,
Antes que seja tarde!
Parte-se ao meio a palavra,
Ardem as chamas da pira
Na qual ele queimará...
Entram e saem de cena
O poeta e seu poema,
Tentando aplacar uma sede
Que lhe fere feito adaga,
Tentando exprimir uma dor,
Quem sabe, conter uma mágoa...
-Água para um poema,
Tragam água, tragam água!...
A noite o cobre de negro
Abraça-lhe, diz-lhe um segredo;
E o poema agonizante
Resiste ao terrível degredo
Que o poeta lhe impôs
Por pena, por dó ou por medo...
-Tragam-lhe um copo de água,
Que amenize o vil enredo!
-Água para um poema,
Que morre ao nascer do dia,
Entre rimas de agonia,
Assim que desponta o sol!
Entre as fendas dos olhos cansados
O poema enxerga um troll
Como um monstro que dançasse
Uma giga ao arrebol...
Por isso, morre o poema,
De uma sede inacessível
A qualquer água ou refresco
De alucinação terrível!
-Água para o poema,
Tragam água, tragam água!...
Que ele siga tranquilo
Para sua nova casa!
Que linda inspiração minha amiga poetisa, amei, trago aqui com meu maior amor um pouco de água para esse poema que encanta quem o ler, não morrerá podes crer!
ResponderExcluirAbraços!
O seus poemas nunca morrerão de sede, pois muitos os admiram e lhes darão, sempre uma doce ternura para beber.
ResponderExcluirBeijos, Élys.
Ana Bailune, passo a regar o poema, como este da tua autoria vale. Apesar da tua interessante e imaginosa construção, nem o poema, nem o poesia, em si morrerão. Sempre haverá poetas a encarregar-se de a regar com a sua leitura.
ResponderExcluirBeijos
Não deixemos morrer o poema, nunca!
ResponderExcluirmuito lindo!
Ana, lendo e relendo este poema, senti uma vontade imensa de ser um poeta maior, dos mais líricos e delinear em versos tão belos quanto estes, e com o maior fervor, o meu desejo incontido de ver perpetuar a poesia em todos os corações. Mas a lira dos poetas e poetisas não haverá de morrer jamais. Um abraço com a ternura de sempre.
ResponderExcluirOI ANA!
ResponderExcluirSE MORRESSEM OS POEMAS, MORRERÍAMOS TODOS NÓS, POIS QUE SERIA DA VIDA SEM VERSOS E SEM POETAS?
BELÍSSIMO TEXTO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Muito bom!!
ResponderExcluirDeixo aqui água potável e bem fresquinha, para saciar a sede do poema.
Fantástico!
Aplaudo seus versos. Seu poema está belíssimo, Ana. Bjs.
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