witch lady

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segunda-feira, 21 de maio de 2012

A PRAIA





No mar onde ela se banha

Misturando os dois sais

Acontecem

Coisas estranhas...


Vozes vindas do fundo,

Que se desmancham nas vagas,

Sereias que se arrebentam

Contra as pedras,

Pálidas e magras.


Conchas fechadas de segredos

Jogadas na areia

Permanecem fechadas

Por puro medo.


No mar onde ela se banha

Existem tristes naufrágios

Almas transparentes mescladas à agua,

Que trazem estranhos presságios.


Águas-vivas mortas de sono,

Queimam peixes que nadam descuidados,

Tubarões ferozes insaciáveis

Mostram seus dentes brancos e afiados...


No mar onde ela se banha

E, timidamente, ressona e sonha,

Uma vida boia, descontente...

Incapaz de driblar, da alma,

A insônia.


Publicado em: 07/06/2011 08:37:01

TEU NOME


Foto: Casa de Pedra, em Petrópolis, Av. Koeller




TEU NOME




Teu nome
É a oração pagã
Que escapa entre meus lábios
E que desconhece
A origem sagrada de sua raiz:
O meu coração.


Teu nome
É o começo de tudo
O que tem importância,
E o resumo incompleto
E ansioso
Do meu viver.


Teu nome
É a palavra perdida
Na canção da vida,
Que eu canto baixinho
De olhos fechados
Para não morrer.


Teu nome
É o destino que busco
No incerto crepúsculo
E que não sei se encontro
Não sei se existe,
Ou se é só busca.


Teu nome
É a promessa silenciosa
Que ninguém prometeu
Mas na qual eu creio,
Pois é a razão
E a esperança
De um sentido.


sábado, 19 de maio de 2012

Carneirinhos



'Mora um lobo mau, bem ali na curva...'

Assim, seguia, a turba,
As ordens da pastora...
Tão amedrontados,
Que nem percebiam
Para onde eles eram
aos poucos, guiados!

E o lobo, dormia
O sono dos justos...
Apenas queria
Não ser incomodado!

E a tola pastora
Guiava as ovelhas
Para um matadouro

E eles seguiam,
Inocentemente
(Ou tolamente?)
Até o desdouro...


sexta-feira, 18 de maio de 2012

Instantâneo




Achei linda, a cena: o homem idoso, com seu violão, e o jovem rapaz, que o ouvia tocar. Ambos sentados em um banquinho nos jardins do Museu Imperial, em uma linda tarde, linda mesmo, daquelas que a gente  fica feliz por estar vivo.

Em volta deles, a natureza, em todo seu esplendor. Pessoas passavam, aproveitando o dia. Muitos deles, turistas brasileiros e estrangeiros, com suas máquinas fotográficas pipocando a todo instante. Eu não resisti...

quinta-feira, 17 de maio de 2012

ESCLARECIMENTO SOBRE MEUS CONVITES



Fiz uma coisa que achei bonita, e gostaria de dividir com você. Te convido a entrar no meu mundo encantado, onde a decoração é sempre aquilo que de mais bonito eu consigo criar.  Espero, sinceramente, que você goste de participar, e eu, humildemente, agradeço a sua presença sempre valiosa!

Se eu te convidei, foi porque eu gostaria de dividir a minha criação com você. Porque todas as pessoas que criam algo bonito, gostam de ter  a sua criação apreciada. Ninguém cria algo para esconder dentro de uma caixa, a não ser os egoístas ou os inseguros. E mesmo que você não goste do que eu fiz, eu agradeço a sua presença.

Enviei o convite. Se você não desejar mais recebê-lo, é só comunicar-me , e eu o excluirei da minha lista de convites sem fazer qualquer pergunta. É um direito seu! Mas enquanto você não reclamar, se você não se importar, eu vou sim, continuar enviando convites para você, e espero que você os interprete como uma forma de gentileza, um pequeno presente de mim para você!

Porque cada um dá daquilo que possui. Quando eu tenho alguma coisa que eu acho bonita, interessante ou até mesmo, engraçada,  eu gosto de partilhar. E não me incomodo se alguns pensam que um simples convite signifique desespero. Eu não estou desesperada... por que estaria? Estou aqui neste espaço porque EU escolhi estar. Poderia estar em outro lugar, mas eu PREFIRO estar aqui. Posso voltar para lá a hora que eu desejar, mas a verdade é que eu não desejo. Aqui é bem melhor para mim.  Gosto mais, sinto-me mais à vontade.

Aqui, eu sinto-me livre. E para mim, isso é muito importante. Por isso, dei a este espaço o nome de Liberdade de Expressão.

Se não quiser receber meus convites, você tem várias opções: bloquear meu email, apagá-lo sem ler ou pedir-me que não mais os envie. Sinta-se livre.

Madrugada



A noite foi escura,
Longa e fria,
E os fantasmas  arrastavam
As saias brancas e úmidas
Pelas gotas de neblina...

Branca, branca paisagem,
Translúcida de incerteza
Da bruma que a tudo cobria!...
Os sonhos que eu sonhara
Acordaram melancólicos,
Com saudades de outro mundo...

Ainda, nos meus ouvidos,
Alguns ecos que sumiam,
E nas linhas de minha mão
As marcas de um destino
Que eu nunca saberei
Se foi totalmente cumprido...

Comprida noite,
Onde o sonho vacilou
Entre a insônia e a magia!

Em uma árvore, pousada,
Uma coruja aguardava
O começo de outro dia,
E o nascer de uma outra noite
Quando, outra vez, cantaria!

A madrugada arrastava-se,
Tão fria, tão fria!...


SORRATEIRA - CHATTERED SONG





Desliza suave,
Sorrateira imagem
Procura a serpente
Bem dentro do ninho
Insinua sua
Sinuosidade
Sempre serpenteia,
Sem  temeridade.

Entre o sim e o não
Perde-se cem vezes,
Cerceando a cerca
Da censura sórdida...
Sem sequer saber
Se nascerá um dia
No qual  se anuncie
O cerne da demência.

Sorrateira, silva,
Solta sua cica
Entrementes, pica,
Deixa seu veneno...
Sabe ser sinuosa,
Age na surdina
Discreto silêncio,
Sapiência sonsa...

Segue sempre sob,
Mensageira seca
Assassina fria
Mente soçobrante...
Nasce à meia noite,
Morre ao meio-dia,
Respingando suas
Libações de fel.

Sonha com o céu,
Lança a alma surda
Numa catapulta
Sem saber porque...
Sôfrega sibila,
Traça maldições
Sorve o sangue quente
Das veias dormentes...

Chattered silver song
To which someone listens
Whitout any sense
Or even sensibility
Always frail and tense,
Seven times surrenders,
Sentimentalism
Fakes her criticism...

Swept away with fear
Shows a strong attempt
To appear solid,
But in fact, she's vain...
Just a poor saint
Who has lost her halo
For it has been melted
By the heats of  sadness...

Publicado em: 09/07/2011 12:18:25

JOGO



Faça um movimento,
Mas tome cuidado
Pois a fera te aguarda
Lá do outro lado.

Ande mais um quadro,
Dê um xeque-mate,
Antes que essa ânsia
De pronto, te mate.

Trame uma vingança,
Ensaie um arremate
Tente ser alguém
Antes que o jogo acabe...

Faça um movimento,
Porque, na verdade,
Ninguém vai notar
Tua falta de arte...

Faça um movimento,
Não fique parado!
Pois o desespero
Nasce da inércia!

Mova esta peça!


Passeio Pelos Jardins do Musem Imperial




Bem, a gente sempre planeja o dia. Para isto, existem as agendas. Mas nem sempre as coisas acontecem da maneira que desejamos, ou pelo menos, da maneira que planejamos.

Graças a Deus!

Quando almoço com meu marido, depois do almoço, damos uma fugidinha para passear nos jardins do Museu Imperial. Tanto a se fazer, horários a cumprir, decisões a serem tomadas. Mas tiramos alguns minutos de férias.

Andar por aqueles caminhos entre árvores centenárias é vivificante. A gente olha lá para cima, para as copas que abrangem todo o caminho, e sente que os problemas aqui em baixo não são tão importantes assim.

De repente, algo se mexe no meio das plantas, e sobe pelo caule de uma palmeira: um esquilo. E mais outro. Um sabiá dá um rasante sobre nossas cabeças, e uma cambaxirra canta em uma moita próxima. Turistas tiram fotografias, crianças de escolas de outras cidades correm pelo pátio. Alguns preferem sentar-se nos bancos de madeira e concentrar-se em seus livros.

Passa por nós o padre Geraldo, concentrado em sua caminhada. Lamento que ele esteja tão concentrado a ponto de não ver os milagres que acontecem a sua volta.

Aqueles jardins devem ser sorvidos vagarosamente pelo olhar do observador. Devemos pousar nossos olhos nos troncos musgosos das árvores, nos frutos dos pés de café, nas folhagens e nas flores. Prestemos atenção ao som dos nossos passos pelo chão de terra, quando pisamos em uma folha seca por acaso. Paremos alguns instantes a fim de apreciarmos os peixes no laguinho. Ouçamos os pássaros, encantemo-nos com os esquilos, saguis e com as ocasionais preguiças. Desfrutemos da linda vista do prédio do museu Imperial, e aproveitemos seus ângulos para tirar lindas fotografias.

Depois, podemos sair, sentindo-nos renovados e prontos para continuarmos nosso trabalho.

Chego em casa. Descubro que há uma mensagem na secretária eletrônica: meu aluno cancelou a aula. Lamento, no início. Ligo para ele, remarcamos para o dia seguinte. Depois, lembro-me que comprei um CD do Johnny Mathis. Já sei como vou passar o resto da tarde!



Crônica originalmente publicada no recanto das Letras

A Ponte



Estendida
Sobre o que sobrara
De uma vida...
Retratos amarelecidos,
Risos sufocados,
Lágrimas que restavam
Sobre as lembranças carcomidas...

Do outro lado, um anseio,
Um ponto de interrogação:
Para onde foram os passos,
Para onde?...

Hei de um dia
Encontrar respostas
Ao cruzar a ponte?...

A FESTA


Nem mesmo todas as luzes
Daquela festa
Foram suficientes
Para clarear tua tristeza.

Tanta cerveja,
Música alegre,
Comes e bebes...

Havia doces e tortas,
Cremes espalhados
Sobre a alegria morta.

Mil-folhas secos,
Esfarelavam a vida pelo chão
No qual pisavas.

Nem mesmo as crianças
Ou os folclores e danças,
Nada poderia arrancar-te
Um sorriso, sem causar dor...

Porque na festa,
Faltava alguém,
E aquela ausência gritava,
Entre as luzes ofuscantes,
Abafando, num soluço,
As músicas e risos dançantes...

Nada mais será como antes!
Nada, nunca, nunca mais!...

Desejo



Cai uma ínfima semente
No solo úmido
Do coração...

Cresce, aos poucos, e é podada,
E volta a crescer, mais forte,
Com raízes mais profundas
Cada vez que é arrancada.

Entranha-se pelos cantos,
Irremediavelmente
Enraizada...

Estás perdido!
Nunca mais serás o mesmo,
Nunca mais terás descanso!

E quanto mais te deleitares,
Maior será tua sede,
E  fatal teu desencanto...


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Convicções



Todos nós temos convicções a respeito das coisas que nos cercam, embora não possamos, muitas vezes, afirmar que temos certeza a respeito destas convicções. E não há nada de errado em se ter convicções! A única coisa que pode ser ruim, é quando queremos impor aos outros as nossas convicções. Mas isto também é uma convicção!

Quando eu - digo eu, pois o que serve para mim pode não servir para você - tenho uma convicção, e se faz necessário que eu a expresse, tento fazê-lo de modo a não ir contra as outras pessoas de forma agressiva; a não ser que elas tenham sido agressivas comigo primeiro. Mas se não for estritamente necessário expressar uma idéia, eu prefiro guardá-la para mim, a fim de evitar uma discussão que, no fim, será infrutífera.

Mas um blog é um espaço livre, e assim, temos o direito de expressar nele as nossas idéias e convicções. Podemos também concordar e discordar das idéias e convicções expressadas em outros espaços, desde que o façamos com educação, e reservando sempre à outra pessoa o direito de pensar e expressar-se como desejar - desde que não exista, nesta expressão, algum tipo de incitação à violência e ao preconceito. Se houver, mesmo que eu possa estar errada, prefiro erguer minha voz. Bem, relacionar-se é uma arte que nem todos dominamos o tempo todo. Principalmente quando existe uma idéia em jogo, e achamos que ela é a certa. Mas com um pouco de prática , acredito que podemos chegar a um acordo, e isto não significa que eu concordarei com você, ou vice-versa. Mas significa que ambos concordamos que pensamos diferentemente, e mesmo assim, optamos por respeitar esta diferença.

Fico sempre chocada com algumas pessoas que, quando contrariadas, partem para o ataque, e que à simples menção da frase 'não concordo,' colocam-se na defensiva e passam a agir de forma a fazer os outros acreditarem que aquele que não concordou com ela, é um imbecil. Estas pessoas são inseguras; tão inseguras, que tem medo até de não estarem convictos de suas convicções. Quando uma idéia precisa ser imposta e defendida com unhas e dentes, existe alguma coisa errada...

Bem, mas esta é apenas mais uma idéia.

terça-feira, 15 de maio de 2012

QUERO TE VER...



Quero te ver dançando,
Passos largos, sinuosos,
E a cada passo, um riso,
Alegria de viver...

Quero te ver andando,
Pelas ruas, distraído,
A pisar por entre flores
Toda a magia de ser...

Quero te ver correndo,
Pelos campos, pelos prados,
Sob a chuva refrescante,
Um sorriso abrindo os lábios...

Quero te ver voando,
Acima de toda dor,
O amor em tuas asas,
Quero te ver sonhando...

Filamentos



Um fio, muitos fios
No frio ...
Filamentos entrelaçados...

Jóias de brilho de sol,
Jóias de extremo valor,
Gotas de dor
Da minha dor multicor...

Fios frágeis, transparentes,
Aonde balança, qual pingente,
Meu coração...

Por um fio...

ALIMENTO




Um dia, eu quero alimentar-me só de éter,
E ser leve, bem mais leve que o vento,
Mais leve ainda que a brisa e que o ar
E nunca mais necessitar de um documento.

Quero alimentar-me só de pensamento,
E excretar palavras vis, e sentimentos,
Um dia eu quero desmanchar-me toda em luz
Na caverna escura que hoje me rodeia.

Quero dançar nua à lua cheia,
E derreter qual  bala de alcaçuz,
Que eu me dilua, que os nós se arrebentem,
Quero ser mais livre que um total demente.

Um dia, eu quero alimentar-me só de éter,
E tornar-me  tão etérea e invisível,
Que nem mesmo o espírito mais sensível
possa vislumbrar o que ficou de mim.

E sei que um belo dia, será mesmo assim!

ÁGUAS TURVAS




Narciso não afogou-se,
A história é mentirosa...
Tentou colher uma rosa
De sua adorada imagem
Caiu n'água, mas nadou
Conseguiu chegar à margem...

Mas a água agitou-se
Com suas braçadas fortes...
E ao tentar rever a rosa,
Pensou ver ecos da morte...

Narciso apavorou-se,
E quanto mais medo tinha,
Mais ele agitava a água,
Que mais turva se tornava!

Assim, pensou ver fantasmas
Que estavam em sua mente
E empunhando uma espada,
Lutou contra toda gente...

E quanto mais ele lutava
Mais turva a água ficava!
Perdeu-se de sua imagem
Pela qual se apaixonara...

Estúpida criatura,
Toda cheia de vaidade!
Se ele se aquietasse,
A lama se acalmaria...
E a saudade que sentia
De si mesmo, e do futuro
Talvez se apascentasse...
   



A BORBOLETA




O que se foi antes de nós deixou saudades,
E hoje repousa na memória dos que o amaram.
A dor deixada sobre aqueles que ficaram
Hoje é lembrança, metamorfose das idades.

A ex-lagarta, hoje acima dos escombros,
Voa feliz, emancipada e independente
E a tal lembrança que nos vem num de repente
São suas asas, quando pousam em nossos ombros
.

Momentos



Por um acaso, nós estávamos ali, quando ela decidiu voar em volta de nós. Foi tudo fruto de um momento, um simples momento, e o fato de estarmos no lugar certo e na hora certa. Mera coincidência?

A tarde estava linda, e eu e meu marido decidimos dar uma volta pelos jardins do Museu Imperial - coisa que quase sempre fazemos, mas não há como enjoar...







Foi mágico! A borboleta Monarca aproximou-se e deixou-se fotografar de todos os ângulos, inclusive, durante o voo (ver a primeira foto).





Depois, ela foi embora, de carona com uma brisa que soprava por ali. E nós ficamos, ainda sob o efeito do encantamento e da beleza do que acontecera...


Adoro borboletas, e elas parecem perceber este fato. Vaidosas, adoram ser fotografadas!

A ALMA DA FLOR



Uma fada me levou
Por dentro da alma da flor,
Lá, onde dormem os roxos,
Brancos e lindos lilases,
Onde o cerne do perfume
É tão puro e tão suave,
Que nem me atrevo a sentir...

Minha lente captou
A intimidade da flor,
A que não podemos ver
Facilmente à olho nú...
O encanto que ficou
Retratou-se em uma imagem
Que nem sempre se percebe...

Parceiros

DESAPRENDA

      Desaprenda E se desprenda Da rede invisível que sufoca.   Questione, e nunca, jamais, Se abandone!   Não deixe que ninguém te ensine, ...