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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Contas









Eram contas de um colar pesado,
Sem brilho, um tanto funesto
Que alguém usava em volta do pescoço
Como uma forma de protesto.
Elas traziam o peso dos anos
Insanos marcos de um viver profano;
Com nó de forca denso e sufocante,
Feria a própria pele qual um tirano.


Pagava as contas que já havia pago,
Cobrando outras já prescrevidas, 
E um peso insano arrastava, assim,
Ao longo de toda a sua pobre vida.

As contas negras e acinzentadas
Ao fogo da injúria moldadas,
Não conferiam nenhuma beleza
A quem, com orgulho, as portava.

Enfeite tosco, de puro mau gosto,
Um arremedo de joia valiosa,
Imitação barata e sem valor
Arte jocosa, ao fogo destinada.





8 comentários:

  1. A vida hoje em dia e todos os seus atores permeiam muito este aspecto do tosco.

    Bejão

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  2. Eu respeito as jóias queridas de quem não pode pagar mais...
    Inspiram-me compaixão...
    Ótima semana, Ana
    ~~~~~~~~

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  3. Adorei o texto, reflexivo e poético, além de bastante interessante!
    Um forte abraço.

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  4. Sutil analogia com critica às crendices e pensamentos malignos sobre pessoas.
    Poesia com arte e com endereço. Entendo.
    Abraços Ana.

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