Acho que uma casa tem que acompanhar as mudanças da gente. As paredes devem tingir-se das cores que nos agradam no momento. E mesmo que não seja possível pintá-las, é possível incluir essas cores nos pequenos detalhes: uma almofada, uma toalha de mesa ou cortina, um tapete.
Às vezes eu olho para quadros que fazem parte de minhas paredes há anos, e vejo que seus desenhos ou paisagens nada mais tem a ver comigo; substituo-os por outros ou troco-os de lugar. E quando eu os substituo, sempre acabo presenteando alguém com eles, pois quase nunca guardo coisas que não uso mais - a não ser que eu sinta que as usarei novamente.
Gosto de caminhar pela casa e ver as coisas diferentes. Nem precisam ser mudanças radicais (nem sempre temos o dinheiro suficiente para fazê-las), mas detalhes aqui e ali que dão um ar diferente, inovado. Parece que a casa respira melhor. É quase como quando a gente corta o cabelo ou compra roupas novas.
Viver é mudar. Não consigo ficar na mesmice. "Conservadora" não é um adjetivo que me define bem, pois apesar de ter meu lado conservador, que tem mais a ver com meus valores, até mesmo estes mudam. Eu não gostava Drummond, e agora, eu gosto. Acho que com o tempo, se nos permitirmos estar abertos às mudanças, novos entendimentos passam a fazer parte do nosso ponto de vista, e passamos a compreender melhor certas coisas que costumávamos não gostar, e ao mesmo tempo, passamos a não gostar mais de outras que eram consideradas muito importantes.
Não, não chego a ser uma metamorfose ambulante; mas também não tenho aquela velha opinião formada sobre tudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela sua presença! Por favor, gostaria de ver seu comentário.