Uma casa deve ser um refúgio no meio do mundo onde nos recolhemos para recompor as forças. É como se ela estivesse suspensa bem no meio dos acontecimentos, esperando para nos proteger quando precisarmos.
Uma casa não pode ser, jamais, prisão: "Não vou viajar. Quem vai olhar a casa?" Ou: "Não vou dar aquela festinha, pois vão sujar o chão!" Vassoura, panos, água e um pouco de paciência limpam tudo. A casa é o lugar para onde a gente deve gostar de voltar, e não de onde a gente nunca quer sair.
Amar uma casa deve ser quase como amar alguém: cuidar, mas deixar as janelas abertas. Decorar, mas sem atravancar. Limpar, mas sem tornar-se escrava da limpeza. E, se um dia precisar deixá-la, abençoar as pessoas que irão morar nela depois da gente, guardar as boas lembranças em uma caixinha na memória e, ao fechar a porta, seguir em frente sem olhar para trás, deixando no passado o que ficou no passado. Sem apegos. Porque a gente tem as fases de morar em uma casa e também de deixá-la, se for preciso.
Quem está tranquilo tem um lar dentro do próprio coração.
Eu olho a minha sala e me vejo nela.
ResponderExcluirBeijo.