witch lady

Free background from VintageMadeForYou

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

ASAS QUEIMADAS







Caem as cinzas
Asas queimadas
De passarinhos
Por toda a casa...

Voam com os ventos
Pousam suaves
Sobre os telhados,
Sobre o gramado...

Cantos calados,
Voos perdidos
Ar ressequido
Amarelado...

Noite ferida
Folhas caídas
Carbonizadas
Na tarde cinza...

Sobre a montanha
Vermelho-sangue,
Caem no fogo
Os passarinhos
Agonizantes...

Triste destino,
Não voam mais!
Cruéis demônios,
Cruéis meninos,
Risos cortantes!



E aqui na região serrana, continuam as queimadas... A breve chuva dos últimos dias ajudou um pouco, mas os imbecis continuam existindo.

Acho que a punição mais adequada a essa gente que promove queimadas causando a morte de milhares de plantas e animais, deveria ser a seguinte: ajudar os bombeiros a apagar o fogo, entrando nas mata onde há um calor superior a 50 graus, arriscando suas vidas  para resgatar animais feridos e sepultar os mortos. Depois, deveriam ficar um ano dando palestras em escolas sobre a sua experiência, o que viram, o que sentiram, como foram punidos e o que aprenderam.



Ontem, enquanto passeava por Itaipava, vi vários helicópteros transportando água para apagar o fogo das florestas. Pensei nos milhões de reais que estão sendo gastos em tais operações, e nas pessoas que precisam arriscar suas vidas para levá-las adiante. Pensei nos animais e plantas mortos e feridos, e nas pessoas que perderam ou correm o risco de perder suas casas. Pensei no ar poluído que causa, principalmente nas crianças, problemas respiratórios. Também senti na pele o  calor infernal e a falta d'água, recurso  que está cada vez mais escasso. Vimos duas pessoas passando mal devido ao forte calor e umidade baixa do ar. 



Não consigo chegar à conclusão do porquê as pessoas ainda fazem essas queimadas, mesmo sabendo de todo o prejuízo que causam.



No Facebok, algumas pessoas mal esclarecidas postavam declarações contra o prefeito da cidade, como se fosse ele  o autor de tais atos ou o culpado por esses disparates. Será que ninguém vê que os culpados são do próprio povo? Neste caso, não vejo qualquer motivo para apontar políticos, sejam eles prefeitos ou vereadores. A culpa é de quem foi lá colocar fogo. A punição deveria ser espetacular.







12 comentários:

  1. Temo que, ainda assim, com essa punição, muitos não aprendessem nada, Ana...
    Fica o meu respeito pelo teu poema e texto/opinião complementar. Um grito nobre, sentido e poético de dor e comiseração para com a natureza, até para com a natureza humana!

    ResponderExcluir
  2. Linda amiga Ana, isso não acabará tão cedo, as pessoas não se conscientizam, infelizmente, em junho fui ao interior de São Paulo, Olímpia, onde tem um grande parque, Termas dos laranjais, do hotel onde fiquei hospedada deu para ver tantas queimadas, as águas das piscinas todas repletas de cinzas, achei muito triste, pelo que vemos, isso acontece e muito, com essa seca é terrível, imagino a sua indignação e concordo!
    Belo poema minha amiga, sim, quem paga por isso é a natureza e os pobres animais, que sem defesa morrem queimados, lamentável!
    Abraços apertados!

    ResponderExcluir
  3. Triste é saber que algumas queimadas - dizem que na sua maioria - são "dolosas". O versinhos muito bem feitos de Ana ficaram ao modo de "bonitos e tristes". Que Deus ilumine as mentes que queimam. Obrigado, Ana.

    ResponderExcluir
  4. Querida Ana,

    Estou compartilhando. Fiquei sensibilizada. Eu sei o que está acontecendo, assisto aos noticiários, mas fico preocupada com as pessoas que moram perto. E sobre os animais, pobrezinhos, a maioria morre. Em parte por causa da enorme seca e tambem pelas criminosas queimadas.

    Já está chovendo por aí? Amenizou?

    Gostei da sua sugestão sobre os bombeiros, eles tem muito o que ensinar.

    Bjs

    ResponderExcluir
  5. Infelizmente estas queimadas acontecem porque muitas pessoas não conseguem ver que estão matando não só a natureza como a humanidade.
    Um grande abraço,
    Élys.

    ResponderExcluir
  6. Querida Ana, linda tua poesia apesar da tristeza da realidade que se abate na natureza com as queimadas.Belo grito de alerta! Parabéns. Brisas ,flores e canto de pássaros para enfeitar tua alma.Bjs Eloah

    ResponderExcluir
  7. Sua poesia corta minha alma de menino passarinho.
    As queimadas e muitas vezes criminosas como tenho visto em Minas, é para deixar qualquer um com coração estraçalhado.
    Ainda tem a questão balão.
    É muito irracionalidade para um país.
    Que as aguas caiam amiga e traga a fertilidade, que o sertão aqui em cima esta pegando fogo como sempre.
    Meu carinhoso abraço amiga.

    ResponderExcluir
  8. Uma realidade triste e longe de acabar. Ainda falta muita consciência e responsabilidade da parte dos seres humanos...
    Um triste e belo poema, amiga Ana!
    Bom dia...

    ResponderExcluir
  9. Que triste, acredito que é a maldade falando mais alto no coração dos homens.
    Além de destruir a natureza, vários bichinhos morrem e ficam se moradia.
    E pior pode até mesmo matar pessoas, que triste =/

    bjokas =)

    ResponderExcluir
  10. Olá Ana
    Aqui em Minas as queimadas foram verdadeiras tragédias. Levarão décadas para tudo se recuperar, se próxima queimada deixar. Belo e triste poema.
    Bjux

    ResponderExcluir
  11. Caríssima Ana, o esplendor dos seus versos contrastam com a triste realidade desse contexto. O homem distancia-se sempre mais da natureza e, tendo os olhos em trevas, não vê que são terríveis para o planeta as consequências desses atos insanos. Parabéns, amiga e um abraço com o carinho e admiração de sempre.

    ResponderExcluir
  12. Ana, versos lindos e colocações perfeitas. Costumo sentir o cheiro de mato queimado e tento ver de onde vem, sem conseguir. Nas janelas no apartamento, que está no alto, aparecem cinzas. Uma lástima! Bjs.

    ResponderExcluir

Obrigada pela sua presença! Por favor, gostaria de ver seu comentário.

Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...