Aqui é onde eu cresço,
Envelheço,
E descaradamente,
Desobedeço.
Aqui eu (des)arrumo
A minha (des)decoração.
Aqui, eu resolvo as pendengas
Do meu próprio coração.
Aqui é onde eu cresço,
Envelheço,
E descaradamente,
Desobedeço.
Aqui eu (des)arrumo
A minha (des)decoração.
Aqui, eu resolvo as pendengas
Do meu próprio coração.
Oh, a fé
Pequenina,
Essa palavrinha breve e inocente,
Quase piegas, quase luz de vela
A quase se apagar
À menor brisa,
Mas oh, a fé,
Ela resiste, ela se move,
Ela se estica
Por sobre o medo, ela protege
O que nos resta
De vida.
Oh, a fé,
Essa incerteza
Na qual quase ninguém
Acredita,
Mas ela agita, ela salva,
Ela é o olhar mais uma vez
Antes de ir,
De se fechar,
De desistir...
Oh, a fé,
Esse telhado que nos guarda,
A sementinha
Que Deus plantou
Dentro da gente,
E Ele pediu,
Encarecidamente
Que a protegêssemos
Da tempestade,
E do sol
Inclemente.
Oh, a fé,
Tudo o que resta
Quando na vida
Nada mais resta,
E a gente empresta
Um leve sorriso
De teimosia,
Uma elegia à esperança
Que só alcança
Quem tem fé,
Quem confia.
Ela olha as cores mortas
Nas flores do seu vestido,
Prende os cabelos molhados
Para que seus dois ouvidos
Possam ouvir as palavras
Que um deus cansado tem dito.
Lá fora, um mundo distante
Que há muito ficou para trás.
Sua alma diletante
De tanto viver, não quis mais...
Passou o tempo; o passado
É só um presente embrulhado.
Ela olha, indiferente,
Sem tentar querer saber
Para onde foi tanta gente
Que antes, estava ali...
Um dia, quem sabe ela
Também há de sucumbir.
Seu olhar é tão sereno,
Seu coração só flutua
Em um lago de veneno
Onde ela não se situa.
Batidas atordoadas
Que o silêncio acentua.
O que eu assisti hoje na CPI (Circo Patético e Irrelevante) da Covid, me chocou mais do que qualquer coisa que eu já vi nas abordagens agressivas da esquerda. Um senador machista, arrogante, agressivo e lacrador tentando destruir e humilhar uma pessoa com um currículo invejável e mais de quarenta anos de experiência na área médica. Tudo isso através de perguntas irrelevantes que, ele deixou bem claro, pesquisou no Google a fim de atingir seu propósito. Ele próprio sugeriu a ela: "Não sabe a resposta? Pesquise no Google." Porque com certeza, foi exatamente o que ele fez.
Muitas daquelas perguntas não poderiam ter sido respondidas por noventa por cento dos médicos que atuam no país. Não se lembrar de datas e nomes não quer dizer que você é incompetente, mas que apenas não se lembra de datas e nomes que não tem importância.
Eu sinceramente espero que ela o processe.
Nessa CPI indigente, quando os inquiridos não respondem exatamente aquilo que esperavam ouvir deles, são humilhados e ridicularizados, e ninguém mais escuta uma palavra sequer que eles disserem. Fazem perguntas que eles mesmos respondem, repetem incansavelmente perguntas que já foram respondidas várias vezes (não sei se o problema é cognitivo ou se é surdez pura e simples) e zombam das pessoas de forma absurdamente desrespeitosa.
Jamais pensei que fosse viver para ver uma palhaçada dessas acontecendo no meu país. Enquanto isso, ignoram completamente o verdadeiro motivo pelo qual essa CPI deveria ter sido criada: averiguar para onde foram os BILHÕES liberados pelo Governo Federal e entregues a prefeitos e governadores para o combate à COVID. As perguntas relevantes continuam sendo ignoradas: cadê o dinheiro? Cadê os hospitais de campanha? Quem escondeu respiradores enquanto pessoas sufocavam até à morte, e por que?
Acho que não vou mais assistir a essa droga. Tira minha saúde, acaba com meu bom humor, me deixa com raiva. Isso não me faz bem, é podridão demais.
Dos lábios de Deus, partiu um sopro
E as ruas ficaram desertas.
De repente, nada havia
Que explicasse a dor silenciosa
Que se espalhava pelas ruas
E das casas, que se esvaziavam.
Nas sacadas, as pessoas cantavam.
E após o toque de recolher,
As mãos juntaram-se em preces,
Clamava pela vida
Quem não soubera viver.
Mesmo assim, das sacadas
As luzes dos celulares piscavam.
A rua deserta se estendia
Sobre as dores das almas, que temiam
Porque não sabiam como ascender,
Porque, durante toda a vida,
Só tinham mesmo aprendido
A ter medo de morrer.
E toda fé, que já era pouca,
Passou a ser testada,
E todo o amor, que já era raro,
Tornou-se quase nada,
Pois as pessoas só pensavam
Naquilo em que elas mesmas
Eram afetadas.
E das sacadas, as pessoas oravam.
Clamavam a Deus: “O que será de nossa raça,
Como será o futuro,
Quando tudo isso acabará?”
E Deus, estendendo as mãos,
Lançou um sorriso triste
Perguntando: “Querem mesmo a verdade?
Quem tem coragem?”
E das sacadas, as pessoas se calaram.
Sementes
espalhadas pelo chão,
Caídas da
árvore da vida...
Um apelo de
irmão para irmão,
A dor na
mão aflita.
Bendita
paixão que acolhe,
Enquanto a
morte recolhe
Aquilo que
se perdeu...
Maldita
ferida aberta,
A lágrima
caindo certa
Pelo que já
não é meu...
Quando eu
não mais estiver,
Ou quando,
por fim, vier
A luz, sem
eira nem beira?...
Quem sabe,
quando nascerem
Crianças,
ou germinarem
Sementes
das tamareiras?
Te levo comigo
Enquanto eles te pisarem,
Caluniarem, combaterem, queimarem,
Sujarem, contestarem,
Esfaquearem, calarem,
Atando-lhe as mãos
E pondo nos teus pés, grilhões.
Te levo comigo,
Apesar de toda a tua imperfeição,
Da tua mania estranha de dizer o que pensa
Sem tentar agradar aos falsamente sensíveis,
Aos politicamente corretos,
Aos supostamente suspeitos.
Te levo comigo
Porque eles não te aceitam,
Se deleitam em cavar a tua tumba,
Cravar facas e mais facas
Diariamente, naquilo que representas.
Porém,
A partir do infame momento
Em que eles te acolherem,
Te elogiarem, te apoiarem, te amarem,
Assinando sob tudo o que disseres,
Contrariando tudo aquilo que deles eu sei,
Nesse exato momento,
Eu te cuspirei.
Detrás de todo santo
Existe um pau oco
Onde ele esconde seu verdadeiro rosto,
E os seus arrotos.
As barras de suas saias rotas
Tocam as sandálias gastas
Que cruzaram esgotos
E pisotearam seus próprios sonhos mortos.
O santo do pau oco
Não tem olhos para as nuvens,
Ou para o céu;
Ele vislumbra o inferno,
E por isso o enxerga aonde quer que vá.
Sua auréola puída
Quase nada sabe daquilo que ele chama vida.
Sedento das orações e adorações que lhe dirigem os desesperados,
Tal santo sobrevive do sangue
Dos corações magoados.
Eu não sei se eu acredito
Em tudo aquilo que eu ouço,
Em tudo aquilo que é dito.
Caminho nas vias do mundo
Com passos bem cautelosos
E pensamentos caudalosos.
Pelo sim, pelo não
Eu faço o sinal da cruz
E tento focar melhor
Menos nas trevas, mais na luz.
Meu coração, sempre órfão,
Sozinho e desabrigado,
Não reside no futuro
Nem reside no passado.
Pelo sim, pelo não,
Eu sigo com a mesma fé
Que se transformou em grão
De mostarda, no caminho.
Eu ando olhando as estrelas
(Contente de ainda vê-las)
E aguardo, apreensiva
Só pelo sim, pelo não
Aquilo que me contaram:
-Três dias de escuridão.
Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...