witch lady

Free background from VintageMadeForYou

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Portas & portões


Casa antiga, onde hoje funciona uma pousada, na Av. Koeller


Sempre fico fascinada ao passar por casas antigas, com seus portões de ferro trabalhado... também me encantam as velhas portas de madeira pesadas e envelhecidas, a tinta craquelada. São como portais para um outro tempo!

Aqui mesmo, na minha cidade, existem várias casas assim. Uma que me despertava muito a curiosidade, era A casa dos Sete Erros. Até que ela foi aberta à visitação, e eu pude vê-la por dentro! O proprietário, orgulhoso, contou-nos a história de sua família. Bem, mas este seria assunto para mais uma crônica. Se desejarem saber, visitem a casa dos Sete Erros, que fica na Rua Ypiranga, aqui em Petrópolis. Ou... joguem no Google!

Casa dos Sete Erros



Eu sempre achei que as casas tem alma, e quanto mais antigas, mais misteriosas... 
Não me sinto tão à vontade nas casas modernas demais, principalmente, naquelas decoradas por profissionais. Apesar de achá-las muito lindas, sempre fico sentindo como se faltasse alguma coisa; casas modernas são como crianças muito pequenas, que ainda não adquiriram personalidade. 

O que está do outro lado deste portão? Não sei... mas fiquei bastante tempo olhando para ele, e enquanto eu tentava decifrá-lo, alguns personagens foram começando a surgir em minha mente... e eu sei que eles vão ficar por aqui, até que eu preste atenção neles, e decida escrever um texto contando a sua história.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Destinação - do meu livro "Vai Ficar Tudo Bem"





Um por-de-sol à minha frente,
Por trás do ombro,  lua crescente...
Por baixo, a estrada que me leva
E que eu sigo, incontinenti.

Às vezes, rio de contente,
E noutras, rio derramado
Tal qual a lava ainda quente
De algum vulcão eruptado.

Invento verbos, traço traços
Que nunca mais serão traçados,
Destroço o próprio peito, `a guisa
De alguma brisa tifonada.

E o que restar, não será nada
Após a minha longa busca
A fosca luz qu'inda me guia
Há de brilhar na noite escura.

Sei que haverá alguma agrura,
Mas é o horizonte que me guia
E às vezes, uma estrela fria
Que se esconde atrás da lua.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 

DESPEDIDA



¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Lá na praia ela deixou
Tantas dores e tristezas!...
Veio a onda, e as levou
Para suas profundezas.

O vento cicatrizou
As feridas e incertezas,
Veio o mar, e mareou
E o sal cristalizou
A lembrança que restou...

Numa concha, colocou
A tristeza que ficou...
A jangada carregou,
Yemanjá a desmanchou.

Devolveu-lhe, num colar,
De contas, lembranças felizes,
Que ela passou a usar.

De Mim


De Mim


Tem gente que gosta,
Tem gente que não...
Tem gente que aposta,
Tem gente que torce
Para que eu vença,
Para que eu viva,
Para que eu perca,
Para que eu morra!

Tem gente que sente
Tem gente que esfria...
Tem gente que fala
Pelas minhas costas
Tem gente que entende,
Tem gente que explica
A minha mania
De não me explicar...

Tem gente que segue,
Tem gente que nega,
Tem gente que escreve,
Tem gente que apaga
A minha presença,
Tem gente que pensa
Que até me conhece,
Tem gente que esquece...

Eu sou só aquela
Que pensa e que sente,
Que nega e afirma,
No fundo, sou gente...
E como me amam,
E como me odeiam,
O mesmo se dá
Sobre toda gente...

*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.


"Toda unanimidade é burra."

Nelson Rodrigues

DAS SOMBRAS




Das sombras, nascerão rosas!
De dentro da escuridão
Brotarão das mãos Divinas...

Silêncio negro e profundo,
Que envolve e governa o mundo,
Adubo do renascer...


E ao reabrir dos olhos,
Surpresa e arrebatamento,
É isso que quero ver!

E mesmo na incerteza,
Nas sombras, plantarei rosas,
Que um dia, hei de colher...



¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*



¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*

BOAS NOTÍCIAS







Mandem-me boas notícias: 


Digam que a guerra acabou, 


Que quem chorava, se alegrou, 


Que a semente do ódio secou. 










Mandem-me fotos bonitas 


De paisagens comoventes, 


De sorrisos reluzentes, 


E gente cheia de vida. 










Digam que a morte saiu, 


E que não voltará mais 


Que pelo menos, por um ano, 


Não haverá funerais. 










Mandem-me linda canção 


Que me alegre o coração, 


Uma mensagem de vida 


Que expurgue a dor contida. 










Digam-me que, por um tempo 


Sobre a terra, haverá 


Apenas bons pensamentos 


Que tragam contentamento. 










Mandem-me boas notícias, 


Eu aguardo, e acredito 


Que elas hão de chegar. 


Eu estarei à janela 


Fitando o horizonte infinito 


Confiante, a esperar.

Aos Teus Olhos





Aos teus olhos,
Eu me transformo naquilo que tu queres que eu seja:
Posso ser a borboleta amarela que ao teu redor voeja
Ou a mosca azul  nadando no teu copo de cerveja!

Posso ser a velha rabugenta que te irrita ao limite
Ou a princesa encantada na qual  tu acredites!
Se assim me enxergares, eu serei teu pesadelo toda noite,
Ou o grande sonho que tu sonhas, a tua Afrodite!

Aos teus olhos, 
Posso ser  a santa a quem tu oras, ou a esfinge que te devora,
Ou, quem sabe, o único vislumbre que tu tens de uma aurora!

Mas serei sempre, eternamente, para mim mesma,
Apenas eu, a cínica borboleta bêbada e trôpega
Que se embriaga  toda, tropeçando na vontade
Daquilo  que tu pensas que queres que eu seja!

Caminho Escarpado





Por favor, tome cuidado,
O caminho é escarpado!
Pise bem mais devagar
E olhe bem para os lados,
Os seixos no chão são soltos,
Podem fazê-la cair...
Machucar-lhe a confiança
Matar-lhe toda a esperança!

Por favor, tome cuidado,
O caminho é escarpado!
Logo, desce a escuridão
E não mais verás a estrada
Que, lá em baixo, te aguarda,
Tão reta, segura e tão certa!
Pense bem, ainda há tempo
De escolher outro caminho
Pois aquele que escolhestes
Está minado de espinhos!

Por favor, tome cuidado,
O caminho é escarpado!

BRUMA






O que se esconde 
Do nosso mundo
Mas se revela
Por entre a bruma?

Será um sonho,
Um outro mundo
Uma lembrança,
Uma pergunta?

Quem sabe, até
Uma resposta
À tal pergunta
Que não ousamos?

Ou talvez, nada,
Só a brancura
Apenas bruma,
Apenas bruma?...

Alma no Papel





Ponho a alma no papel,
Mas não há papel
Sendo interpretado.
Não sou personagem
Da minha própria vida.

Sou real,
Tenho cara, sentimentos,
Assino embaixo
De tudo o que digo
Com meu próprio nome.

Para mim, é assim
Que deve ser.
Não me importa o que seja
Para você.

Somos livres!

FIM


..E todos correram, assustados,
Na direção da porta aberta
E da única luz que brilhava!

Lá fora, tudo desmoronava,
Lá dentro, a esperança
De uma salvação que os resgatava!

Ouviam os gritos daqueles
Trancados do lado de fora,
Os que não tiveram acesso...

Pensavam que para eles,
Não haveria outro caminho,
A não ser, o retrocesso.

E quando o fim chegou,
Todos morreram, ao mesmo tempo:
Os do lado de fora
E os do lado de dentro.



Dona do Mundo



Dona de tudo, proprietária,
Por ela, e só por ela,
Passavam os que saíam
E os que entravam...

Porteira sagaz,
Tão seletiva,
Ia cortando a todos 
Que não tinham laços,
Cujos passos,
Não conseguia amarrar!

Mas lá no peito, uma amargura,
E uma vontade de morrer,
De chorar!
Matava a liberdade
Porque tinha medo de voar!


Liberdade



Mais vale um colibri voando
Que um na mão...

Ele entrou em minha casa, há alguns anos. A foto é antiga, e encontrei-a  ao vasculhar meus arquivos.

Fotografei e soltei, após vê-lo debatendo-se na minha vidraça.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

De Repente



De repente, fechei os olhos e não te vi.
Apurei os ouvidos, mas não te ouvi,
Procurei-te nos sonhos, e não te achei...

De repente, olhei dentro de mim, 
E tu não estavas,
Compreendi que aquele a quem eu amava
E que eu tanto buscava, já não é...

De repente, compreendi que esquecer é mero acaso,
E que eu mergulhava em um rio raso,
E que o amor que eu te tinha, se afogou.

De repente, percebi que a dor era opção,
Que eu sofria e chorava sem razão,
De repente, curei meu coração!

Não Perca a Fé!




A força da tua fé
Vai te levar por uma outra estrada,
Onde a paisagem é mais feliz
E tua esperança,
Mais arejada.

Não perca a tua fé,
Pois ela é o que de mais
Importante te resta,
E ela te olha,
Através desta fresta...

Não perca a fé,
Pois mesmo dentro da noite
Mais negra, ela será
Tua luz,
Teu conforto,
Tua resposta.

Haicais - No Jardim



Voa colibri
Coleta o mel das flores
Leva na língua.

~~~~~~~~~~~~~~

A rabilonga
De olhos tão vermelhos
Pousa no muro.

~~~~~~~~~~~~~~

As maritacas
Passam voando em bandos
Pousam na mata.

~~~~~~~~~~~~~~

Pássaros brigam
Pelas frutas maduras
Do comedouro.

~~~~~~~~~~~~~~~

A tarde é linda
Sob este céu de chumbo...
Sorri a vida!

~~~~~~~~~~~~~~~~

Grama se espalha
Por entre o vão das pedras
Faz labirintos.

~~~~~~~~~~~~~~~~

As tiriricas
Espalham-se na grama
Criam raízes.

~~~~~~~~~~~~~~~~

Catavento só
Catando a brisa fria
No fim da tarde.

~~~~~~~~~~~~~~~~

Um cão dormindo
E em seu doce sono
Sonhos tranquilos.

~~~~~~~~~~~~~~~~

Sinos de vento
Melancolia acorda
Parte-se em cacos.

~~~~~~~~~~~~~~~~

Pé-de-laranja,
Joaninhas passeiam
Nas folhas calmas.

~~~~~~~~~~~~~~~~~

Roseiras nuas,
A feira das formigas
Foi muito farta!





MINIPOEMAS - Natureza





Grama cortada 


Cheiro de grama cortada 


Lá fora, uma paz concluída, 


Cá dentro, uma alma fechada... 


~~~~~~~~~~~ 


Céu e Nuvens 


Quantas nuvens há no céu, 


Para onde vão todas elas? 


A resposta está no vento, 


Mas nem mesmo ele a conhece! 


~~~~~~~~~~~ 


Passarinhos 



Final de tarde, aperta a fome, 


Passarinhos procuram por algo 


Que lhes alimente os sonhos 


Até a manhã seguinte... 


~~~~~~~~~~ 


Aranha 



Na teia, aterrorizante, 


O ícone dos meus medos!... 


Uma aranha está imóvel 


Com os olhos bem atentos! 


~~~~~~~~~~ 


Montanha 



Todo o esforço da subida 


A paisagem recompensa... 


~~~~~~~~~~ 


Hera 


O muro coberto de hera 


fantasia-se de verde... 


mas debaixo do verde, há um muro, 


Frio, liso, escuro e duro! 


~~~~~~~~~~ 



Estrelas 



As estrelas se derramam 


Por sobre o pano da noite... 


Cá embaixo, distraídos 


De tanta beleza, os homens! 


~~~~~~~~~~ 


Riacho 



O rio contou-me um segredo, 


Mas logo correu a passar... 


Levou consigo o sentido 


Para as profundezas do mar... 


~~~~~~~~~~~~ 


Cachorrinho 



Um cachorrinho latia 


Para os fantasmas da noite 


Só ele é quem percebia 


Da morte, a fria foice... 


~~~~~~~~~~~~ 


Vaga-lumes 


Pousados sobre o cipreste 


São como luzes natalinas! 


~~~~~~~~~~~ 




~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ 

























A REALIDADE






A REALIDADE

A realidade, sem a fantasia,
É como uma lenda sem alegoria,
É um sonho torto numa noite insone
É sangue parado nas veias de um morto.

A realidade, pura e simplesmente,
É solo arenoso, estéril semente,
Viver doloroso, aquarela sem cor
Dor intermitente, vida sem sabor.

A realidade, sem a poesia,
É comida fria, sem tempero algum.
É um barco à deriva numa tempestade,
perfume sem cheiro, adeus sem saudade.

A realidade, sem imaginação,
É um vale sem eco, amor sem paixão,
Beco escuro e triste, estrada sem destino,
Presente sem futuro, bandeira sem hino.

O Maior Cajueiro do Mundo!!!!




Quando visitamos Natal, eu tinha um sonho: conhecer o maior cajueiro do mundo! Isto, desde que assisti a uma reportagem no Fantástico sobre ele, apresentada pela Regina Casé, há muitos e muitos anos... todo mundo que me conhece sabe que eu sou louca por árvores.

Natal é um lugar maravilhoso! Os motoristas de táxi são muito educados e gentis, aliás, todas as pessoas que encontramos nos trataram com muita educação e gentileza. É um lugar onde eu gostaria de voltar um dia.

Mas conhecer o Maior Cajueiro do Mundo, foi algo emocionante... a árvore estava toda em flor, e só mesmo estando perto dela para entender o que é o perfume exalado pelo maior cajueiro do mundo quando ele está em flor!

Os galhos foram se multiplicando e se espalhando pelo chão, gerando novas árvores nascidas da árvore original. Ela é imensa!

Nós nos sentamos sob ela, e ficamos ali, abrigados em sua sombra, sentindo aquele perfume delicioso... isto foi em 2008. Nossa, há quatro anos! Como o tempo voa...


É um passeio que eu, com certeza, recomendo.


Como Escolhi a GRAACC?




Algumas pessoas tem me perguntado como escolhi a GRAAC para doar a renda de meu livro, "Vai Ficar Tudo Bem." Explico:

Quando meu sobrinho estava vivo, ele dizia que, quando ficasse curado, gostaria de trabalhar como voluntário no INCA por um ano. Ele sempre falava em ajudar pessoas que estivessem passando pela situação dele, e que não tinham boas condições de vida.. Infelizmente, ele não está mais aqui... mas quando decidi publicar o livro, desde o início eu tinha a intenção de fazer doação da renda, porque sei que teria sido a vontade dele, mas eu não sabia a quem doar.

Escrevi para duas instituições, e não obtive nenhuma resposta. Pensei: "Quando chegar a hora, o lugar certo vai surgir."

E surgiu! Há algum tempo, meu marido contribuiu para a GRAACC, e desde então, eles costumam mandar um boleto bancário com um certo valor; já recebemos dois, e ninguém é obrigado a pagar, e querendo contribuir com mais ou com menos do que está no boleto, a gente pode. Bem, no dia que o livro chegou, chegou também o segundo boleto da GRAACC, e entendi que era como um sinal de que eles eram o que eu estava procurando! Achei muita coincidência, se é que as coincidências existem...

Assim, decidi doar parte para a GRACC de São Paulo, que emitiu o boleto, e parte para a GRAACC de Petrópolis. Sei que não é muito, mas é o que eu posso fazer.

Está explicado.

Parceiros

CINCO QUILOS

        No seu conceber, Cinco quilos me separam da esbelteza. Cinco passos, até que eu seja O 'eu' Que você deseja.   Cinco meses, ...