Sonhei contigo, te vi criança,
A mesma que há tanto tempo conheci.
Estavas nua, e entre as andanças
De pessoas que iam e vinham na calçada,
Sem te verem, naquela tarde alquebrada,
Eu te reconheci.
Parei, olhando em volta,
Te dei a mão, dizendo:
"Vem comigo, menininha,
Vou te levar daqui!
Mas antes, vamos àquela loja
Achar um pano pra te cobrir!"
E tu sorriste, tranquilamente,
Desvencilhando-se do meu abraço
E me dizendo, bem calmamente:
"Eu estou bem, está tudo bem,
Não sinto frio, nem fome ou sede,
Eu estou bem..."
E na inocência da tua nudez
Sem frio ou dor, ou falsa polidez,
Senti o cheiro dos teus cabelos,
Um cheiro doce, que há muito tempo,
Um dia, eu senti,
E depois, conforme os anos nos separavam,
Dele eu me esqueci.
Pedi perdão por não despedir-me,
Por não ter sido tão corajosa
Para encarar os milhões de erros
Que nós, tão tolos,
E tão cruéis, contra ti cometemos.
Deixei-te em paz: pois naquela noite,
Me visitaste, e o que ficou,
Foi o perdão daquele sorriso,
A tranquilidade daquele rosto,
E o som doce das tuas palavras:
"Eu estou bem, me deixe ir!"
As eternas memórias são sempre algo aprazível.
ResponderExcluirBom dia, Ana, quanta beleza e pureza na criança!
ResponderExcluirMaravilhosa visita...
Felizes dias, abraços carinhosos
Maria Teresa
Bom dia, querida Ana!
ResponderExcluirMuito linda a inocência de criança e dos que sabem encarar a polidez autêntica!
Bjm muito fraterno
Uma linda visita onde a inocência de uma criança, só nos faz bem.
ResponderExcluirUm abraço. Élys.
How beautiful!!
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