Há algum tempo, venho acompanhando pelos jornais e pela TV - e também através do Facebook, lendo todos os sites indicados, tanto os "nossos" quanto os "deles" - os acontecimentos no país. Eu queria ter ficado neutra no início, pois entendo que não vale a pena defender este ou aquele político quando são quase todos iguais, e que após as declarações inflamadas e os interesses próprios defendidos, políticos fazem alianças uns com os outros e fica tudo bem entre eles. Eu não defendo, nem nunca defendi, nenhum político. Mas é difícil permanecer neutra em um contexto como este que vivemos.
Após ler muito, ouvir muito e tomar as minhas próprias conclusões, percebi que estou mesmo do lado do governo Temer - que não é o melhor dos melhores, não é exatamente o que queríamos, mas é o que temos; seria ele ou a ex-presidenta, que estava transformando o Brasil, com a ajuda do PT, em Cuba na época da Guerra Fria. Ele está fazendo exatamente aquilo que eu pensava ser o certo, pelo menos por enquanto. Se lá na frente ele mudar, serei contra ele da mesma forma que fui contra a Dilma. Como diz um meme que circula nas redes sociais, "Não tenho político corrupto de estimação."
Eu me sinto culpada pela situação na qual nos encontramos, pois nunca me interessei por política. Não lia a respeito, trocava de canal durante o noticiário, votava por obrigação. Como a maioria dos brasileiros. Mas sinto que uma grande mudança está ocorrendo no meu modo de agir e pensar, e ando tentando recuperar o tempo perdido. Eu acho que isso também está acontecendo com muita gente, tanto com as que defendem a Dilma quando as que defendem o novo governo, e acho isso muito positivo: as pessoas estão aprendendo a pensar, estão descobrindo que o que elas fazem, dizem e pensam é importante sim, tem que ser ouvido sim, e que elas tem o direito de se expressarem.
Porém, alguns esquecem a educação em algum lugar lá atrás quando dizem o que pensam. Outro dia mesmo, ao ser convidada para participar de um debate no Face de um Petista - eu disse que fui convidada, não entrei de gaiata no navio - de repente entrou uma senhora maluca que eu não conheço e não faz parte da minha lista de amigos no Facebook e começou a me chamar de burra, me mandando calar a boca. Foi um tal de "KKKK, cala a boca, Ana Bailune, você é burra e já falou demais", que acabei bloqueando a ela e ao meu amigo, que nada fez para me defender e ainda me mandou manter a classe, quando quem desceu do salto foi ela. Depois ele me mandou um e-mail se desculpando e dizendo que "Não era para tanto." Como assim???
Há também aqueles que entram no nosso espaço sem pedir licença a fim de nos xingar. Dizem o que querem, e quando escutam o que não querem, ficam ofendidos. Pior de tudo, é que nem se dão ao trabalho de ler o que a gente escreveu: passam os olhos no texto, comentam que ele é "Lamentável" e começam a afirmar que dissemos coisas que jamais dissemos! Sentem-se indignados pelas afirmações que eles próprios fazem sobre a gente, baseados no que nem sequer tiveram o trabalho de ler e ainda reclamam da falta de respeito, do ódio gratuito nas redes sociais e do direito de se expressarem, como se só tivesse esse direito aqueles que concordam com eles.
Nunca excluí comentários de quem discorda de mim, desde que sejam feitos com respeito. Também não invado páginas alheias para xingar ninguém. Mas assim como eles, o que eu penso é o que eu penso, baseado naquilo que eu vejo, ouço e sinto. E eu sou bastante observadora quando quero. Os mesmos direitos que eles tem de expressar seus pensamentos e defender aquilo no qual acreditam, eu também tenho.
Eu fico triste ao ver o tanto de mentiras que são propagadas pelos dois lados. Uma simples pesquisa rápida, e eu confirmo a veracidade das coisas que eu leio antes de postá-las ou partilhá-las. Seria bom se todo mundo fizesse a mesma coisa, antes de entrar de sola na cara da outra pessoa, chamando-a de burra, execrável, lamentável ou seja lá o que for. O ódio não nasce dos pensamentos diferentes, pois se todo mundo pensasse igual, o mundo não teria sequer evoluído; ele nasce da falta de respeito, da intolerância com aqueles que pensam diferente de nós.
Sabe uma coisa, Ana? Quanto mais sabemos, mais descobrimos que pouco sabemos. Certezas? Deixe para lá, siga apenas as suas intuições. Mas com a mente aberta, tecida em humildade, sempre disposta a mudar o rumo. A vida, eu sei que sabe, é uma senhora muuuiito exigente!
ResponderExcluirUma boa semana :)
Também leio muito sobre tudo o que acontece, procuro me inteirar de tudo, mas me abstenho de opinar, pelo motivo que acabas de nos mostrar, as pessoas são mal educadas, não respeitam opiniões contrárias, enquanto isso acontecer fico na minha, não tenho paciência nem de ficar no WhatsApp, só olho de vez em quando para ver se tem recados da minha família, meu grupo único.
ResponderExcluirAcho que as coisas ainda vão demorar e muito para se acertarem por aqui, mas há de se ter esperança, com o novo rumo a Bolsa de Valores já mostra melhora,isso é o que se espera, melhorar a economia, pois na política, ah, essa não tem muito jeito!
Abraços amiga Ana!
Dalva Molina Mansano Ana, comentei no blog, infelizmente não consegui enviar. Digo, então, aqui (mais ou menos o que disse lá) que seu texto alcançou o âmago da situação atual. Claro e objetivo, igual sempre, disse tudo que eu gostaria de ter dito e não o fiz. Você lê pensamento? Rsrs Parabéns pela coerência e equilíbrio das ideias nele contidas. - Comentário feito por Dalva, no Facebook.
ResponderExcluirConsta por cá que o Temer é um crápula...
ResponderExcluirÉ bom anotar as promessas e enfrenta-lo no momento certo, se for o caso.
Um beijo amigo.
Parabéns Ana. Como sempre uma reflexão serena, sábia e muito lúcida.
ResponderExcluirReflexão apropriada e muito sábia...
ResponderExcluirUm beijo
Ana nunca se viu tanta intolerância como nestes últimos dois anos de nossa politica. Desde o processo de votação até ao processo de impeachment da presidente tanto de um lado como de outro como bem afirma aqui.Confesso sou militante petistas e participei da fundação do partido lá em São Paulo nos anos 70. Mas voce nunca vai me ver no FACE falando de politica pois não cabe. Ali é um antro de conversas fiadas e sem respeito às opiniões contrarias.
ResponderExcluirE creio eu que vamos viver ainda mais um tempo de acirradas provocações e cobranças que em nada vão ajudar o processo de reorganização da nação. Enfim estamos mesmo numa situação critica da politica nacional pro falta de credibilidade de quem sai e entra.
Só Deus amiga.
Um abração e boa semana de paz no coração.
Bju
Ana, tudo que você escreveu aqui, eu endosso. Mas, ao que nos parece, estamos vivendo um tempo em que o respeito não existe e se existe é coisa rara. Essa ausência de respeito começa em casa, no lar e se estende pelas escolas, redes sociais, enfim, pela vida. Por isso, o caos! Parabéns!
ResponderExcluirMuito bom Anna!
ResponderExcluirSeu texto em tom de desabafo está perfeito e lúcido.
Acho que é por aí mesmo.
Vamos esperar e ver no que dá.
Fica com Deus.
Ana, gosto muito quando se manifesta, é sempre muito sensata e traduz o que também estamos sentindo.
ResponderExcluirProcuro não falar muito de política, mas sou observadora e não aceito ser enrolada por conta das minhas lutas.
Eu que sou ante Lula e PT, comecei a divulgar um trabalho, quando vi estavam pedindo a volta da Dilma. Não aceito que usem campanhas como armas partidárias, assim começou o PT.
Não defendo, nem luto por políticos. Luto pelo bem da nossa Nação!
Admiro sua coerência ao fazer o desabafo, o desrespeito está imperando e já não temos mais liberdade para expressar nossa opinião.
Esperamos que tudo se acerte e que os ânimos esfriem.
Parabéns, Ana, abraços carinhosos
Maria Teresa