A pior pergunta
Que vem com a noite,
Caída sobre a moita,
Do céu, vindo em gotas
Descansando, indiferente,
À beira da calçada
Observando os passos
Dormentes, apressados
Que dela não se ocupam.
A pergunta mais tola,
A arrasadora,
Que sai pelas chaminés
Das fábricas imensas,
É servida nas marmitas
Sem pensar, engolida
Assistida nos filmes
-Retratos da vida.
A pergunta inclemente,
Nos ônibus e trens,
Nos supermercados,
Nos blogs, nos sites,
E nas homenagens,
Escrita em listagens,
A mais evitada.
Pergunta impertinente,
Rói dentro da gente,
A desafiadora,
Que não tem resposta,
A não ser, mais uma
Pergunta encarnada
Que, desencarnada,
Não quer dizer nada.
Ana Bailune
ResponderExcluirMuitas vezes a interrogação não deixará de ser arrazadora, "porque", por vezes é mais acusação do que pergunta. Considero o poema tão bem esquematizado, como pertinente.
bjs
Temos as perguntas e as perguntas. As perguntas para que possamos nos esclarecer de algo é uma coisa oportuna e necessária. Mas, a maioria delas hoje, já vêm carregadas de jugos e de verdades prontas postas apenas para confronto.
ResponderExcluirAna que poema incrível, de porque em porque você debulha verdades, eu amei, bjos
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