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sexta-feira, 16 de junho de 2017

Metáfora









Às vezes,
há ainda uma  corrente
Muito fina e cristalina
Que quer correr para o mar,
Ainda há um par de pernas
Que caminham devagar, 
Mas que querem caminhar.

Há uma história em seu final,
Porém, algo a se contar
E também a se escrever;
Uma alma que pressente
Que as palavras são cansadas,
Que os olhos estão baços
Mas ainda querem ver.

Às vezes,
A memória se confunde,
Misturando em seu cadinho
O presente e o passado,
Mas ainda há um futuro,
Um epílogo iminente
Cujo fim está marcado.

Às vezes,
Ainda arde o desejo
De abrir portas e janelas,
E pôr aquele vestido
De saias muito rodadas
E pedir que um vento lúdico
Venha brincar, divertido,

Mas vem a voz do repúdio,
Aquela, que sempre diz “não”
E encerra o interlúdio
Com um só gesto de mão.

Às vezes, 
Ainda há um caminho
Com vontade de pegadas,
Há um pedaço de sonho
Sob as pálpebras fechadas,
Porém, à realidade,
Desfolha-se a rosa murcha
Debaixo dos olhos críticos
Que sentem-se ameaçados.

E um dia, sob a terra,
Ficará aquela história
De alguém que já se foi,
E nem fez muita questão
De incomodar a memória
De deixar uma lembrança
Num canto de coração.






3 comentários:

  1. Olá Ana, admiro por demais seus escritos, e esse poema foi feito de metáforas, gostei dele todinho, porém destaco:
    "Há um pedaço de sonho
    Sob as pálpebras fechadas,"
    Coisa linda de se ler.
    Desejo um findi azul cheinho de paz.
    Bjs!

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  2. Um excelente poema. Gostei imenso amiga.
    Desejo muito que se encontre bem.
    Bjs.
    Irene Alves

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  3. Lindeza Ana, como esta folha coração que o tempo amarelou, mas não mudou sua forma de ser.
    Haverá sempre este futuro.
    Abraços com carinho.

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