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segunda-feira, 25 de abril de 2022

ACEITEM-ME!


 

Foto minha, que amo, obtida na Ponte do Brooklin, N.Y, 2018


Antes eu achava que as pessoas tinham que me aceitar e aprovar a minha conduta. "Se não me aceitam," eu dizia, "que pelo menos me respeitem." Mas eu descobri uma coisa libertadora: ninguém tem a obrigação de me aceitar ou de me respeitar. E eu não preciso da aceitação ou do respeito de ninguém. Eu sou livre. Eles são livres.

Só existe um lugar no qual eu posso exigir o mínimo de respeito das pessoas, e esse lugar é a minha própria casa, o meu espaço sagrado. Aliás, a casa de cada pessoa é um espaço sagrado que todos devemos respeitar e pisar devagar, controlando o tom de voz e o entusiasmo exagerado - a não ser que o próprio dono da casa nos convide a fazer o contrário. E se eu pensar melhor, perceberei que na minha casa só entra quem eu quero; portanto, eu escolho convidar as pessoas que respeitam o meu espaço.

Fora isso, eu não preciso do respeito ou da aceitação de ninguém, porque quando impomos estas condições, acreditando que assim seremos mais livres, na verdade, nos escravizamos e escravizamos o outro. Assim como eu tenho o direito de ser como eu sou, o outro também tem. Problema dele se ele não concorda comigo; problema meu se eu não concordo com ele.

Ninguém nunca deve deixar de ser o que é, preocupado em ser ou não aceito pelos amigos/família/sociedade. Se eu estiver fazendo o que eu quero e sendo feliz sem agredir a ninguém, estarei fazendo o que é certo - azar o de quem não compreender isso. Pessoas entram e saem das nossas vidas pelos mais variados motivos, e eu deixo a minha porta de entrada sempre entreaberta, e a de saída, escancarada. E quando a gente é sincero conosco mesmos, quando somos felizes e expressamos aquilo que somos, sempre haverá quem nos ame e nos compreenda exatamente assim, e são estas pessoas as certas para mantermos em nossas vidas. 

O equilíbrio entre sermos aceitos e sermos felizes é muito frágil, pois estamos acostumados a pensar que se fizermos "a coisa certa" (aquilo que esperam de nós) seremos realmente felizes; mas esta felicidade é frágil, é de mentira. Seremos felizes quando formos livres do peso dos julgamentos alheios, que sempre existirão.




terça-feira, 19 de abril de 2022

TEMPO PARA LER E ESCREVER

 




TEMPO PARA LER


 


Quando eu era jovem, os livros eram poucos em nossa casa, e a maioria deles era emprestada ou comprada em sebos. Livros eram caros, e por isso, nós os líamos bem mais devagar e líamos várias vezes os mesmos livros. Assim, o conteúdo ficava muito mais solidificado em nossas mentes, e embora lêssemos poucos livros, nós  guardávamos o conteúdo na memória mais facilmente.


 


Hoje, temos os livros virtuais, que são bem mais em conta que os livros de papel. É fácil escolher um livro na Amazon, por exemplo, fazer o download e começar a ler imediatamente. Mas a facilidade também trouxe a quantidade, e são tantos livros para ler, que eu às vezes duvido se terei tempo de vida suficiente para todos. Além disso, a leitura é bem mais superficial. Assim, acabamos lendo-os quase sempre sem a reflexão necessária.


 


Com as redes sociais - Instagram, Facebook, Twitter, Linkedin, etc... - as pessoas passam menos tempo lendo e já não teêm mais paciência para textos longos.


 


No final da semana passada apaguei minhas contas no Instagram. Fiz uma promessa a Deus ao passar por um período difícil, e se minha promessa fosse atendida, prometi apagar minhas redes sociais - com exceção do Recanto e dos blogs. E eu o fiz. 


 


E já terminei de ler um livro e comecei a ler outro. Tenho mais tempo para cuidar da casa, preparar mais material para minhas aulas (dou aulas de inglês pela internet) e ando mais calma e centrada. A concentração melhorou, durmo melhor e me sinto mais calma. A internet é uma invenção maravilhosa, mas com ela, existe muita negatividade no ar, que acabamos absorvendo. Muitas pessoas que nos (per)seguem estão apenas curiosas sobre nós ou sobre como vivemos, e lançam energias de inveja e negatividade sobre nós. 


 


Hoje eu tenho mais tempo para ler e escrever, e aos poucos, estou voltando aos blogs e ao Recanto, mas sem aquela sede de reconhecimento que eu costumava ter. Eu só quero escrever e ler o que me interessa, viver a vida de maneira mais suave e me dedicar mais ao que me traz retorno real - meu trabalho, meus cães e minha casa.


   

terça-feira, 8 de março de 2022

INTIMISTA



 




Falta-me doçura. Acho que meu açúcar, minha casquinha de cobertura doce, branca e suave, ficou presa em alguma cerca de arame farpado. Sobrou-me essa pele grossa, esse olhar crítico, essa necessidade de dizer o que penso sem muitos filtros e, às vezes, com alguns conflitos. Mas mesmo essa necessidade tem me faltado ultimamente.

Eu sou feliz, aqui no meu cantinho. Vejo poucas pessoas, visito pouco, recebo poucas visitas. Vivo entre as plantas do meu jardim, meu marido, meu trabalho, meus afazeres e cuidados com a casa e meus cães. Não tenho mais grandes sonhos - calma, não sou doce, mas estou bem longe de ser  amarga ou melancólica - porque compreendi que quando a vida sonha para mim, eu tenho muito mais sorte. Gosto de estar sob a minha pele, gosto de mim, da minha companhia, do meu jeito silencioso de ser. Multidões me desagradam e me entediam.

Geralmente, não gosto do que a maioria das pessoas gostam. Não sou nostálgica, não me preocupo com o futuro e nem tenho ansiedades sobre o presente. Meu único medo, que me acompanha desde sempre, é o de um dia passar fome. Creio que não deva existir nada pior do que não ter nada para comer. Algumas pessoas me disseram que isso pode vir de alguma vida passada. Será?

Nos dias de hoje, criei a minha própria moda, meu próprio estilo, uso apenas o que eu gosto. Doo muitas coisas também... vivo esvaziando gavetas, estantes de livros e armários... e depois, encho tudo de novo. Alguém me perguntou: "Por que você não vende?" E eu respondi: "Vender por que?"

Estou ficando velha. Não gosto dos eufemismos que as pessoas usam, "melhor idade, "terceira idade." Gosto de dar às coisas seus verdadeiros nomes. E nesse processo de envelhecer, que eu tanto temi no começo, estou me soltado e deixando de ser tão exigente quanto a mim mesma. Qualquer coisa que me aborreça, aperto o botão de "desligar", a não ser que aquilo que estiver me aborrecendo também me interesse. Afinal, ainda existem coisas lá fora que chamam a minha atenção.

Não fico mais nem cinco minutos lendo um livro ou assistindo a um filme que eu não considere interessante. Antes, eu me forçava a terminar tudo o que começava, mas agora... só se eu estiver me divertindo.

Não faço mais questão de entrar em disputas, de aparecer muito, embora goste das redes sociais, e nem de ser apreciada. Estou me tornando a minha verdadeira imagem. Ando trazendo para fora aquilo que estava socado lá dentro, e jogando fora tudo o que não me representa - e eu mesma me represento.




sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

"TU PODES ADIAR, MAS O TEMPO NÃO." - BENJAMIN FRANKLIN

 


Um dia será tarde demais para subir aquela montanha, cantar no karaoke, seguir aquela trilha mata adentro. Será tarde para reunir alguns amigos e detonar 5 garrafas de vinho, pois vinho não se mistura com remédios.


Um dia, as coisas que a gente vive adiando para "quando fizer sol," "Quando eu puder," ou "um dia desses" serão contas em um pesado colar de arrependimentos que manterá nossos ombros doloridos e nossos pescoços pesados. As promessas que fizemos às outras pessoas jamais serão cumpridas, porque elas não estarão mais aqui, ou não terão mais disposição física ou mental para fazerem.

E a gente faz sempre tudo igual, cumprindo rotina até nas horas de lazer, porque é mais fácil, mais barato ou então porque "sempre" haverá uma nova oportunidade, um outro dia. Achamos que vamos ser jovens para sempre, que tudo será como sempre foi, que as pessoas (e nós) Jamais envelheceremos.

Então morre o primeiro amigo -aquele, que a gente vivia pensando em chamar para nos visitar. Morrem os avós, a mãe, o pai. Nossos ossos envelhecem e nossos músculos atrofiam, e já não tem mais como subir aquela montanha. E passaremos a velhice Contemplando-a da janela ou da cadeira de balanço, com a certeza de que jamais saberemos que paisagem ela nos ofereceria.

E na maioria das vezes, bastaria ter dado um passo, feito um gesto, cumprido uma promessa. A distância entre uma vida boa de se lembrar e uma vida cheia de amarguras e arrependimentos é realmente muita curta, quase nunca tem a ver com tempo ou dinheiro. Tal distância é tão curta quanto a medida da palavra "vontade."




terça-feira, 16 de novembro de 2021

FEMINISMO & LEALDADE

 



E logo de manhã, em um post no Instagram se lia o seguinte: "Não odeie outras mulheres porque seu marido ou namorado não te respeita. Larga esse embuste!" Concordo com a última frase , mas não com a primeira.

Nos comentários, muitas mulheres diziam que, em uma traição, o culpado é sempre e unicamente o homem, e nunca "a outra."  A argumentação é que nenhuma mulher é obrigada a demonstrar empatia por outra que ela nem sequer conhece, e que por isso,  a fidelidade deve vir do homem, não da outra, que não tem culpa de nada. Penso que ambos são culpados, e a lógica é simples: empatia é algo que devemos ter não apenas com as pessoas que conhecemos pessoalmente, mas com todos, independente de ser homem ou mulher, conhecido ou desconhecido.

Então alguém entra na minha casa, rouba minha TV e oferece a você; se você a aceita, mesmo sabendo que é roubada, está sendo cúmplice de um roubo. E se não verificou a procedência antes de comprá-la, também é cúmplice. Mas parece que no mundo de hoje, desde que se consiga aquilo que quer, que se dane o outro, o "perdedor." Ele que tivesse tomado conta. Ele que tivesse verificado se a porta estava bem trancada. A culpa é de quem foi roubado e enganado, não de quem roubou e interceptou.

Na minha opinião, tanto o ladrão/infiel quanto a outra/interceptadora, são culpados. Qualquer um que ajude o outro a mentir e a enganar é culpado. Qualquer um que aceite receber ou comprar alguma coisa que foi roubada de outra pessoa, é um criminoso. E para a outra, deveria ficar pelo menos o pensamento e a lição de que "se ele fez com ela, vai fazer comigo."

Não entendo esse tal feminismo, no qual uma mulher não deve lealdade a outra mulher simplesmente porque não a conhece pessoalmente. Isso é hipocrisia. Então, só porque eu não conheço uma pessoa, não devo respeito a ela? Essa mania de ver o outro como uma fotografia inanimada e sem alma, que não me diz respeito, está levando o mundo ao caos. Fala-se tanto em empatia, e a empatia é distorcida e assassinada diariamente.




 


 

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

A FÉ DO ATEU

 




Ontem eu estava assistindo a um vídeo sobre espiritualidade no YouTube, quando dois rapazes inteligentinhos entraram e começaram a detonar a entrevistada em questão. Um deles se dizia ateu, o que me fez questionar o motivo de ele estar assistindo àquele vídeo. O outro se dizia umbandista mas chamava a entrevistada de mentirosa porque as coisas nas quais ele acreditava eram diferentes das dela, e ainda quis posar de intelectual ao dar aulinha (tipo copiar e colar do Google) sobre física quântica, a fim de melhor cancelar a senhora médium.

Claro, aquilo para mim foi o início de mais uma tetra cibernética. Eu disse a ele: "por que as crenças dela são absurdas só por não serem cientificamente comprováveis, se a sua religião acredita que cantar determinadas músicas faz com que espíritos "desçam" e tomem o corpo de uma pessoa viva? Onde está a comprovação científica na sua religião?" Claro, ele se ofendeu.

E eu disse que tinha feito de propósito para que ele se colocasse no lugar das pessoas que tinham fé naquela médium e que estavam vendo ele tentando acabar com ela. Mas não adiantou nada, é claro, e daí entra o tal ateu para dizer que a religião é desnecessária e que os humanos também não são necessários à sobrevivência do universo. Nisso eu concordo com ele, mas até que deu vontade de sugerir a ele que se jogasse debaixo de um carro, já que, segundo ele próprio, sua vida é irrelevante.

Por que questionar a fé alheia? Não acredita, cale a boca. Pelo menos respeite. Quem paga dizimo o faz porque quer, quem acredita em religião, seja ela qual for, tem todo o direito de acreditar. O que faz as coisas acontecerem, eu disse a eles, é a fé, não a religião. Mas é claro que eles não entenderam e partiram para as tentativas de ofensa pessoal baseadas na ciência.

Me retirei, pois onde a grosseria impera, acabaram os argumentos. Conheço muitos ateus melhores do que a maioria dos religiosos que já conheci, mas idiotas existem em todas as linhas.






segunda-feira, 16 de agosto de 2021

"Liberdade"


 



O que está acontecendo no país e no mundo é preocupante. Enquanto no Brasil jornalistas e políticos são presos arbitrariamente (alguns dos quais não caem na graça do povo, mas isso não faz com que possam ser tratados como criminosos apenas por emitirem suas opiniões) e redes sociais são desaforadamente censuradas, o talibã volta a ssumir o poder no Afeganistão - com o reconhecimento e suporte de países como China e Rússia. A União Européia, ironicamente, vai ainda fazer uma reunião com eles para decidir se os apoiam ou não. Absurdo! Uma coisa dessas deveria ser repudiada e combatida por todos! Eles matam, torturam, decapitam, aleijam, humilham, invadem, estupram! Ninguém deveria aprovar ou aceitar uma coisa dessas!

Um jornalista  declarou que o Talibã de hoje é bem diferente do que vimos em 2011, que eles são mais suaves e democráticos, mais moderados, que prometeram garantir os direitos das mulheres. Segundos antes, esse mesmo jornalista dizia que havia pessoas sendo enforcadas e decapitadas nas ruas, e que meninas já estavam sendo escolhidas para se "casarem" com os soldados.

O que será que não estamos enxergando?

A China, que está aceitando o Talibã, é a mesma que se encontra aqui no Brasil, comprando tudo, se espalhando feito praga, e que agora manifesta seu interesse em comprar o Porto de Santos. Mas está tudo bem, essas coisas não acontecem desse jeito, isso é tudo exagero da Direita radical, paz, amor, revoada de pombinhos e Lula Livre.

O mundo está à beira de um grande colapso. E dessa vez, é sério.

Jornalistas de renome, como Leda Nagle, Augusto Nunes, da Jovem Pan, Ernesto Lacombe, entre outros, estão tendo seus vídeos censurados e removidos das redes sociais. Até mesmo o Presidente dos Estados Unidos da América foi banido, calado, amordaçado! Será que ninguém percebe o que está se formando no horizonte? A Esquerda ainda acha que isso se chama liberdade, e idiotas úteis, como Felipe Neto, publicam tais asneiras em seus Twitters, com direito a 'likes' e apoio popular.

Esperem, e daqui a pouco posts como este não estarão mais nas redes sociais. Seremos calados. Todos nós: direita, esquerda, centro ou isento. A única coisa que poderemos postar nas redes sociais, será fotos de florzinhas, pets e borboletinhas.

segunda-feira, 5 de julho de 2021

"Por que Você Faz as Coisas que Faz?"





Tem gente que vive para questionar os motivos dos outros. quanto a mim, existem três motivos básicos pelos quais eu faço as coisas que eu faço. São eles:


- Eu quero

- Eu gosto

-Eu posso


Eu quero - Quando eu faço alguma coisa , seja lá o que for, é importante perguntar a mim mesma se eu quero fazer aquilo extamente naquele momento, por aqueles motivos e daquele jeito. A maioria das coisas que a gente faz, penso eu, devem nos trazer algum tipo de satisfação pessoal. Então eu faço alguma coisa porque eu quero, em primeiro lugar.

Eu gosto - Como já afirmei acima, para mim o prazer em fazer alguma coisa deve ser a minha maior motivação. Se eu decido escrever um texto, por exemplo, meu objetivo é sentir prazer e passar momentos agradáveis fazendo algo que eu gosto. Quando eu sei que estou dedicando algumas horas a uma atividade qualquer - mesmo que ela não seja considerada 'construtiva' pela maioria das pessoas - mas que ela me deixa feliz e relaxada, não sinto que eu esteja perdendo tempo. 

Meu blog de contos, por exemplo; escrevo contos, embora eu saiba que eu não sou nenhuma escritora maravilhosa. Escrevo porque eu gosto de criar personagens e soltar a imaginação, não porque pretendo ficar famosa ou ganhar dinheiro. Mesmo que ninguém leia, o prazer de escever é o que me move. Portanto, poupe seu tempo e não venha me perturbar ou me aconselhar, dizendo que meus textos são longos, etc, etc, porque é bem mais fácil simplesmente não ler aquilo que não lhe agrada a perder seu tempo e azedar o dia de outra pessoa postando um comentário tão imbecil em um texto que você nem leu porque era longo demais.

Eu posso - Este é o meu terceiro motivo. Eu posso. Eu tenho o direito. Sou maior, vacinada e sei o que eu quero, e quais são os meus direitos, e desde que eu não esteja a prejudicar ninguém, posso ir até aonde eu quiser. Simples assim.


Tem gente que nem é seguidor, é perseguidor. Parece que estão sempre lá, vendo tudo o que os outros fazem online, achando que tudo é sobre eles ou para eles ou por causa deles. Acho que essa atitude é uma perda preciosa de tempo e energia.


Tenho ficado online muito menos tempo do que antigamente, porque eu hoje não me acho na "obrigação" de postar sempre, visitar sempre, comentar sempre tudo o que eu leio. Só faço o que me trouxer prazer. Minhas intenções de me tornar escritora já minguaram, pois quem escreve online desde 2007, já participou de tantas antologias de poemas, crônicas e contos, ganhou até prêmios, escreveu e publicou livros e mesmo assim não conseguiu nada através da literatura em direção a ser contratado por uma editora, ou é um péssimo escritor (não nasceu para isso) ou tem outras missões na vida que não esta.

Portanto, a única coisa que me move a escrever é o prazer. Quando ele terminar, eu paro.




terça-feira, 1 de junho de 2021

DRA YAMAGUCHI

 



O que eu assisti hoje na CPI (Circo Patético e Irrelevante) da Covid, me chocou mais do que qualquer coisa que eu já vi nas abordagens agressivas da esquerda. Um senador machista, arrogante, agressivo e lacrador tentando destruir e humilhar uma pessoa com um currículo invejável e mais de quarenta anos de experiência na área médica. Tudo isso através de perguntas irrelevantes que, ele deixou bem claro, pesquisou no Google a fim de atingir seu propósito. Ele próprio sugeriu a ela: "Não sabe a resposta? Pesquise no Google." Porque com certeza, foi exatamente o que ele fez.


Muitas daquelas perguntas não poderiam ter sido respondidas por noventa por cento dos médicos que atuam no país. Não se lembrar de datas e  nomes não quer dizer que você é incompetente, mas que apenas não se lembra de datas e nomes que não tem importância. 


Eu sinceramente espero que ela o processe. 


Nessa CPI indigente, quando os inquiridos não respondem exatamente aquilo que esperavam ouvir deles, são humilhados e ridicularizados, e ninguém mais escuta uma palavra sequer que eles disserem. Fazem perguntas que eles mesmos respondem, repetem incansavelmente perguntas que já foram respondidas várias vezes (não sei se o problema é cognitivo ou se é surdez pura e simples) e zombam das pessoas de forma absurdamente desrespeitosa.


Jamais pensei que fosse viver para ver uma palhaçada dessas acontecendo no meu país. Enquanto isso, ignoram completamente o verdadeiro motivo pelo qual essa CPI deveria ter sido criada: averiguar para onde foram os BILHÕES liberados pelo Governo Federal e entregues a prefeitos e governadores para o combate à COVID. As perguntas relevantes continuam sendo ignoradas: cadê o dinheiro? Cadê os hospitais de campanha? Quem escondeu respiradores enquanto pessoas sufocavam até à morte, e por que?


Acho que não vou mais assistir a essa droga. Tira minha saúde, acaba com meu bom humor, me deixa com raiva. Isso não me faz bem, é podridão demais.

quinta-feira, 25 de março de 2021

PARA BOM ENTENDEDOR





 Um dia me disseram que só se conhece verdadeiramente o que é amor depois que se tem filhos. Não vou comentar o absurdo desta afirmação, pois não é esse meu objetivo. Também já me disseram que pais verdadeiramente amorosos farão qualquer coisa por seus filhos, o que para mim soa como uma afirmação igualmente absurda.

Porém, eu acredito que o amor que um pai ou mãe têm por seus filhos é um sentimento muito forte, e através desse sentimento, um pai ou uma mãe podem pretender justificar comportamentos inadequados de seus filhos, até mesmo condutas criminosas. 

Da mesma forma, sempre ficamos sabendo de histórias sobre filhos manipuladores, que se utilizam do amor dos seus pais a fim de conseguirem o que desejam deles. Para mim, isso não é apenas falta de respeito: pode ser um sinal de psicopatia latente.

Assim como muitos relacionamentos de amor ou amizade se tornam tóxicos, relacionamentos entre pais e filhos também podem se tornar tóxicos, por exemplo, quando há abusos de um dos lados, manipulações, maus-tratos... ou condescendência. Se os pais tentam justificar o comportamento criminoso de um filho, ou se negam a assumi-lo, eles estão concordando com ele e contribuindo para que ele continue a ter o mesmo comportamento. Por mais honestos e bem-intencionados que os pais sejam, esse tipo de conduta não é certo. 

E é grande o número de pais que acabam prejudicando a si mesmos e aos seus relacionamentos de amizade ou familiares a fim de passar panos quentes em filhos mimados e voluntariosos. Muitas pessoas admiráveis perdem a confiança dos outros devido a esse comportamento condescendente. 

Se o seu filho vem à minha casa e, por mau comportamento ou desobediência, quebra um objeto valioso que me pertence; e se eu reclamo com você sobre o acontecido, e ao invés de repreender seu filho oferecendo-se para ressarcir meu prejuízo, você o justifica dizendo, “Isso é coisa de criança”, eu não vou convidá-lo para minha casa novamente. Talvez nossa amizade fique abalada. E com toda certeza, seu filho vai continuar agindo da mesma forma em todas as casas para as quais for convidado. Logo, os convites vão se tornar cada vez mais raros.

Por mais honesto, admirável, corajoso e arrojado que alguém possa ser, todo mundo tem um calcanhar de Aquiles. Para alguns, os filhos são seu ponto fraco. Mas isso não ajuda a ninguém – nem aos filhos, nem aos pais. O amor paterno não deveria jamais servir de justificativa para que se faça vista grossa aos erros dos filhos, mas deveria ser uma afirmação de autoridade e dedicação verdadeira de um pai ao punir seus filhos quando isso se tornar necessário. Porque o que é errado para um, deve ser errado para todos.






quinta-feira, 18 de março de 2021

THE MEXICAN

 





Hoje eu acordei com a voz de minha mãe e uma música antiga na cabeça. Durante um sonho, ela estava falando comigo sobre algumas coisas dais quais ela tinha saudades. Lembro-me de estar sentada no chão da sala da casa dela, onde morávamos, conversando sobre várias coisas. De repente, me veio à cabeça uma música antiga, dos anos 70, chamada “The Mexican.” Eu era apenas uma criança quando uma de minhas irmãs comprou aquele disco, que reunia sucessos da Rádio Mundial. Ainda posso ver a espiral verde, símbolo da gravadora Som Livre, rodando na vitrola enquanto o disco tocava.

Bem, ao acordar pensando na música, fui procurá-la no Spotify, sem a menor esperança de encontrá-la; afinal, quem se lembraria de uma música que nem fez tanto sucesso assim? Bem, mas bastou digitar o nome da música e eu acabei achando-a! Foi muito estranha a sensação de ouvi-la novamente após mais de quarenta anos!

De repente, eu olho para o nome da banda que estava interpretando essa nova versão, gravada em 2007, e qual não foi a minha surpresa ao lê-lo: Babe Ruth. Ruth era o nome de minha mãe. Antes de hoje, eu nunca tinha ouvido falar nessa banda.

De manhã, à janela da casa, enquanto eu contava ao meu marido sobre o sonho e a coincidência dos nomes (especulávamos sobre o quanto as coincidências são ou não são nada mais que simples acaso), meus olhos pousaram entre uma pequena abertura entre os muros de duas casas vizinhas, e o que vejo? Uma planta que minha mãe adorava – um arbusto com flores vermelhas chamado Hibisco Colibri. Tínhamos um grande arbusto desta planta no quintal dos fundos da casa. Quando pequena, eu costumava retirar as flores para sugar o líquido doce que elas produziam, e minha mãe vivia ralhando comigo por isso.

Se eu tinha qualquer dúvida sobre ter sido coincidência ouvir a música no sonho e depois descobrir que o nome da banda era o mesmo de minha mãe, a certeza veio quando vi as flores: coincidências não existem, e há coisas na vida que estão bem além da nossa pequena compreensão.


QUEM ESTIVER CURIOSO SOBRE A MÚSICA, EIS O LINK: 

THE MEXICAN




sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

SOBRE A PRISÃO DO DEPUTADO DANIEL SILVEIRA

 

 

abutres voam sobre a liberdade de expressão



Vou ser curta e grossa, pois estou sem tempo, mas achei importante (para mim) dizer o que eu penso a respeito disso, embora o país possa sobreviver sem a minha opinião: pelo que tenho lido por aí, até mesmo de especialistas em leis (porque eu não o sou) a prisão do deputado foi não apenas ilegal, mas inconstitucional, arbitrária e ridícula. Bem, eu poderia usar estes mesmos adjetivos para referir-me a ele. Mas a lei deveria ser igualmente aplicada a todos, mesmo que sejam trogloditas babacas e oportunistas em busca de promoção.


Para mim, esse senhor deputado, meu conterrâneo, não passa de um Alexandre Frota talvez um pouquinho melhorado em termos de cultura, mas as intenções dele, que foram de se promover (ele fez tudo o que podia para que isso acontecesse) obteve o sucesso e a atenção esperadas.


Aquele outro lá de capa preta que tem efetuado prisões ridículas, como a do jornalista Oswaldo Eustáquio (atualmente paralítico em prisão domiciliar, e que não recebeu a mesma atenção da mídia que o deputado obteve, mas que na minha humilde opinião, merecia muito mais); bem, voltando ao meu raciocínio: aquele lá de capa preta, pousado no Supremo, tenta provar a cada dia que a Constituição Brasileira, que deveria ser respeitada, nos dias de hoje é apenas um livrinho sem importância que poderia estar pendurado nos nossos banheiros para que melhor se fizesse uso dela.


Acho que ninguém vai me prender pelo que escrevi; afinal, não passo de uma ninguém que alcança, no máximo, algumas dezenas de leituras. Não estou me candidatando a nada e não represento a maioria. Mas se por acaso eu não aparecer mais por aqui, é porque aconteceu comigo aquilo que vai acabar acontecendo com todos que tentarem dizer o que pensam nesse país – sejam de direita ou de esquerda: fui amordaçada. Alguém terá adentrado minha casa no meio da noite e levado meus computadores, me jogando na prisão, me colocando uma mordaça  e quebrado minhas pernas.



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

PODEM FICAR COM O MUNDO PARA VOCÊS




Já andei mais da metade do caminho que Deus me destinou. Já vi muitas coisas, escutei muitas coisas, vivi muitas coisas. Porém, nunca passei, em toda a minha vida, por tempos tão absurdos. Nunca vi tanta gente totalmente equivocada berrando sandices em redes sociais – e avançando feito leões famintos nas gargantas de qualquer pessoa – velho, criança, mulher, gay ou homem – que ouse discordar da sua pseudo sabedoria. Parece que tudo se resolve no grito: basta chamar de burro, quando faltarem argumentos convincentes, e qualquer um se considera vencedor do debate. Se sentirem que estão perdendo chão, vale a pena convocar mais alguns trogloditas-bem-informados-e-cheios-de-sabedoria para arrasar e esmagar de vez com o opositor. 

Existe também a tática de, quando em um grupo, isolar o contestante, fazer cara de paisagem enquanto se entreolham com olhares de “eu-sei-de-algo-que-você-não-sabe, tadinho, como você é burro”, e começarem a tratar o contestante como um retardado mental, adoçando a voz e quase desenhando no ar as palavras ao falar com ele, como a gritar silenciosamente: “BURRO!”  E chamam isso de ‘empatia.’

Há também aqueles que criam perfis fakes – sem fotos, sem endereços, sem nomes – criam dezenas, centenas deles, para que possam usar do mais chulo linguajar, enquanto despejam em cima do contestante todo o ódio que lhes vêm na alma.

Não sei qual das táticas é mais desprezível. 

Por mim, vocês venceram. Tenho o meu próprio mundinho aqui, não preciso do mundo que vocês estragaram. Podem ficar com ele. Chapinhem na lama e no esterco que vocês mesmos remexem, colham das ervas daninhas que vocês plantam e enfeitem com elas o seu mundinho, comam da merda que vocês estão excretando. Eu desisto. Não vou mudar a cabeça de ninguém – aliás, já fizeram isso lá atrás, e fizeram muito bem feito. É tarde demais para vocês. É tarde demais para nós.

Felizmente, já cheguei aos 55 anos, e não tenho mais muito tempo por aqui – quem sabe, mais uns vinte, vinte e cinco anos. Só posso dizer que lamento muito pela colheita que vocês terão lá na frente, pois ela será exatamente de acordo com as sementes que estão plantando. Tenho muita pena dos que estão nascendo e crescendo nesse mundo abjeto que vocês estão criando para eles.

Vão lá bater panelas, protestar contra a única pessoa que está tentando mudar esse chiqueiro no qual o país se tornou, e não se esqueçam de criar muitas hashtags mimizentas. Xinguem, vomitem escárnio e ofensas, esmaguem a liberdade de expressão daqueles que pensam diferente de vocês, e depois, vão lá nos seus perfis fakes – sim, fakes, porque mesmo os que têm fotos e nomes se escondem atrás da hipocrisia – e mostrem-se ofendidos porque o Presidente da República falou palavrão. 

Podem ficar com o mundo para vocês. Não o quero. Não faço a menor questão de circular entre vocês. Para dizer a verdade, fico muito mais feliz quando estou fora dele. Não se esqueçam de pedirem desculpas por serem homens, brancos, ricos. Não se esqueçam de exaltar a cor da pele ou o gênero como se tais características acrescentassem algo de útil ao seu perfil ou personalidade. Deixem em segundo lugar as coisas menos importantes, como o caráter, a honestidade, a força de vontade, a capacidade, o esforço pessoal e a educação. Quem precisa disso nos dias de hoje? Coisas totalmente supérfluas, caretas, misóginas e fascistas!

De verdade, fiquem com essa merda de mundo para vocês. Vocês venceram, são os melhores, os donos da verdade, os criadores e influenciadores de opiniões, os reis da sabedoria e da empatia, os bem-informados, cultos, descolados, que salvarão não apenas o mundo, mas também todas as girafas da Amazônia.






quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

NEGO SER NEGACIONISTA


É claro que o COVID19 é uma doença grave e possivelmente fatal. É óbvio que, a fim de corrermos menos riscos de sermos infectados, devemos respeitar as medidas de prevenção - as quais nem vou mencionar, pois até os meus cachorros já conhecem bem.

Mas a tal da vacina ainda não desceu... por mais que respeitemos a ciência, não podemos negar que a fabricação de vacinas seguras e eficazes pode levar muitos anos - afirmação feita pelos próprios cientistas. Entretanto, alegam os políticos e demais defensores da vacina que esta está sendo usada em caráter emergencial; mesmo assim, ainda temos que manter o uso de máscaras, distanciamento social, etc, etc, pois nada garante que elas seja realmente eficazes quanto a imunização. Sem mencionar as mutações do vírus que estão aparecendo por aí, e não se sabe se as vacinas são eficazes contra elas.

Seria mesmo medida emergencial ou medida desesperada?

Não, eu não estou inventando nada, li muito a respeito antes de escrever este texto. Mas a pergunta que não quer calar é a seguinte: se ela não protege, por que tomar? Não sou daqueles que acreditam que vão virar jacaré se tomarem, nem creio que existam substâncias que podem modificar meu DNA. Nada disso. Mas não me sinto segura para me vacinar. Tenho medo dos efeitos colaterais, que até agora, não são totalmente conhecidos. Vi pessoas dizendo que a vacina não mata, mas vejam só essa reportagem:

https://canaltech.com.br/saude/vacina-pfizer-noruega-idosos-177582/

E os defensores da vacina, que me chamam de negacionista, há bem pouco tempo temiam os efeitos de medicamentos, como a Cloroquina, na prevenção ao COVID19. E esse remédio, que é tomado sem receita médica há muitos anos no país, de repente tornou-se o bicho-papão dessa história. Se essas pessoas lessem as bulas de medicamentos como Novalgina, pílulas anticoncepcionais e estatinas, cairiam mortas. No entanto, faço uso de estatinas há anos, tomei pílulas anticoncepcionais por mais de vinte anos e não morri. Mas aqueles efeitos terríveis estão descritos ali porque, na bula dos medicamentos, os laboratórios são obrigados a informar mesmo as menores incidências de efeitos colaterais.

Mas ninguém parece querer se responsabilizar pelos efeitos colaterais da vacina. Por que será?


https://www.conjur.com.br/2020-dez-15/termo-responsabilidade-quem-vacinar-nao-justifica


Aqui, o comentário de um advogado a respeito da reposrtagem acima:

QUEM ASSUME RESPONSABILIDADE?


Ericson Lemes da Silva (Advogado Autônomo - Administrativa)

16 de dezembro de 2020, 10h23

Nenhum dos laboratórios (Pfizer, AstraZeneca, Sinovac et al) garantiu eficácia nem ausência de efeitos colaterais graves ou morte. Pelo contrário, exigem juridicamente isenção total, sob pena de não contratarem o fornecimento (vide o caso da FioCruz/AstraZeneca ou o da Pfizer na Inglaterra p. ex.). Por outro lado, nem as autoridades sanitárias mais severas (como as do Reino Unido) assumiram semelhante compromisso perante cidadãos e, por isso mesmo, não estabeleceram (ao menos até agora) obrigatoriedade da vacinação.

Quando alguém vem a público tentar induzir confiança na vacinação contra a COVID-19, seja médico, advogado ou qualquer outro profissional ou autoridade, via de regra está emitindo mero palpite subjetivo, sem encarar responsabilidade nenhuma pelas consequências a terceiros.

Se não for este o caso dos autores do artigo acima, nada impede que voltem aqui, nesta mesma publicação, e afirmem categoricamente que assumem plena responsabilidade cível perante quaisquer pessoas que tenham se deixado convencer pela argumentação acima.

Tenho plena consciência de que vou acabar sendo obrigada a tomar essa coisa, porque eu gosto de viajar, quero poder entrar em locais públicos como teatros, cinemas, restaurantes, etc., e o STF já ameaça punir com represálias quem não se submeter - Ah, mas é claro que somos cidadãos livres - mas quando eu me vacinar (acho que serei uma das últimas da lista) eu o farei por apenas um motivo: obrigação. Porque eu não acredito nessa vacina.





sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

BIDEN PRESIDENTE

 BIDEN PRESIDENTE

 

Ok, ele venceu, e embora eu não tenha torcido por ele, com certeza faço votos de que seu governo seja bom para todos os povos, tentando confiar no que ele próprio afirmou em seu discurso de posse – que governaria para todos, tentando integrar povos e pessoas que pensam diferente.


Não gosto de levantar bandeiras, especialmente quando o fato é consumado; não sei se houve realmente fraude nas eleições, embora alguns assim o afirmem, mas entendo que quando alguém é sumariamente calado e banido das maiores mídias, que supostamente existem para que as pessoas tenham a liberdade e o direito de expressarem o que pensam, mesmo estando erradas, é porque existe algo de podre no reino da Dinamarca.


Alguns acreditam que as eleições nos Estados Unidos nada tem a ver com o que acontece aqui, mas estes se enganam; com certeza, a eleição de Biden afetará o mundo todo, e é claro, o Brasil. Se ele mantiver a absurda pauta propagada durante a sua campanha – a de que ‘tomaria conta’ da Amazônia – certamente teremos sérios problemas no que diz respeito à defesa da nossa autonomia.


Nas redes sociais, apoiadores de Biden proclamam a vitória aos quatro ventos, exaltando o fato de que sua vice é “mulher/negra”, como se esses adjetivos qualificassem imediatamente alguém para qualquer coisa que seja. Esta é uma narrativa pobre e vitimista, digna dos partidos de esquerda, e tal narrativa não qualifica nem desqualifica qualquer pessoa, já que um bom caráter nada tem a ver com a cor da pele, o gênero, a forma física ou a inclinação política.


Biden foi eleito, e eu não gosto dele. Mas mesmo assim, jamais torcerei contra, pois se assim o fizer, estaria sendo apenas teimosa, egoísta e infantil.


Porém, não podemos negar a existência de fatos que provam seu possível envolvimento em escândalos bizarros – para quem duvida, basta ir ao YouTube e fazer uma rápida pesquisa a respeito. Mas façam isso agora, antes que tais vídeos sejam banidos pela mídia que ajudou-o a se eleger. Eis  links para dois desses vídeos:



https://youtu.be/xSSMG0MaEnQ


https://youtu.be/lYEA-f_Aa4c


E antes de o defenderem, aconselho você a ir lá, assistir e tirar suas próprias conclusões. Reparem no desconforto das mulheres e crianças que estão nas cenas. Também há reportagens do site da Jovem Pan onde mostram que ele está sendo processado por ter molestado uma mulher sexualmente.


Se as pessoas afundassem suas cabeças por sobre a linda camada florida que os discursos ideológicos lhes mostram, com certeza as reergueriam horrorizadas.


Mas cadê a coragem, não é, minha filha?






terça-feira, 12 de janeiro de 2021

ATALHOS

  


 


Às vezes nos parece que chegaremos mais rapidamente onde queremos se formos por um atalho. Mas nos esquecemos que um atalho é, quase sempre, o lugar mais perto de um abismo. Acidentado, cheio de perigos inesperados e além de tudo, solitário, pois a maioria das pessoas prefere seguir pela estrada por questões de segurança, conforto e mobilidade.


Se existe uma estrada de, digamos, dez quilômetros que nos conduz a algum lugar, e um atalho de cem metros por onde apenas a minoria segue (geralmente, cheio de carcaças de carros quebrados e esqueletos dos que ficaram pelo caminho), deve haver uma razão. A princípio, o caminho mais curto parece ser a escolha mais sábia, mas a longo prazo, acho bem melhor chegar inteira ao meu destino, seguindo por um caminho mais iluminado e seguro. E existem muitas estradas boas que podem nos levar a um mesmo lugar – não é necessário escolher um atalho acidentado e cheio e cobras e outros animais peçonhentos.


Com certeza, quando Robert Frost escreveu “The Road Not Taken” (O caminho não tomado), ele não quis dizer que devêssemos ser imprudentes, mas que aprendêssemos a fazer nossas escolhas baseados naquilo que realmente desejamos, e não no que os outros acham que devemos fazer. E existem muitas estradas boas que podem nos levar até onde estão os nossos sonhos. Porém, qualquer uma delas que seja obscura, solitária, perigosa, e que exija do caminhante que ele dê passos em falso e passe por cima de outros caminhantes, jamais será a melhor.


Deixo aqui para reflexão o poema de Robert Frost, traduzido no site wwwzagaiaemrevista.com.br

 


A trilha que não tomei


Duas trilhas divergiam sob árvores amarelas

E eu, triste por não poder percorrer ambas

E permanecer um, detive-me em longa espera

E olhei tão abaixo quanto pude uma delas

Até onde se dobrava entre as plantas;


Então tomei a outra, tão bela quanto correta,

E talvez por ser a mais atraente

Por seu gramado almejar o passeio como meta,

Embora passasem por ali de forma reta

E usassem ambas de maneira semelhante,


E ambas igualmente deitassem naquela manhã

Em folhas que nenhum passo tornara pretas.

Ah, eu guardei a primeira para o amanhã!

Ainda que soubesse como à seguinte leva uma direção

Duvidei se um dia deveria voltar atrás.


Eu contarei isso enquanto expiro

Em algum lugar, em tempos e tempos:

Pois duas trilhas em um bosque divergiram, e eu,

Eu tomei aquela que menos percorreram,

E isso fez toda a diferença.


 


QUE VOCÊ POSSA SEMPRE SER LEMBRADO (A) COMO A PESSOA QUE FEZ A COISA CERTA E SEGUIU PELO MELHOR CAMINHO, SEM ENGANAR NINGUÉM, SEM PISAR EM NINGUÉM - E NÃO COMO O MAIS ESPERTO (A)."






sábado, 9 de janeiro de 2021

VELHA SIM, E DAÍ?

 



Todo mundo que permanecer jovem a maior parte do tempo, mas se a gente pensar direito, chegaremos a terrível conclusão de que a juventude é a parte mais curta da vida. Tirando a infância, que é um tempo mais ou menos feliz, dependendo das condições de vida de cada pessoa, durante o qual não temos qualquer autonomia sobre a nossa vontade, nosso tempo de juventude real, na minha opinião, vai mais ou menos dos 15 aos 35 anos. Vinte anos apenas. Dos 35 aos 50, estamos na idade madura, e dos cinquenta em diante, somos o que eu mesma chamo de velhos. Não gosto dos termos eufemísticos, como ‘idoso’, ‘da terceira idade, ‘da melhor idade.’

Engraçado é que quando eu me refiro a mim mesma usando esta palavra – velha – as pessoas, em uma tentativa de serem gentis, logo dizem: “Ah, o que é isso, você não é velha, e está muito bem para a sua idade.” Porém, dizer algo assim não nega a idade de ninguém – apenas a acentua. E qual é o grande mal em reconhecer-se velho? O que há de tão errado com esta palavrinha, que faz com que todo mundo fuja de estar sob a sua classificação como o diabo fugiria da cruz?

E há sempre aqueles clichês: “O importante é ser jovem por dentro. O importante é ter um espírito jovem.” Como eu já disse e repito: Não quero ter espírito jovem! Custei muito para chegar aonde cheguei, e não vejo por que negar essa condição. Me deixem ter o espírito condizente com a minha idade física. Afinal, não é para isso que estamos aqui – evoluir, amadurecer? 

Há uma outra coisa com a qual eu não concordo – vejam bem, estas são opiniões pessoais que eu aplico a mim mesma, e se você discordar, é um direito seu; mas existem coisas que não ficam bem em uma pessoa com a minha idade, e algumas delas são:

- Tirar selfies fazendo biquinho em rede social. Aliás, isso não fica bem para ninguém a qualquer idade, é simplesmente ridículo. Não sei como pode ter gente que ache o tal biquinho de selfie bonito. A foto fica realmente feia, e para mulheres mais velhas, é inadequado e vulgar.

- Usar roupas curtas – saias, shortinhos e blusinhas mostrando tudo só fica bem em meninas muito jovens, quando elas estão com tudo no lugar certo. Na minha opinião, a roupa deve valorizar o corpo, e isso significa ressaltar o que é bonito e esconder o que não é. 

- Postar foto de bikini em poses sensuais só para mostrar que ‘ainda’ tem um corpo legal. Existe uma digital influencer americana, ex-modelo, que apesar de ser uma linda mulher, tem por volta de 87 anos e coloca fotos de bikini em poses sexy no Instagram dela. Fico me perguntando qual é o propósito disso. 

Da mesma forma, encontrei um canal no YouTube onde quatro velhas desbocadas ficam falando sobre sexo e colocando as camas na rua como se ainda estivessem no auge da juventude. Colocar a cama na rua é vulgar e desnecessário em qualquer idade, mas no caso delas, a quem elas pensam que estão enganando? 

- Misturar-se com gente bem mais jovem e tentar agir como eles, usando as mesmas gírias e vestindo as mesmas roupas. Numa festa há alguns anos, vi uma mulher bem mais velha fazer isso ao misturar-se a um grupo de jovens que estavam dançando na pista, se insinuando para alguns rapazes, e foi constrangedor. Logo, ela estava dançando quase sozinha na pista, e os garotos foram para outro lugar. O mesmo vale para homens mais velhos que gostam de ‘pegar’ garotinhas ou que largam as esposas, trocando-as por meninas mais jovens que, após depenarem suas economias como gafanhotos fazem quando pousam em uma plantação, partem num voo a procura de outra colheita a devastar. 

Enfim, existe gosto, bom gosto e mau gosto para tudo, mas esse tipo de atitude, para mim, só tem um nome: desespero. Não aceitar a própria idade e não valorizar o privilégio que a maturidade traz (ou deveria trazer) é desespero. 










sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

A DITADURA DA FELICIDADE

 


 

É sempre assim: se eu posto uma foto em minhas redes sociais sem estar sorrindo, alguém sempre pergunta: “Mas por que você está triste?” Ou então comenta: “Sorria!” Então eu percebo que ser feliz – e principalmente, demonstrar felicidade, o que não significa necessariamente ser feliz – tornou-se quase uma ditadura nos dias de hoje. Existe uma competição pelas fotos mais maravilhosas das últimas férias, as roupas mais bonitas, o final de semana mais descolado.

A maioria das pessoas navegam pelas redes sociais e, ao deparar com as imagens fabricadas de vidas perfeitas, começam a pensar que suas vidas são desinteressantes; mas em uma foto, a gente pode colocar o que quiser! Então, basta forçar um sorriso no rosto, criar um cenário bonito, e pronto: você se torna instantaneamente uma pessoa feliz.

Nos canais do YouTube a gente também encontra uma quantidade infinita de vídeos ensinando como ser totalmente feliz e como conquistar todos os objetivos da sua vida através do pensamento positivo. Como se fosse possível conquistar todos os nossos desejos ignorando o fato de que a nossa vontade cruza o tempo todo com as vontades alheias.

Hoje, em uma de minhas aulas, usei um texto que nos ensina a como nos tornarmos miseráveis e infelizes – uma alusão ao que não fazer se você quer ser realmente feliz. O autor do texto, cujo nome desconheço, infelizmente, disserta sobre três coisas; resumindo:

1- Seja o mais voltado para si mesmo que puder: fale sobre si mesmo, pense em si mesmo e viva para si mesmo;

2- Enxergue-se como uma vítima das circunstâncias;

3- Fique o tempo todo ruminando sobre as coisas ruins que aconteceram no passado.

É claro que fazer as coisas acima compulsivamente, tornando-as um hábito, é nocivo para a alma, mas quem não amarra um bode de vez em quando? E o que há de errado em fazer isso quando nos sentimos mal por causa de algo que nos aconteceu? Não podemos controlar tudo, e nem acho que devemos. Acredito que bloquear emoções e posar de pessoa feliz o tempo todo pode ter efeitos catastróficos a longo prazo.

Quando eu estou triste, eu fico triste; quando estou alegre, eu fico alegre – embora a minha alegria não tenha nada a ver com demonstrações efusivas de queima de fogos pela minha satisfação. É uma coisa que tem mais a ver comigo mesma ou com a pessoa ou pessoas envolvidas.

Essa obrigação em ser feliz, em ter pensamento positivo, em ser o mais perfeito possível, em ser um “ser de luz” altamente espiritualizado o tempo todo, é abominavelmente chata. Quem nunca viu guru descer do salto, que atire a primeira pedra.




 

 

 


quinta-feira, 22 de outubro de 2020

O LUTO DOS SABIÁS







Meu cachorrinho matou um filhote de sabiá polca. Eu estava ouvindo música, concentrada em outra coisa, e quando me dei conta dos gritos dos pais, já era tarde: peguei-o ainda vivo em minhas mãos e coloquei-o de volta no ninho, que fica em uma das árvores em meu jardim. O ninho foi estranhamente construído em um local bem próximo à linha dos olhos.  Achei que eu tinha salvado o pássaro, porém, minutos mais tarde, quando fui verificar se ele estava bem, encontrei-o morto. Havia uma perfuração enorme sob a asa que eu não tinha visto.
Acho que aquele tinha sido seu primeiro voo. Infelizmente, também o último.

Meu marido e eu o salvamos muitas vezes, ainda no ninho, de ataques de tucanos, gambás e pica-paus, mas acho que ele estava destinado a não viver. Nós escutávamos os gritos desesperados dos pais e corríamos lá para fora, para espantar os invasores. Confesso que criei um vínculo com os pais; acostumei-me a acordar com seus pios alegres, todos os dias. Eu me sentava no banquinho da varanda e ficava olhando os pais levando comidinhas para ele no ninho.  Eles se alimentavam das frutas que eu coloco no comedouro e tomavam banho e bebiam água na minha fonte.

Ao ver o filhotinho morto, achei que os pais, que procuravam por ele gritando desesperados, deveriam saber o que havia acontecido com o bebê deles. E foi aí que eu tive a maior surpresa de todas: passarinhos têm luto.

Coloquei o corpinho em um galho de árvore, e logo a mãe veio com comida no bico para dar a ele, mas ao perceber que estava morto, ela engoliu a comida, demorou-se um pouco rodeando o corpo e voou para um galho de árvore alto junto com o pai. Os dois ficaram ali ainda durante algum tempo. Não mais piavam desesperadamente, mas entoavam um canto que eu tenho certeza que era de luto. Nunca tinha escutado um sabiá cantar daquela maneira, tão suave e sentida.

O casal ainda pousou no meu muro coberto de hera; os dois ficaram lá, me olhando. Pareciam querer se despedir de mim. Eu pedi desculpas a eles em voz alta (se algum vizinho me escutou, deve estar pensando que eu enlouqueci) por não ter conseguido salvar o filhotinho dessa vez. Assim que eu terminei o meu discurso, os dois voaram para longe, e um silêncio de morte baixou no meu jardim.

Bem, não se pode vencer sempre... sei que meu cachorro não fez de maldade, ele só queria brincar com o pássaro, tanto que quando gritei “Mootley, não!” ele imediatamente largou o passarinho. Porém, acabou por matá-lo. Se eu tivesse chegado pelo menos um minuto antes, talvez tivesse conseguido salvá-lo.

O episódio me fez pensar mais uma vez nos milhares de passarinhos que são mortos todos os dias por incêndios, caçadores ilegais e pessoas egoístas que os contrabandeiam. Penso também nos milhares que, neste exato momento, estão presos em gaiolas minúsculas, pulando de um poleiro ao outro, porque é a única coisa que podem fazer, apenas para satisfazer o egoísmo de alguns seres humanos e servir de fonte de renda para outros. Alguns ficam supostamente “soltos,” mas com correntes nas patinhas, como acontece com os criminosos.

Só pude devolver o corpo do pássaro à natureza, desejando boa sorte aos pais da próxima vez, e desejando também boa sorte aos demais pássaros e animais selvagens ou silvestres, vítimas da maldade humana.

Mas a vida continua sempre. Enquanto eu termino esta crônica, escuto os pássaros voltando ao meu jardim. No próximo ano, os sabiás farão outro ninho e terão outros filhotes, pois é assim que tem que ser. Penso que também nós devemos sempre olhar para aquilo e aqueles que perdemos com ternura, nos despedirmos e continuarmos vivendo, cantando sempre que for possível sobre as coisas vivas e as coisas mortas das nossas vidas.





quarta-feira, 30 de setembro de 2020

PASSADO É PASSADO


 

"O passado, o presente e o futuro, mais não são que um momento aos olhos de Deus, sob cujo o olhar devemos tentar viver. O tempo e o espaço, a sucessão e a extensão não são mais do que condições acidentais do pensamento. A imaginação pode transcedê-las, e passar para uma esfera livre de existências e ideais." - OSCAR WILDE


Nesse meu caminho de vida, aprendi que passado é passado, e que a saudade deve ser um momento brevemente acarinhado. A vida segue sempre para frente, e quando tentamos arrastar conosco tudo o que passou, cultivando memórias tristes de tempos idos ou lamentando pelo que se foi, acabamos com uma forte dor nas costas e perdemos momentos importantes da vida. Sem contar que nos tornamos chatos e amargurados.

Alguém achou bom classificar o momento que estamos vivendo como PRESENTE, e creio que não foi à toa; o presente é uma dádiva, é a única coisa que temos para que possamos construir um futuro melhor e um passado gostoso de lembrar (mas só de vez em quando).

E talvez você pense que esta crônica é cheia de clichés, mas... você conhece algum cliché maior que a própria vida?




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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...