O chão suntuoso
Reflete os passos macios
De março.
Chuva no telhado,
Gotas brancas e pesadas,
"São as águas de março..."
Vem uma saudade,
Uma branca vontade
De alçar voos, tocar os pássaros!
Os olhos cansados
Derramados sobre as ramagens
Molhadas de brilhos...
As gotas caem nos trilhos,
Perdem-se entre os espaços,
Molham destinos,
Marcam as rodas dos trens
Que passam como raios
E nos levam adiante, até maio.
E a chuva insistente
Parece que não vai ter fim.
Pobre de mim,
A gola ainda presa em fevereiro,
Sonhando setembros
Entre lívidos raios!
Uma beleza este teu poema !
ResponderExcluirGrande beijo muito amigo, Ana.