Teu coração
Nevava sobre as palavras,
Tecias estradas de cetim branco
Sobre as lavas.
Teus olhos choravam riachos
Cristalinos e frescos,
Que espargiam sentidos
Sobre as margens abandonadas.
Ninguém ouvia teu lamento,
A não ser a lua branca,
A não ser
A madrugada fria...
Na outra margem
Alguém olhava,
Mas não via,
Não respondia,
Ficava parado
Sem ver o barco
Que aos poucos, afundava...
A tua angústia congelava,
A saudade era como uma trava,
De travoso gosto
Entre os lábios...
-Nada trazia,
Só levava.
Teu rosto de cera
Derretia,
Teu peito de fogo
Congelava.
E a neve caía
Em flocos de palavras...
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