witch lady

Free background from VintageMadeForYou

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Estou me expondo?










"Só conseguimos deitar no papel os nossos sentimentos, a nossa vida." – Graciliano Ramos





Quem não deseja expor-se, jamais poderia pensar em escrever alguma coisa. Todos que escrevem correm vários riscos, entre eles: cometer erros de gramática, parecer ridículo para quem lê, ser mal interpretado - e o mais mortal pecado de todos, expor a si mesmo. Porque quem escreve e não expõe a própria alma por medo do que os outros pensarão, nunca produzirá nada que valha a pena.

Em cada poema, em cada personagem de contos, em cada crônica, passeia o escritor. A grande confusão, é que muitas vezes a alma dele está ali, naquele personagem ou no eu-lírico de um poema, mas muitas vezes, o leitor pensa, equivocadamente, que a história daquele personagem é uma autobiografia. 

O personagem e o eu-lírico, como os filhos, carregam traços do escritor, mas não são ele, e nem sempre significam uma reprodução de sua vida pessoal. 

Imaginem se Stephen King, escritor de contos de terror, tivesse sua vida real representada em cada personagem que cria! Que tipo de pessoa ele seria? 

Quando, por exemplo, o poeta fala de solidão, apesar de ele estar colocando ali naquele poema seus sentimentos sobre ela, isto não significa que ele seja, necessariamente, um solitário. Ele pode estar falando de uma solidão real ou não. Um eu-lírico não é sempre uma representação da vida do autor, embora traga em si seus traços, vivências, observações sobre vivências alheias e opiniões suas e / ou de outras pessoas. 

Eu penso que o leitor precisa tomar muito mais cuidado ao ler do que o escritor ao escrever. Uma leitura malfeita e uma interpretação precipitada podem gerar comentários totalmente equivocados, e até mesmo, bizarros.



5 comentários:

  1. Boa Tarde, querida Ana!
    Concordo com vc, pois somos sinceros ao escrever e, se nos leem às pressas, podem não nos entenderem, como vc bem diz...
    Melhor nem comentar!
    Bjm muito fraterno

    ResponderExcluir
  2. Olá Ana
    Acho que ao nos expor, estamos mostrando um pouco de nossa alma,
    e é inevitavel sermos mau compreendidos, ou por que não leram adequadamente ou não nos expressamos corretamente, mesmo assim é um risco que quero correr, ainda que minha gramática não esteja altura.
    Bjs

    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  3. "O personagem e o eu-lírico, como os filhos, carregam traços do escritor, mas não são ele, e nem sempre significam uma reprodução de sua vida pessoal. "

    Me fez pensar, e repensar, muitas coisas e conceitos.

    ResponderExcluir
  4. Verdade Ana. Foi alguém que te disse isso? Os personagens são livre fantasia do escritor.

    ResponderExcluir
  5. Boa noite, Ana, achei interessante você falar sobre o escritor e suas criações, que têm traços dele, mas não são ele, essa é a grande diferença de quem relata a sua vida. Acredito que tem valor poético quem cria e, não quem apenas relata.
    Para o escritor/poeta, ele pega uma palavra e dela faz arte em prosa e verso, enquanto os demais mortais ...
    Você é uma artista em prosa e verso e é tão surpreendente, que no início me perdi, hoje já estou mais habituada ao teu estilo, mas confesso que sofri!
    Felizes dias, abraços carinhosos
    Maria Teresa

    ResponderExcluir

Obrigada pela sua presença! Por favor, gostaria de ver seu comentário.

Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...