O rosto não mudou; mudou o espelho,
Quando eu nasci, as rugas já estavam lá.
Dormia sob a face de bebê, o velho,
E sob o encantamento da primeira vez
Uma alma já antiga, em desassossego.
Não sei de onde eu vim, não sei quem me fez,
Mas sei, sou ferramenta em algum emprego;
Meu ferro foi malhado por martelo prisco,
Alguém me espeta pregos para ver se eu sinto
E o disco da memória se esqueceu de mim.
Mas sou tal substância; subsisto assim,
Emerjo sempre limpa das imensas fossas.
Minha alma verdadeira se revela aos poucos
Sob as camadas finas que se tornam grossas
E as marcas dos chicotes sobre as minhas costas.
Muito forte Ana nas figuras perfeitas que ilustram o sentimento, do que não se vê e se sabe.
ResponderExcluirAplausos.
Bom domingo de alegrias.
Abraços
Construído fortemente e muito reflexivo! Bonito poema!
ResponderExcluirNossa alma é complexa e ama se expressar...
Bom domingo... Obrigada pela visita...
Ana Bailune, achei um olhar positivista da vida, senão vejamos: "o rosto não mudou; mudou foi o espelho". Uma maneira muito peculiar de ver a vida avançar.
ResponderExcluirBeijos
É mesmo, Ana. Seus versos dão que pensar, provocam, são como a face mais realista de seu lado mais lírico, para mim. Simplesmente gostei.
ResponderExcluirOi Ana,
ResponderExcluirSeus poemas são sempre, emocionantes, e reflexivos.
Parabéns, por mais um belo poema!
Beijos
Amara
reflexivo e magnificamenta belo ...
ResponderExcluirBeijão
Sempre será o espelho que mudará...Uma poesia feita para se refletir.
ResponderExcluirTenha um bom fim de semana